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Homem cantando e tocando violão
Foto: Pâmela Bernardo

Circuito Municipal de Cultura de BH retoma atividades neste domingo, dia 22

criado em - atualizado em

O Circuito Municipal de Cultura de Belo Horizonte retoma suas atividades neste domingo, dia 22, com uma programação que celebra a Semana da Consciência Negra. Até o dia 28, o projeto promove apresentações e oficinas, virtuais e gratuitas, de diferentes linguagens artísticas, protagonizadas por artistas negros da cidade. A programação marca a continuidade do Circuito Municipal de Cultura, após uma pausa em razão do período eleitoral. O Circuito Municipal de Cultura é realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

Serão sete atrações, uma por dia, transmitidas no site do Circuito, no Facebook e no Instagram do projeto, e também pelo YouTube da Fundação Municipal de Cultura (veja em anexo a programação completa). “Acho que pensar o 20 de novembro é pensar a importância do negro neste país, em como o Brasil é essencialmente negro dentro de uma construção cultural, política e de todos os seus elementos constitutivos. Por isso, é tão importante protagonizar as questões relativas à negritude e legitimar o nosso espaço”, afirma o cantor, compositor e instrumentista Heberte Almeida, cuja apresentação abre a programação, no domingo. Criado em 2003 para pensar a negritude, a inclusão social e o racismo no Brasil, o Dia da Consciência Negra faz referência à data em que morreu o líder Zumbi dos Palmares, em 1695.

Com 20 anos de trajetória na cena musical de Belo Horizonte, junto a bandas como Pelos e Nobat, o artista apresenta o show de seu primeiro disco solo, “Negro Amor”, lançado em janeiro deste ano. “O álbum surgiu de um show que eu fazia com um repertório de artistas negros que eu reverencio. Um trabalho que parte do amor e da reverência aos artistas pretos. O disco tem um recorte da vivacidade, do encontro, da alegria dos corpos negros. E da resistência cultural, também, às vezes mais implícita. Afinal, ser negro no Brasil por si só já é resistência”, afirma. “No disco, faço ainda uma ligação forte com a minha família, então tem toda a coisa da ancestralidade, do território. Sou do Aglomerado da Serra, que é um lugar essencialmente negro, como são as favelas”, completa.

 

Programação tem opções de várias linguagens artísticas

A Semana da Consciência Negra no Circuito Municipal de Cultura traz ainda nomes como os do polivalente rapper Douglas Din, que fecha o evento no sábado (28), com o show autoral “Hakili”, cantando suas memórias em blues, ao lado do violonista Henrique Vieira. A programação musical conta também com o percussionista Babilak Bah, que na sexta-feira (27) mostra sua performance percussiva “Poemas e Sons”, cujas músicas são adaptações de faixas de seus trabalhos “Enxadário: Orquestra de Enxadas” (2006), “Biografia de Homens Inquietos” (2011) e “Afroprogressivo” (2015). 

Nas artes visuais, o projeto Territórios Culturais chega com duas atividades formativas voltada para o graffiti: as oficinas com os grafiteiros Edi Black e 0wiZard, que acontece na segunda-feira (23), e com a dupla Sodac e DGS, na quarta (25). Entre elas, na terça-feira (24), será exibido o 11º episódio da série “Link de Mestre”, também do Territórios Culturais, que funde música e cultura popular. Intitulado “Movimento Black Soul – Mestre Tito e Lord Tuca”, o vídeo apresenta a história de dois protagonistas do importante movimento black soul de Belo Horizonte.

Representando o audiovisual, na quinta-feira (26) será exibido “Ventilador de Duas Pás”, curta-metragem experimental do artista e ativista negro Catapreta, realizado em parceria com o músico Daniel Nunes. O trabalho é um encontro performático virtual composto por diálogos, cantos, tambores, textos, registros e desenhos produzidos a partir de chamadas de vídeo.

Para Fabíola Moulin, secretária municipal de Cultura e presidenta interina da Fundação Municipal de Cultura, as apresentações da Semana da Consciência Negra refletem a potência criativa de Belo Horizonte e abrem caminhos para uma retomada frutífera do Circuito Municipal de Cultura. “É simbólica a retomada do projeto nesse momento, ofertando uma programação especial, feita por artistas de diversas regiões da cidade que, ao exaltarem a cultura negra, potencializam a construção coletiva da história de Belo Horizonte."

 

Outras atrações

Além da programação da Semana da Consciência Negra, a agenda do Circuito Municipal de Cultura também já conta com outras duas atrações fechadas. Na segunda-feira (30), será exibido outro episódio da série “Link de Mestre”, do projeto Territórios Culturais. Desta vez, o projeto mostra a história de Carlos Henrique e Felippi, duas figuras essenciais para a criação da Quadrilha Fogo na Perna, um dos grupos mais importantes para os festejos juninos de BH. Já no dia 1º de dezembro, terça-feira, acontece a videodança “Quarentena – Janelas”, da Cia Ananda, que propõe um compartilhamento artístico de amor, criatividade e justiça em tempos tão duros e penosos.

 

Sobre o Circuito Municipal de Cultura

O Circuito Municipal de Cultura foi lançado em dezembro de 2019, junto às comemorações do aniversário de Belo Horizonte. Desde então, movimentou a programação da cidade com apresentações como a de Jorge Ben Jor, na Praça da Estação, e Rincon Sapiência e Tamara Franklin, no Viaduto Santa Tereza, ambos na Zona Cultural Praça da Estação. Foram planejadas mais de 150 atrações artísticas e formativas, locais, estaduais e nacionais, durante 12 meses, contemplando diversas linguagens e o público de diferentes faixas etárias. Com a pandemia da Covid 19, o projeto realizou o “Circuito em Casa”, com o intuito de dar vazão à programação que já estava prevista para acontecer durante o ano e fortalecer os esforços da Prefeitura de manter o distanciamento social, bem como de apoiar a cena artística de Belo Horizonte durante o isolamento.

 

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