28 June 2017 -
Os alunos das escolas municipais têm sido um dos principais alvos do trabalho de conscientização sobre o risco geológico existente em vilas e favelas, em ação educacional da Prefeitura, por meio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). Desde 2015, o tema vem sendo abordado pelos técnicos da Diretoria de Risco e Assistência Técnica (DRA), com diversas ações destinadas ao público infanto-juvenil, e o apoio de professores, diretores e coordenadores das instituições de ensino.
Neste ano, 18 escolas são contempladas com o projeto, que inclui as nove regionais da capital e totaliza 370 alunos, com idade entre 8 e 15 anos. Desde janeiro, eles estão participando de diversas atividades com informações teóricas, cartilhas, vídeos, mapas de risco, vistorias em campo e visita a obras de contenção para promover a cultura de prevenção do risco e desastres nas comunidades.
Na última segunda-feira, dia 26, foi a vez de os alunos do 4º ano da Escola Municipal Josefina Souza Lima, localizada no bairro 1º de Maio, região Norte, visitar intervenções realizadas pela Urbel para verificar na prática tudo que foi aprendido em sala de aula. O roteiro incluiu visita a uma obra de contenção de encosta na rua Doutor Benedito Xavier e outra na vila Suzana, na rua Ester, construída com o mesmo objetivo.
De acordo Luiz Moreira, engenheiro da DRA que acompanhou a turma para explicar sobre os riscos que o local apresentava e os procedimentos adotados para contê-los, os barrancos apresentavam alta declividade, com vazamento de esgoto e água. “Nós fizemos muro de gabião, de arrimo, escadaria e tratamento de encosta com tela concretada. E embora pareça um assunto difícil, as crianças entendem muito bem o nosso relato”, disse.
Stefany dos Santos foi uma das alunas do 4º ano que participaram da atividade e é prova do quanto elas já absorveram o conteúdo. “Aqui era perigoso porque tinha risco de deslizamento. Para não destruir as casas, eles colocaram concreto. Assim, impede a água de infiltrar”, explicou. A colega de mesmo nome, Stefany Abreu, falou sobre a importância de não plantar bananeira nas encostas. “Não pode porque ela acumula muita água e aí desce tudo de uma vez. Ficar jogando lixo também é proibido”, completou a aluna.
A professora da turma e coordenadora da Escola Integrada, Maria Luiza Navarro, disse que os encontros com os alunos têm dado resultados muito positivos. “Isso é muito importante para os meninos, pois eles vivem em áreas de risco. E a gente já percebe alguma mudança de postura neles. Plantar uma sementinha agora vai gerar frutos muito bons no futuro”, avaliou.
Supervisora de gestão comunitária da Urbel e também coordenadora do trabalho com as escolas, Alice Uzêda conta que criar estratégias com foco nas crianças e jovens é fundamental. “O caminho a percorrer ainda é longo, mas esse é um público muito importante para renovar e dar continuidade ao nosso trabalho nas vilas”, analisou.