22 March 2023 -
A Prefeitura de Belo Horizonte verificou a existência de um curso d’água, na região Norte, ainda não cadastrado na base de dados geoespaciais. O trabalho de campo que propiciou a descoberta faz parte do Programa de Cadastro Único de Nascentes (Cadun-BH), da PBH, que tem atualizado o registro das nascentes do município, por meio de vistorias para identificação de novos pontos e uma revisão detalhada do material já catalogado. A descoberta é um marco importante no mês que comemora o Dia Mundial da Água, celebrado nesta quarta-feira (22).
O espaço que compreende o curso d’água está em área verde pertencente à Granja Werneck - adjacência do Quilombo Mangueiras, na mata do Izidora, como detalha a técnica da Gerência de Recursos Hídricos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Viviane Mendes. "Na fronteira verde da Mata do Izidora com o bairro Lajedo, a topografia e a densa vegetação eram alguns dos indícios da existência de um curso d’água que, até então, não havia sido confirmado. Constava na base de dados como "canal não cadastrado" e, finalmente, pôde ser verificado com a vistoria realizada. O local ainda se apresentava conservado com a presença de espécies de flora e fauna específicas da região, e o córrego, que ainda não possui nome, é um dos afluentes da margem direita do Ribeirão da Izidora", conta.
O momento da comprovação da existência do curso d’água foi de muita emoção para as equipes da Gerência de Recursos Hídricos, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que realiza, cotidianamente, o mapeamento dos recursos hídricos de Belo Horizonte, além da análise e caracterização ambiental para a delimitação de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Por meio deste trabalho no município, já foram identificadas 1.185 nascentes. Destas, 912 estão presentes em áreas de preservação permanente.
O mapeamento de nascentes, brejos, cursos d’águas e represas é fundamental para a política de gestão de recursos hídricos do município e para definir ações de conservação e preservação. A iniciativa tem o objetivo de registrar, em um banco de dados único, todas as nascentes existentes em Belo Horizonte, além de estimular a execução de políticas públicas tendo como base o documento. O trabalho de campo feito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente contempla todos os recursos hídricos – sejam eles nascentes, brejos, cursos d'água ou represas, categorizados ou não como área de preservação permanente (APP). O mapeamento pode ser acessado por meio do BH Map.
Quase 100% do uso e consumo da água no mundo são provenientes das nascentes. Elas são a base para o surgimento e conservação de rios, lagos e córregos, bem como a etapa mais importante no ciclo hidrológico, visto que na nascente está o elo entre o subterrâneo e a superfície. A presença das APPs constitui um importante parâmetro ambiental e urbanístico, na medida em que estabelece as diretrizes específicas nos processos de licenciamento e de regularização para ocupação em terrenos inseridos em áreas de preservação.
O diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Dany Amaral, explica que a atualização das informações como localização e características das nascentes permite que o banco de dados atue como ponto de partida para ações de conservação e/ou recuperação em Belo Horizonte. Além disso, segundo ele, as vistorias permitem a descoberta de outros recursos hídricos, até então desconhecidos. "Os olhos d'água e nascentes são um patrimônio ambiental que temos em Belo Horizonte. Esse registro de mais de mil nascentes da cidade, bem como a descoberta de novos cursos d'água é muito importante para garantirmos a segurança hídrica e na qualidade ambiental para as pessoas, tendo em vista que perto desses corpos hídricos teremos animais, flora e todo um sistema que será beneficiado pela sua preservação", destaca.