13 Fevereiro 2020 -
O clima de festa já toma conta de Belo Horizonte. Mas o que vem chamando a atenção no Carnaval deste ano é a descentralização da folia na capital mineira. A região Centro-Sul ainda é a que mais recebe desfiles de blocos de rua, mas 60% desta programação está em outras regiões da cidade. O período oficial começou no sábado passado, dia 8, e vai até o dia 1º de março. A programação completa está neste site.
Fora das imediações da avenida do Contorno e em bairros da zona Sul, cerca de 340 cortejos irão passar pelas demais regionais da cidade. Leste, Noroeste, Nordeste e Pampulha são as que irão receber mais foliões. Vale ressaltar que os blocos oficiais têm o apoio dos órgãos da Prefeitura de Belo Horizonte, responsáveis pelo trânsito, segurança e limpeza, incluindo banheiros químicos e saúde entre outros serviços.
Desde 2016 o bloco Alalaor leva alegria e empolgação para as ruas do bairro Santa Tereza, na região Leste. Este ano, a expectativa dos organizadores é receber cerca de 10 mil foliões para quase 6 horas de muita festa. A história começou quando um grupo de amigos resolveu homenagear o doutor Alaor, morador, dentista e pai do Júlio César Araújo, um dos fundadores do bloco.
Naquele ano, ele completava 90 anos e nunca tinha participado de um Carnaval. “Foi sua primeira vez e ele curtiu muito”, revelou Júlio. “O bloco cresceu e já poderíamos estar em corredores de maior visibilidade na cidade, mas o nosso conceito é manter a essência, valorizar cada vez mais a nossa região e garantir que todos possam brincar o Carnaval da melhor maneira possível. A gente quer a família inteira se divertindo”, completou.
O bloco toca marchinhas, axé retrô e grandes sucessos do samba e da MPB. A bateria tem cerca de 80 percussionistas com variedade de instrumentos e desfila com trio elétrico, banda e passistas. Quem quiser conferir, o desfile acontece na segunda, dia 24, a partir das 11h30. A concentração é a partir das 11h30, na Rua Silvianópolis, 464.
O bairro Dom Joaquim fica na regional Nordeste e também promete muita festa. Vai receber o bloco Pisa na Fulô, que deve arrastar uma verdadeira multidão. Perto de 100 mil foliões são esperados para se juntar ao bloco pelas ruas da região.
Jhonatan Mello é vocalista do bloco e diz com convicção: “é preciso explorar outros pontos da capital, usar espaços públicos confortáveis e que muita gente possa participar. Nós queremos jogar luz nas demais regionais da cidade e não abrimos mão do conforto dos foliões”.
A bateria, que valoriza a cultura popular nordestina, conta com 200 integrantes, instrumentada com zabumbas, triângulos e agogôs de côco, típicos do forró. O desfile acontece na terça, dia 25, a partir das 15h30, e a concentração dos foliões será na rua Professor Amaro Xisto de Queiróz, 865.
Surdo, repinique, tamborim e timbal também será destaque da folia da região Noroeste, que vai receber cerca de 60 cortejos. Com muito samba reggae, axé e funk, o Transborda quer fazer um desfile cheio de alegria e música boa no bairro São Salvador, no limite de Belo Horizonte com Contagem.
Rafael Gregório é um dos organizadores e resume a importância de valorizar a folia em todas as regiões da cidade: “nascemos do desejo de descentralizar o Carnaval e ampliar a cultura e lazer com os protagonistas da nossa comunidade. Este é o caminho para promovermos a transformação”.
O bloco, que reúne ainda foliões dos bairros Novo Progresso, Glória, Serrano, Vila Barroquinha, Coqueiros e Pindorama, desfila no sábado, dia 29, saindo da rua Monte Verde, 535, a partir das 12h.
Carnaval de Belo Horizonte 2020
O Carnaval de Belo Horizonte 2020 é viabilizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, com patrocínio master da Skol Puro Malte e patrocínio do iFood e do iti, aplicativo de pagamentos digitais do Itaú Unibanco. O valor é de R$ 6 milhões em verba direta, mais R$ 8,3 milhões em planilhas de estruturas e serviços, captado por meio de Edital de Patrocínio.
Vale ressaltar que a contratação de músicos, subvenção de blocos e escolas de samba e toda a estrutura dos palcos espalhados pelas regionais da cidade durante o evento, assim como todo o orçamento da Belotur, é proveniente de investimento privado.