29 March 2023 -
Alinhado ao Abril Azul, mês da conscientização sobre o autismo, o Circuito Municipal de Cultura realiza uma série de atrações direcionadas à inclusão de pessoas com todo tipo de deficiência. Serão realizadas diversas atividades ao longo do ano, com ações que convidam o público a experienciar atividades sensoriais, aproximando os participantes das vivências de pessoas com deficiência.
A programação de abril começa no dia 1º, sábado, às 10h, com o projeto “Slam Todos Estão Surdos”, no Centro Cultural Usina de Cultura; continua no dia 2, domingo, às 16h30, com a sessão azul do filme “Lucca”, no Cine Santa Tereza; e se encerra no dia 29, sábado, às 14h, com o “Sarau Visual - Libras e Dança”, no Centro Cultural Venda Nova. As atividades têm ingressos gratuitos, que devem ser retirados antecipadamente pelo site da Sympla.
Mais informações estão disponíveis nas redes e no site do Circuito Municipal de Cultura, que é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Odeon.
A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, ressalta a programação do Mês Azul. “A diretriz que embasa a programação do Mês Azul é resultante das políticas públicas da Prefeitura de Belo Horizonte de acesso e de democratização da cultura. Dessa forma, essa iniciativa reforça a importância de criar espaços culturais de acessibilidade e de destacar a criação artística de pessoas com deficiência”, afirma.
Luciana Féres, presidente da Fundação Municipal de Cultura, também celebra a iniciativa. “Uma programação idealizada especialmente para o Mês Azul mostra a importância de se pensar a inclusão e garantir o acesso democrático aos bens culturais às pessoas com deficiência, sendo elas público ou artistas. Vale lembrar que as diversas atrações acontecem em espaços descentralizados e com acesso gratuito”, comemora.
- Programação
Marcada para 1ª de abril, o “Slam Todos Estão Surdos” leva a competição de poesias para o universo da acessibilidade, unindo a língua portuguesa à língua de sinais (libras). Enfocando a poesia, a performance e a contação de histórias que desenham o espectro da identidade e da cultura da comunidade surda brasileira, o projeto apresenta um grupo formado por surdos e ouvintes com a proposta de levar o conhecimento da literatura surda e a língua de sinais como forma de comunicação de um povo. Na competição, são apresentadas poesias autorais, com até três minutos, sem uso de figurino, elemento de cena ou acompanhamento musical. O público presente participa como júri, outorgando notas que irão de zero a dez.
Visando estreitar os laços da comunidade surda com a cena cultural, principalmente em Belo Horizonte, Flávio Maia, intérprete de libras e palestrante que atua como coordenador de acessibilidade de diversos eventos culturais da cidade, criou o projeto em 2013. A partir de oficinas e propostas artísticas com o objetivo de dar protagonismo às libras e aos sujeitos que usam essa língua como forma de comunicação, começaram a ser desenvolvidos materiais para promover a arte surda e ocupar novos espaços. Assim surgiu, em 2020, o coletivo Todos Estão Surdos, cuja busca é abrir o chamado “caminho do meio” - interseção entre o mundos dos surdos e dos ouvintes, natural na vida de Flávio, que é coda (filho ouvinte de pais surdos). A partir da criação do coletivo, começaram a ser realizadas diversas ações, entre elas o “Slam Todos Estão Surdos”.
Flávio Maia lembra que, no mês de abril, também comemora-se a lei que reconhece a língua brasileira de sinais como uma das línguas oficiais do Brasil. “É um mês de celebração. O coletivo Todos Estão Surdos traz o protagonismo da língua de sinais e da pessoa surda para a cultura. Nossa ideia é mostrar a arte surda em todas as suas vertentes”, diz. “No Circuito Municipal de Cultura, vamos apresentar o nosso slam, trazendo a poesia em um formato que chamamos de ‘beijo de línguas’, numa confluência entre a língua de sinais e a língua portuguesa. Não é nem a tradução de uma língua para a outra, são as duas línguas fazendo poesia simultaneamente. Vale a pena conferir”, sublinha.
