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Turmas reduzidas com dois professores é a novidade da Educação de Jovens e Adultos.
Foto: Magi Mappa/PBH

BH em Pauta: Qualidade do EJA aumenta com redução de turmas

criado em - atualizado em

Voltada ao estudante com idade acima de 15 anos que não concluiu o Ensino Fundamental, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) atende cerca de 14 mil alunos em 119 escolas da Rede Municipal de Educação, em Belo Horizonte. Considerada uma das prioridades da Prefeitura na área da educação, a EJA passa por uma reestruturação na oferta, com a promoção do acesso, da permanência e da melhoria da aprendizagem dos estudantes dessa modalidade.
 


Dentre as ações em andamento estão a diminuição do número de estudantes em cada sala e o aumento do quantitativo de professores por turma, o que vai acarretar um impacto de R$ 5 milhões nos investimentos até o fim do ano de 2017. “Temos dois grandes desafios para a EJA, que é ampliar a oferta de vagas na modalidade frente à demanda histórica reprimida e construir, coletivamente, na Rede Municipal de Educação, uma política educacional para a EJA que seja inclusiva, democrática e que promova a permanência e aprendizagem dos estudantes", afirma o gerente da EJA, Luís Fernando da Silva.
 


A diminuição de estudantes por turma da EJA foi anunciada por meio de ofício, enviado na primeira quinzena do mês de março. Agora, a orientação da Secretaria Municipal de Educação (SMED) é que cada turma tenha como referência o máximo de 30 estudantes e não 35, como previa a portaria que regulamenta a modalidade. Essa diminuição representa a possibilidade de desmembramentos de turmas de EJA e, por consequência, o aumento de mais professores para a modalidade.


Elogios

Aluno da Escola Municipal Caio Líbano Soares, Eliezer Rodrigues, de 52 anos, avalia que é necessário incentivo para que os mais velhos retornem aos estudos. “Precisei voltar aos estudos para ter uma oportunidade melhor aí fora. É importante esse investimento em pessoas na faixa de 40, 50, 60 anos. Um público que está precisando de serviço e é um pessoal que não tem escola suficiente, são poucas as escolas que oferecem horários para os que trabalham à noite. É importante ter turmas pela manhã e à tarde, mais próximas às residências.”
 


Para João Maicon Oliveira Macedo, 31, a modalidade representa a oportunidade de retomada dos estudos. “Fiquei afastado da escola por quase dez anos e tive a necessidade de retornar. É importante este investimento da Prefeitura. Estudo de manhã, trabalho à noite, e esse horário me permite prosseguir com os estudos. Vi que sou capaz e pretendo fazer uma faculdade e estou mais preparado para um concurso público.”
 


Carmina da Silva Martins, 69, ressalta a importância dos estudos. “Não tive oportunidade de estudar antes. Essa oportunidade é boa. Já aprendi a escrever meu nome, já sei pegar o ônibus porque aprendi os numerais. Tem um número bom de alunos e três professores ensinando a gente. Isso é muito bom.”


Matrículas

Maria do Carmo Souza, diretora da Caio Líbano, que é uma escola exclusiva da EJA, relata que as novas ações possibilitam melhorias para a modalidade. “Esse olhar mais cuidadoso em relação à Educação de Jovens e Adultos trouxe a possibilidade de muitos projetos novos, como turmas com foco na alfabetização, na preparação para o Enem e aulas de Educação Física.”
 


A coordenadora da Caio Líbano, Adriana Alice de Andrade Mesquita, reforça a opinião da diretora. “Com mais professores, foi possível diminuir o número de alunos em sala, mas isso não significa menos alunos, porque aumentamos o número de turmas. Em uma sala de 35 alunos é inviável o trabalho de qualidade. Já em uma sala com 30 alunos é possível um atendimento mais qualificado.”
 


A EJA recebe matrículas durante todo o ano. Os interessados em se alfabetizar ou dar continuidade ao processo de escolarização no Ensino Fundamental pode se matricular em qualquer momento. A modalidade atende estudantes a partir dos 15 anos e não tem limite para o ingresso, tanto que conta com alunos que já passaram da barreira dos 80 anos de idade.
 

 

13/07/2017. EJA. Fotos: Magi Mappa/PBH