Pular para o conteúdo principal

Foto do palco da 21ª Parada LGBT de BH 2018
Foto: Amira Hissa / PBH

Divulgado balanço da Parada do Orgulho LGBT 2018

criado em - atualizado em

A Belotur, por meio do Observatório do Turismo e em correalização com o Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero - Diverso UFMG e Cellos MG, divulgam os resultados da pesquisa realizada na 21ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte, que reuniu um público de 150 mil pessoas no centro da cidade no último dia 8 de julho. O objetivo da análise é traçar o perfil do público, hábitos dos turistas e avaliação geral do evento, tanto para a melhoria das próximas edições, quanto para a elaboração de políticas públicas voltadas ao público LGBT.

Realizada pelo terceiro ano consecutivo, a pesquisa traz informações como o perfil socioeconômico, o acesso aos serviços e políticas públicas pela população LGBT, a experiência de situação de violência e a avaliação da infraestrutura do evento, além de gastos e estimativas referentes à movimentação econômica gerada pela manifestação. O resultado completo da apuração está disponível na página do Observatório do Turismo.

Durante a edição de 2018, que teve como tema “Mais Democracia e Mais Direitos Humanos: Esse é o Brasil que queremos para as LGBT”, foram realizadas 432 entrevistas. Por meio delas, foi verificado que o gasto médio no evento foi de R$46,90, o que resulta numa movimentação financeira estimada em R$7 milhões.

 

Perfil dos participantes

Um dos objetivos da pesquisa é identificar qual o perfil dos participantes da Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte. Dentre os entrevistados em 2018, 83,6% afirmaram ser cisgêneros - pessoa que se identifica com o gênero a que foi designado no nascimento - sendo que 53,1% se identificam com o gênero masculino e 46,4% com o feminino. No que diz respeito à orientação sexual, 40,3% afirmaram ser gays, 21,3% bissexuais, 18,3% lésbicas e 13,7% heterossexuais.

Em relação aos hábitos religiosos, 26,2% responderam não possuir religião e 62,5% possuírem católicos na família. A renda familiar de 25,7% dos entrevistados está entre R$ 954 e R$ 1.908. Quanto à escolaridade, 29,6% tem superior incompleto, 26,4% médio completo e 15,5% superior completo.

 

Turistas

Na pesquisa também foi estimado que 58,3% dos participantes da parada de 2018 é morador de Belo Horizonte, o que representa um universo de 87.450 pessoas, 24,5% vieram da Região Metropolitana, um montante de 36.750 pessoas e 17,2% do interior de Minas Gerais e outros estados, que contabilizam cerca de 25.800 visitantes. Entre esses últimos, 40% pernoitaram na capital, sendo que 34,6% utilizaram meios de hospedagem.

O ônibus rodoviário foi o principal transporte, utilizado por 41,3% dos que responderam às perguntas. 44,4% utilizaram internet para planejar a viagem e 46,0% recorreram aos amigos e parentes. O gasto médio na viagem foi de R$ 411,03 e a permanência na cidade de até três dias por 68% dos turistas.

 

O evento

O palco principal da festa da diversidade foi a Praça da Estação, onde atividades artísticas de drag queens, músicos e grupos de dança voluntários foram realizadas até a saída da marcha, guiada por trios elétricos pela avenida Amazonas até a Praça Raul Soares.

Com relação especificamente ao evento, 79,2% dos entrevistados disseram que as expectativas foram superadas ou atendidas plenamente. 55,3% já haviam participado da manifestação em outra edição e 95,6% pretendem retornar no próximo ano.

Quando questionados sobre o motivo de participação na parada, 63,3% disseram que ocorreu em apoio à causa LGBT. Com relação às necessidades urgentes, 35,4% apontaram a necessidade de mais reconhecimento e ou visibilidade, seguido de promoção de segurança por 18,8%. Por fim, 85,6% sentem-se totalmente ou parcialmente representados pela Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte.

 

Fortalecimento

As ações e políticas para o público LGBT no Município têm sido fortalecidas de forma gradativa e sistemática desde 2017. Além da criação da Diretoria de Políticas para a População LGBT, que está vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC), o Centro de Referência da População LGBT foi reestruturado, o que possibilitou um aumento de 201% no número de atendimentos realizados em comparação ao primeiro semestre de 2017.

Outro importante avanço foi a criação de um grupo de trabalho para a implantação do campo nome social nos registros e atendimentos de todos os serviços da administração direta e indireta do município.

A Lei 8.176/01, que prevê penalidades para empresas e agentes públicos que praticarem discriminação contra a população LGBT, foi aplicada pela primeira vez no Município. Paralelo a isso, em 2017 foram realizadas capacitações para 1.097 agentes públicos, com foco no atendimento humanizado das pessoas LGBT.