O Centro Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop Leste), da Prefeitura de Belo Horizonte, vem ampliando, nos últimos anos, os serviços oferecidos. Completando cinco anos neste mês de junho, o Centro faz, atualmente, 8.500 atendimentos por mês, uma média de 350 por dia, além do funcionamento especial aos fins de semana e feriados, que começou a ser disponibilizado em 2018.

Localizado no bairro Floresta, o Centro Pop é gerido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania. No espaço, os usuários podem tomar banho, lavar roupas, lanchar e guardar seus pertences. Eles recebem, ainda, atendimento especializado individual e coletivo com articulação e encaminhamento para a rede da assistência e intersetorial, oficinas socioeducativas, inclusão digital por meio de telecentro.

Além do Centro Pop Leste, que é para o público adulto, Belo Horizonte conta com outros dois espaços: o Centro Pop Miguilim, para jovens e adolescentes, também instalado no bairro Floresta, e o Centro Pop Centro-Sul, para o público adulto, no Barro Preto.

O diretor de Proteção Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Regis Spíndola, explica a importância desses equipamentos. “O Centro Pop representa um espaço de referência para o convívio social, o desenvolvimento de relações, proteção e garantia de direitos. Funciona como ponto de apoio para pessoas que moram e/ou sobrevivem nas ruas, contribuindo para a redução das violações e a construção de novos projetos de vida”, salienta.

Paulo Roberto, que é ex-vigilante, está em situação de rua há três meses. O Centro Pop foi o primeiro espaço dedicado aos serviços socioassistenciais que ele procurou. “Aqui tem várias programações, escola de música, palestras, filmes e conversas sobre a situação de rua. É a minha primeira vez nessa situação e fui muito bem recebido, me tratam muito bem. O dia aqui dentro para quem está com objetivo na vida é gratificante”, relata. Paulo afirma que a vida na rua é passageira e está construindo um currículo com o apoio da equipe do Centro. “Terminei meu ensino médio todo, sou vigilante, já trabalhei em laboratório. Meu foco é arrumar um emprego e alugar minha casinha”, assinala.  

Atividades socioeducativas

Na data de inauguração do Centro, dia 6/6, a Subsecretaria de Assistência Social, em parceria com a Cáritas, executora dos serviços no espaço, transformou o local em um grande salão de festas, com brincadeiras, jogos e lanche diferenciado para cerca de 400 usuários ao longo de todo o dia. De acordo com o coordenador do espaço, Wanderson Conceição, momentos como a celebração do aniversário e outras ações de lazer realizadas no equipamento colaboram na construção da autonomia e do diálogo com os usuários.

“As ações socioeducativas proporcionam a eles a capacidade de realizar atividades em grupo, perceber-se melhor e perceber que as outras pessoas também têm sentimentos, têm medos e vontades e que é necessário respeitar as diferenças. Elas contribuem para construção da autonomia do usuário, tão necessária para mudar e ampliar as perspectivas de vida desse cidadão”, afirma.