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Manu Dias, uma das grandes representantes da nova safra do samba de Minas Gerais
Foto: Beth Freitas

Dia do Samba é comemorado no Circuito Municipal de Cultura

criado em - atualizado em

Nesta quarta-feira, dia 2, celebra-se no Brasil o Dia Nacional do Samba, um dos gêneros musicais mais amados e representativos do país. Em continuidade às suas atividades, o Circuito Municipal de Cultura de Belo Horizonte reverencia o samba e abre espaço para seus representantes na cidade, com uma programação musical que vai desta quarta-feira até domingo, dia 6. O Circuito Municipal de Cultura é realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

A programação do Dia do Samba, que dá seguimento às celebrações da Consciência Negra, iniciadas na última semana, terá apresentações virtuais de artistas  como Manu Dias, Cinara Ribeiro, Adriana Araújo e Rafael Soares, além de um bate-papo gravado em vídeo, transmitido no site do Circuito e no Facebook do projeto, e também pelo YouTube da Fundação Municipal de Cultura. É justamente o bate-papo do radialista, pesquisador e sambista Carlinhos Visual com a comunicadora social, produtora cultural e pesquisadora do samba mineiro, Camila Costa, que abre o evento na quarta-feira. O tema não poderia ser mais pertinente: “Nosso Samba Mineiro”.

“A projeção do samba mineiro tem ganhado destaque no país. Temos compositores de qualidade ímpar, com sambas gravados por grandes ídolos como Zeca Pagodinho e que há tempos estão no hall dos melhores”, comenta a cantora Manu Dias, uma das grandes representantes da nova safra do samba de Minas Gerais, que se apresenta no domingo. “Essa projeção tem incentivado a nova geração a se aperfeiçoar e a valorizar a composição autoral”, completa.

Na sexta-feira, dia 4, a cantora Adriana Araújo, considerada um dos grandes talentos da nova geração do samba mineiro, faz um show com banda na laje de casa, na Pedreira Prado Lopes, Região Noroeste de Belo Horizonte. Em razão da pandemia da Covid-19, não haverá público no local. A produção da apresentação, que será transmitida ao vivo, respeitará todos os protocolos de saúde vigentes. Para o show, Adriana terá como convidada especial outro grande destaque do samba atual, a cantora carioca Marina Iris, com quem vai dividir os vocais em algumas músicas.

 

Live de roda de samba

Para fechar a programação, no domingo acontece uma roda de samba no Mercado da Lagoinha, na Regional Noroeste, considerado um dos berços do estilo em BH. Da mesma forma, em virtude da pandemia da Covid-19, não haverá público no local. Produção, artistas e demais equipes seguirão todos os protocolos sanitários exigidos no momento. A live começará com o show “Monjolo Encabulado”, do Olubatá Percussão Étnica, que apresenta o monjolo e a cabula, ritmos trazidos pelos africanos, que deram origem ao samba.

Na sequência, o cantor, compositor e instrumentista belo-horizontino Rafael Soares mostra suas canções autorais fortemente inspiradas no samba de partido alto e nas rodas de samba. O músico, que também é regente, continua no palco depois do show para conduzir sua banda, que acompanhará as próximas atrações. A primeira delas é a cantora Cinara Ribeiro, uma das potentes cantoras da nova geração de BH, que desde o lançamento de seu disco “O Samba Mandou me Chamar” (2015) tem conquistado cada vez mais espaço.

A programação continua com Jairo Nascimento, percussionista e presidente do Leão da Lagoinha, bloco de rua fundado em 1947 e considerado o mais antigo de Belo Horizonte. Depois, chega o cantor e compositor Wallace Fumaça, outra cria da Lagoinha, músico com mais de duas décadas de trajetória musical, grande parte desse tempo à frente do conjunto Os Neguinhos.

Em seguida, sobe ao palco outra grande cantora da safra contemporânea mineira: Manu Dias, que executa músicas de seu show “Sambadeando nas Bordas”, um passeio leve e criativo por diversas variáveis do samba. Fechando a roda, o promissor sambista carioca Rafael Procópio, nascido em uma família de sambistas da Velha Guarda da Portela e herdeiro do talento, bom-humor e da irreverência dos bambas do Rio.

 

Potência feminina

Para Manu Dias, um ponto importante é que a programação reflete a potência feminina do samba mineiro. “Como o samba desde o início sempre teve um lugar de fala majoritariamente masculino, a presença das mulheres é uma evolução importantíssima para o movimento. É lindo assistir à expansão de gênero na cena do samba de BH. Não apenas as mulheres têm suas rodas de samba e bandas, mas o movimento atinge toda a cadeia produtiva do samba” afirma a cantora. “Hoje, temos cantoras, instrumentistas, produtoras, técnicas de som, entre outros papéis que são tão necessários”, completa.

Secretária municipal de Cultura e presidenta interina da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin afirma que a programação foi pensada para mostrar um recorte da potência autoral do gênero em Belo Horizonte, valorizando sua produção defronte ao cenário nacional atualmente. “O samba é gênero fundamental da identidade musical brasileira. E Belo Horizonte conta com artistas de diferentes gerações que, com suas músicas, celebram, criticam, expressam e registram o cotidiano da cidade e suas transformações. Com essa programação comemorativa do Dia do Samba, buscamos reconhecer e resgatar a história deste gênero musical em Minas, além de lançar luz sobre os novos talentos da cena belo-horizontina”, completa.

Este é o segundo ano consecutivo em que o Dia do Samba é celebrado no Circuito Municipal de Cultura. Em 2019, as comemorações da data contaram com a participação de representantes da Velha Guarda do Samba, incluindo nomes de Belo Horizonte, como Dona Elisa e Ronaldo Coisa Nossa, e a convidada Tia Surica, da Velha Guarda da Portela, do Rio de Janeiro.

 


Sobre o Circuito Municipal de Cultura

O Circuito Municipal de Cultura foi lançado em dezembro de 2019, junto às comemorações do aniversário de Belo Horizonte. Desde então, movimentou a programação da cidade com apresentações como a de Jorge Ben Jor, na Praça da Estação, e Rincon Sapiência e Tamara Franklin, no Viaduto Santa Tereza, ambos na Zona Cultural Praça da Estação. Foram planejadas mais de 150 atrações artísticas e formativas, locais, estaduais e nacionais, durante 12 meses, contemplando diversas linguagens e o público de diferentes faixas etárias. Com a pandemia da Covid 19, o projeto realizou o “Circuito em Casa”, com o intuito de dar vazão à programação que já estava prevista para acontecer durante o ano e fortalecer os esforços da Prefeitura de manter o distanciamento social, bem como de apoiar a cena artística de Belo Horizonte durante o isolamento.

 


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