Notas musicais e vozes afinadas de quem tem muita história para contar e cantar embalaram a tarde de quem passou pelo Centro de Referência da Pessoa Idosa (CRPI), na última quarta-feira (22). O CRPI recebeu a festa de celebração de 9 anos do Coral Voz e Violão com direito a muita música. A atividade teve a presença dos cantores mineiros Márcio Greyke e Dona Jandira, além de apresentação do coral.

O Voz e Violão é uma das atividades ofertadas no CRPI, equipamento da Prefeitura de Belo Horizonte, com gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC). Atualmente, são 96 idosos participantes, que fazem aulas semanais de canto e instrumento musical, além de apresentações musicais. Durante o período de suspensão das atividades presenciais, o grupo adaptou os ensaios e apresentações para os espaços virtuais. São nove anos de história, resgatando a autoestima de pessoas idosas e revisitando sonhos antigos.

Desde 2017, Dona Ana de Jesus, de 59 anos, faz parte do Coral e se alegra ao contar sobre a experiência com a música. “O que eu mais gosto é de levar alegria por meio da música. Me encantava muito, quando comecei a participar, levar música para outros idosos, nas Instituições de Longa Permanência. No meu tempo no coral, reuni inspirações e compus um hino, no qual eu canto o que eu quero: paz, união, amor e igualdade”, comemora.

Outra participante, dona Maria Lucimar da Silva, 72 anos, faz parte do coral desde 2018 e conta que participar do coral a fez recuperar o gosto pelo canto. “É impressionante o cuidado e o carinho que recebemos no CRPI. A oportunidade de participar do coral veio no momento que eu mais precisava. No dia a dia das aulas fiz amizades maravilhosas, além de recuperar minha autoestima e o prazer em cantar,” destaca.

Para Hugo Cézar, professor do grupo, o Coral é, também, uma forma de conexão entre o passado e o presente. “A importância o Voz de Violão está em dar a oportunidade a cada idoso para a realização  de seus sonhos. Sonhos que ficaram no passado e, hoje, na idade que cada um está, eles têm a oportunidade de desenvolver a sua posição de arte ao tocar, cantar e exercer realmente a sua cidadania. Importante também observar como isso chega às famílias”, conta o coordenador do grupo.

A secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra Colares, destaca a importância de políticas públicas como essa para o público idoso de Belo Horizonte. “Além de conectar os idosos com a arte e a cultura, promove a cidadania e a convivência, além de prevenir que estas pessoas percam os seus vínculos sociais. É um incentivo para que continuem inseridos na sociedade, o que também tem um reflexo positivo na convivência familiar", afirma.

Políticas para a Pessoa Idosa

Na estrutura da Secretaria de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania está a Diretoria de Políticas para a Pessoa Idosa (DPEI), que elabora e coordena as diretrizes de políticas públicas municipais da pessoa idosa. Além de proporcionar um espaço para discussões de temáticas das políticas públicas voltadas para a pessoa idosa, por meio de Fóruns Regionais de Direitos da Pessoa Idosa, Trilhas para uma Belo Horizonte Amiga da Pessoa Idosa, realiza eventos abertos ao público em geral e aos participantes dos projetos e ações que coordena. A DPEI também é responsável por coordenar o Centro de Referência da Pessoa Idosa (CRPI) e acompanhar grupos de convivência de idosos nas nove regionais. Atualmente o Centro tem mais de 5 mil pessoas idosas inscritas e oferta 27 atividades voltadas para o público com 60 anos ou mais.