13 Abril 2018 -
Dando continuidade ao programa Diálogos Pampulha, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Cultura, a Fundação Municipal de Cultura e a Belotur inauguram uma série de palestras com a presença de autoridades internacionais. Com o tema Patrimônio, Cultura e Turismo, o primeiro encontro recebe Márcio Favilla, diretor executivo da Organização Mundial de Turismo (OMT), órgão das Nações Unidas. A palestra acontece no próximo dia 19, às 14h, no Museu Histórico Abílio Barreto, e contará com a mediação da professora Diomira Maria Cicci Pinto Faria, do Departamento de Geografia da UFMG.
Mineiro de Belo Horizonte, Márcio Favilla versará sobre o papel do Turismo no âmbito da Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável, um plano de ação da ONU que busca fortalecer a paz universal e a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, tomadas como os maiores desafios globais.
A cultura e o turismo estão presentes na Agenda 2030, compreendidos em suas transversalidades e papéis estratégicos no desenvolvimento sustentável por meio da educação, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural. São metas da agenda elaborar e implementar políticas para promover o turismo sustentável, proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo e proporcionar o acesso universal a espaços públicos.
“Em decorrência da inscrição do Conjunto Moderno da Pampulha na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, temos nos empenhado na implementação de uma série de compromissos decorrentes do título, em especial no sentido de dar à Pampulha a visibilidade, o reconhecimento e a fruição compatíveis com sua dimensão internacional. Neste contexto, a presença do senhor Favilla nos oferece uma visão ampliada da relação entre o turismo, cultura e o desenvolvimento e contribui para dar uma dimensão ampliada à tarefa que temos em mãos, que é a Pampulha”, afirma o secretário Municipal de Cultura, Juca Ferreira.
Com extensa e reconhecida trajetória nacional e internacional, Favilla iniciou seus estudos na Universidade Federal de Minas Gerais, tendo percorrido instâncias do Poder Público como a Secretaria de Estado de Finanças de Minas Gerais e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Internacional. Foi também Secretário Executivo de Turismo, desempenhando papel chave na estruturação do primeiro ministério dedicado exclusivamente ao turismo no Brasil.
“Esta edição do programa, com esse convidado especial, que é o Márcio Favilla, nos traz uma nova perspectiva de projeto, quando estamos avançando com propostas intersetoriais do turismo e da cultura para ocupação e desenvolvimento sustentável de todo o Conjunto Moderno da Pampulha. O título de Patrimônio Cultural da Humanidade, outorgado pela UNESCO, nos trouxe esse desafio, que é ir para além da beleza arquitetônica e cultural idealizada por Juscelino Kubitscheck e Oscar Niemeyer, potencializando de forma democrática ainda mais o usufruto de todo o complexo”, completa o presidente da Belotur, Aluizer Malab.
Museu de Arte da Pampulha
Além da palestra, o programa realiza sua segunda oficina temática, dessa vez, colocando o Museu de Arte da Pampulha no foco das reflexões. O encontro será realizado no dia 17, a partir das 8h30, no próprio museu. As oficinas são ofertadas para a PBH e para o Comitê Gestor do Conjunto Moderno da Pampulha, reunindo especialistas de diversas áreas do conhecimento que irão promover a análise, o debate e a proposição de ações para o MAP.
“Estes encontros são fundamentais para a construção de diretrizes que irão nos balizar nas tomadas de decisão referentes à Pampulha. O prédio do MAP é o seu primeiro acervo, uma obra-prima de Oscar Niemeyer, e que abriga hoje um conjunto de obras de valor inestimável. É um espaço que merece nossa atenção e, por isso, estamos sendo cuidadosos na construção de um plano para os espaços museológicos, conectados com a ideia do Conjunto Moderno”, afirmou o secretário de Cultura.
De acordo com Juca Ferreira, esses esforços vão alimentar o processo de planejamento do Museu, orientar as novas ações, lastreadas por um referencial consistente. “Tudo está sendo pensado e também executado para que o MAP tenha uma presença qualificada, um desenho curatorial diversificado e que seja apoiado por uma estratégia de gestão que lhe ofereça estabilidade institucional”, definiu.
Além do trabalho de restauração do próprio edifício, que já concluiu a fase de elaboração do projeto e se encontra em fase de captação de recursos para sua realização, outros temas ganham destaque na oficina, como o diálogo com público, as ações referentes a um modelo de gestão e questões curatoriais. O encontro tem também como objetivo identificar potenciais parcerias técnicas, sociais e institucionais, além de criar redes de cooperação em torno dos temas relevantes para o MAP.
Cada uma das oficinas do Diálogos Pampulha lançará luz sobre um tema específico. Após as reflexões sobre o MAP, um terceiro encontro está previsto para o mês de maio, quando entra em pauta o debate sobre o turismo e o patrimônio moderno da região, discutindo a promoção internacional e a qualificação da infraestrutura.