7 Maio 2025 -
A primeira participação de Belo Horizonte no Desafio Mundial da Natureza Urbana foi um sucesso. A capital ficou em terceiro lugar entre as cidades participantes do país, sendo 18 no total, ficando atrás apenas das regiões metropolitanas de São Paulo e de Curitiba. Já no mundo, ficou em 81º, num total de 669 cidades que efetivamente participaram da competição.
As informações levantadas irão contribuir para aprimorar o banco de dados da cidade sobre as espécies da fauna e da flora, impactando de forma direta a produção científica e os estudos sobre a biodiversidade. Durante o desafio, realizado de 25 a 28 de abril, o aplicativo iNaturalist teve 10.006 postagens na capital mineira, totalizando 1.798 espécies validadas, observadas por 468 participantes, o maior número de todas as cidades brasileiras participantes. Dentre as espécies mais encontradas, estão aranha-teia-dourada (Trichonephila clavipes), mico-estrela (Callithrix penicillata), aranha-de-funil (Aglaoctenus lagotis), jacupemba (Penelope superciliaris), margaridão (Sphagneticola trilobata) e bico-capixaba (Lagria villosa). Foram registradas, ainda, 12 espécies ameaçadas de extinção, dentre elas aroeira, macaco-prego, tuim e pau-brasil.
Ampliação de dados científicos e participação popular
Além da boa colocação, a participação de BH trouxe outros benefícios, sendo o aumento da participação de cientistas cidadãos e a identificação de um maior número de espécies na capital. Até 28 de fevereiro deste ano, o iNaturalist contava com 18.863 observações realizadas na cidade por 1.430 pessoas, com a identificação de 2.867 espécies. Após o desafio, esses números saltaram para 29.346 observações, feitas por 1.966 pessoas, totalizando 3.687 espécies, ou seja, um aumento de cerca de 800 novas espécies identificadas.
“Os resultados do Desafio Mundial da Natureza Urbana em Belo Horizonte surpreenderam positivamente. No primeiro ano de participação, BH ficou bem colocada entre as cidades brasileiras mesmo com uma área menor cadastrada. As 2 primeiras colocadas no país são regiões metropolitanas. BH também ficou muito bem colocada no ranking mundial. Esse é um grande resultado, fruto da união de várias instituições atuando junto aos cientistas e cidadãos. Agora várias pessoas já sabem usar o aplicativo e estão atentas à rica biodiversidade presente em nossa cidade. Por isso, acreditamos que os resultados da participação de BH podem ser ainda melhores no próximo ano. Para tanto, precisamos contar com cada vez mais pessoas e instituições se unindo em prol desse grande objetivo de conhecer e cuidar das espécies que existem em Belo Horizonte”, conta a bióloga da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) e coordenadora do Desafio em BH, Nadja Simbera Hemetrio.
Sobre o Desafio
O Desafio Mundial da Natureza Urbana é liderado mundialmente pelas equipes da Academia de Ciências da Califórnia e do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles. Em Belo Horizonte, o evento é coordenado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), Centro Universitário UNA, Instituto Estadual de Florestas - Governo de Minas Gerais, ONG Ecoavis, Rede de Jovens da Reserva da Biosfera do Espinhaço e Trilha Transespinhaço.
Dados de BH no Desafio Mundial da Natureza Urbana
Observações no iNaturalist (postagens): 10.006
Espécies: 2.005 (1.798 verificáveis)
Participantes: 468 (maior número de participantes no Brasil)
Média de observações por participante: 21,34 (64º no mundo)
Identificadores: 435
Classificação final no Mundo: 81º (em 700 cidades)
Classificação final no Brasil: 3ª (em 18 cidades)
Dados do Mundo no Desafio Mundial da Natureza Urbana
- Total de países participantes: 62, em 6 continentes
- Total de cidades que participaram efetivamente: 669
- 1º Mundo: área metropolitana de La Paz, 148.918 observações, 4.077 espécies, 3.288 participantes
Observações postadas no iNaturalist: 3.310.131
Espécies: mais de 73.765, incluindo 3.338 espécies raras, ameaçadas, em perigo
Observadores (participantes): 102.945
Espécie mais observada globalmente: Dente-de-leão, com 8.609 observações (também registrada em Belo Horizonte).