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Pintura de garoto com feições afro-descendentes e rosto com as cores vermelha e azul coloca parte de fita verde amarela, pendurada no pescoço, na obca, entre os dentes.
Foto: Wanatta Rodrigues

Centro Cultural Lindeia Regina recebe exposição sobre identidade negra

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A Fundação Municipal de Cultura recebe, no Centro Cultural Lindeia Regina, a exposição Verificação de Cor, que reúne nove telas da grafiteira e artista visual Wanatta Rodrigues. Elas apresentam o retrato pictórico (gênero da pintura que objetiva representar a aparência visual do sujeito) como ferramenta de afirmação da identidade negra e periférica nos espaços urbanos.

 

Fruto de experimentações cromáticas na busca pela Tonalidade do Olhar Negro, a artista reinventa em suas obras os olhares periféricos e mistura técnicas que usam pastel seco, pastel oleoso e tinta spray sobre tela. A mostra tem entrada gratuita e pode ser vista até 31 de janeiro. O centro cultural está localizado na rua Aristolino Basílio de Oliveira, 445, bairro Regina, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e sábado, das 7h às 18h.

           

Há quatro anos Wanatta Rodrigues faz dos muros de Belo Horizonte suas maiores telas e vem se destacando na cena do grafite por uma produção que retrata, por meio de um olhar sensível, questões étnicas raciais e representatividade feminina na cultura hip hop. Graduanda no curso de Licenciatura em Artes Plásticas pela Escola Guignard-UEMG, sua formação como artista urbana passa também pelas experiências de rua.

 

A artista teve seu primeiro contato com a cultura hip hop aos sete anos de idade, e com as artes visuais aos 14, quando teve a oportunidade de mesclar os dois universos. Iniciou assim suas pesquisas por meio da pintura e escultura, emergindo em seu cotidiano para retratar cidadãos comuns do seu entorno, gerando trabalhos que circularam das ruas do centro de Belo Horizonte até a galeria Marist'ela Tristão, no Palácio das Artes, em 2011, para a exposição coletiva “Pausas Cotidianas”.

 

Em 2015, começou a série intitulada "Altos de Resistência", em que retrata lideranças femininas da comunidade do Alto Vera Cruz, no intuito de desmistificar os estereótipos acerca da mulher negra favelada. Aos 20 anos, passou a se dedicar integralmente ao grafite.

 

Em suas últimas circulações, estão incluídas as exposições coletivas “MuRro”, na Mostra ARTEMINAS, no Palácio das Artes, e “MARGINAL32”- Amargem Crew, na PUC Minas São Gabriel, e a exposição individual “Altos de Resistência”, no Centro Cultural Usina de Cultura.