Em 2 de abril, celebrando o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, o cinema marca presença na programação. Nesta data, acontece, no Cine Santa Tereza, a sessão azul, que exibe “Luca”, uma animação da Pixar, lançada em 2021 e dirigida por Enrico Casarosa, que aborda temas como descoberta pessoal e amadurecimento, encantando a crianças e adultos. O filme narra a história de Luca, garoto que vive aventuras numa pequena cidade italiana com seu novo melhor amigo, driblando ameaças ocasionadas pelo segredo que a dupla guarda: ambos são monstros marinhos e vivem em um outro mundo, debaixo d’água. A sessão azul é direcionada a todos os públicos, com atenção especial às pessoas com transtorno do espectro do autismo, adaptando-se o ambiente com meia luz, som mais baixo e livre acesso à sala de cinema.
Fechando a programação, no dia 29, será realizada uma edição especial do “Sarau Visual - Libras e Dança”, iniciativa que tem como base a Língua Brasileira de Sinais. Diversas poesias em Libras, poesia falada com interpretação, tradução musical e performances na dança marcam a atração. O “Sarau Visual” é um sarau de poesias em Libras criado em 2017 com apoio do PLEV (Projeto Libras nas Escolas e na Vida).
Buscando estimular a criatividade de performances em Libras e dança, o projeto foi desenvolvido por Uziel Ferreira, intérprete tradutor de Libras e produtor cultural que também criou o concurso "Intérprete de Libras Musical". O projeto tem como coprodutora Edimeia Cupertino, poetisa, atriz e performer surda. A história do evento é apresentada no vídeo documentário "Alma Poeta" e no número de videodança “Teus Sinais - Poesia e Dança em Libras”.
- Sobre o Circuito Municipal de Cultura
Projeto estratégico da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, o Circuito Municipal de Cultura tem como objetivo promover a descentralização e a democratização do acesso a uma ampla programação artístico-cultural, atendendo a todas as regionais, valorizando e fomentando a produção cultural local dos diversos territórios da cidade. O Circuito Municipal de Cultura oferece programação contínua, em diversos formatos, a partir de ações descentralizadas nas nove regionais da PBH. São realizados shows, espetáculos cênicos, intervenções urbanas, exibição de filmes e mostras temáticas, além de atividades de reflexão e formação.
Lançado em dezembro de 2019, o Circuito Municipal de Cultura mantém o compromisso de oferecer programação cultural plural, com atrações gratuitas para todas as faixas etárias, destacando a produção local em todos os seus territórios e manifestações. Ao longo destes anos, o Circuito já realizou 628 apresentações nos espaços públicos das nove regionais da cidade, alcançando um público de mais de 700 mil pessoas, e contou com a participação de mais de 3.700 trabalhadores, entre artistas, Mestres da cultura popular, produtores e técnicos, reforçando seu importante papel de fomento, principalmente no período da pandemia de Covid-19.
No ano de 2022, o Circuito realizou 145 ações, com público estimado em 25 mil pessoas. Foram mais de 400 artistas envolvidos nesse período e aproximadamente 500 agentes da cadeia produtiva contratados, com maior destaque para artistas e fornecedores de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
- Serviço
“Slam Todos Estão Surdos”
Quando. Dia 1º de abril, sábado, às 10h
Onde. Centro Cultural Usina de Cultura (Rua Dom Cabral, 765 - Ipiranga)
Quanto. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados pela SymplaSessão Azul: “Lucca”
Quando. Dia 2 de abril, domingo, às 16h30
Onde. Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza)
Quanto. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados pela Sympla“Sarau Visual - Libras e Dança”
Quando. Dia 29 de abril, sábado, às 14h
Onde. Centro Cultural Venda Nova (Rua José Ferreira dos Santos, 184 - Jardim dos Comerciários)
Quanto. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados pela Sympla