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Imagem da visita à Casa de Francisco, localizada no bairro Granja Werneck, na região Norte
Foto: Divulgação PBH

Centro de Atendimento à Mulher já prestou mais de 7 mil assistências em 2021

criado em - atualizado em

Um total de 7.235 atendimentos foi registrado no Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), da Prefeitura de Belo Horizonte, no período de janeiro a julho deste ano: foram ofertas de almoço, café da manhã, lanche, estrutura para lavagem de roupa, descanso, banho, aquisição de roupas e uso do telefone. Inaugurado em novembro de 2018, na Lagoinha, região Noroeste da capital, o CIAM é um equipamento voltado para mulheres em situação de vulnerabilidade social, com trajetória de vida nas ruas, em uso prejudicial de álcool e outras drogas e em situação de violência doméstica.

Desde o início das atividades, 662 mulheres foram cadastradas e tiveram passagem pelo equipamento, sem contar aquelas que procuraram o Centro Integrado apenas para atendimentos pontuais. Coordenado pela Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção, por meio de sua Diretoria de Prevenção Social à Criminalidade, o CIAM tem capacidade para atender de 25 a 35 mulheres por dia em sua sede, na rua Nohme Salomão, 73, onde oferece espaço para higiene pessoal, refeições e atividades coletivas, atuando na promoção de acesso aos direitos básicos para as usuárias, a partir de diferentes políticas públicas municipais. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

 

 Acolhimento e proteção

A partir de convênio firmado entre a Prefeitura e o governo federal, sob a gestão da Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, do Ministério da Cidadania, o equipamento presta acolhimento a mulheres que chegam à unidade por demanda espontânea ou pela busca ativa, realizada pelas equipes do Consultório de Rua, da Secretaria Municipal de Saúde, e do Serviço Especializado em Abordagem Social, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC).

Após o acolhimento, aquelas que apresentam demandas específicas são encaminhadas para acompanhamento nos Centros de Saúde de referência ou para outras unidades que se fizerem necessárias, de acordo com cada situação. São realizadas ainda atividades de prevenção e promoção da saúde a partir da estratégia de redução de danos, garantindo a proteção social integral.

As usuárias são cadastradas e inseridas nos serviços e programas socioassistenciais, visando a garantia de atendimento e o estabelecimento de vínculos. As demandas emergentes são direcionadas para os serviços locais, quando elas desejam, como os Centros de Referência Especializados para a População em Situação de Rua (Centros Pop) e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), voltados para a proteção especial de média complexidade, ou para a proteção social básica, nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), além das ofertas de Acolhimento
Institucional.

 

Perfil das usuárias

Cerca de 46% das mulheres que frequentam o Centro Integrado pertencem à faixa-etária entre 30 e 39 anos. Outros 27% têm entre 20 e 29 anos. As usuárias com idade entre 40 e 49 anos correspondem a 19% do público e as 8% restantes têm entre 50 e 59 anos. Com relação à identidade de gênero, 87% das mulheres nasceram com sexo feminino e se identificam com ele, sendo que os outros 13% são de mulheres transgênero.

O atendimento mais procurado é o da alimentação, que no CIAM é fornecida pela Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SUSAN), e corresponde ao café da manhã, almoço e lanche. O banho surge como segunda maior demanda das
mulheres, que recebem toalhas higienizadas e um kit individual de produtos de higiene pessoal.

 

Atividades e oficinas

Propício para convivência e socialização, o Centro Integrado de Atendimento à Mulher também oferece atividades socioeducativas e oficinas, além de organizações de coletivos de mulheres que promovem o estabelecimento ou a recuperação de vínculos familiares. A sede conta com uma sala de Ensino Jovem Adulto (EJA), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que retomará as aulas virtuais nos próximos dias. Atualmente está sendo realizado um trabalho de inclusão produtiva com oficinas de artesanato, atividades de agroecologia e discussão voltada para a criação de uma cooperativa para mulheres trans.

Em janeiro deste ano foi firmado um Termo de Colaboração entre a SMSP e a Organização da Sociedade Civil (OSC) Providens – Ação Social Arquidiocesana, possibilitando o aprimoramento técnico dos serviços prestados e a ampliação da equipe do CIAM, que é composta exclusivamente por mulheres e conta com educadora social, psicóloga, professora da Educação de Jovens e Adultos, auxiliar de limpeza e auxiliar de portaria.

Em julho, a visita à Casa de Francisco, localizada no bairro Granja Werneck, na região Norte, onde é desenvolvido um projeto da OSC Providens voltado para o desenvolvimento da educação ambiental, proporcionou às usuárias do CIAM momentos de conscientização sobre a necessidade de adotar hábitos voltados para a redução das alterações climáticas. O grupo teve a chance de participar também de rodas de conversa e de conhecer hortas ecológicas e de visitar nascentes.

“Acompanhei com imensa alegria a visita das usuárias a esse espaço de 114 hectares, localizado na área urbana da capital. É muito bonito ver a alegria nos olhos de mulheres com tantas vulnerabilidades, ao vislumbrarem a esperança de dias melhores. São passos importantes na recuperação do direito à cidadania para cada uma delas”, relata Márcia Alves, diretora de Prevenção Social à Criminalidade, da Secretaria Municipal de Segurança.