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Treze garotas vestidas com uniforme branco de judô, posicionadas em duas fileiras, na fileira de trás as sete meninas em pé sorrindo e na fileira da frente seis meninas ajoelhadas juntamente com o professor ajoelhas.
Foto/ Divulgação

BH em Pauta: Escola Municipal representa BH em competição

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Todas as medalhas do judô dos Jogos Escolares de Belo Horizonte (JEBH) foram conquistadas por alunos de um único estabelecimento de ensino: a Escola Municipal Luiz Gatti, no bairro Maldonado, na região conhecida como Barreiro de Baixo. Às medalhas dos JEBH se juntam outras para a escola, que foi campeã em várias modalidades na quadragésima copa de judô, de nível estadual, realizado em junho, em Divinópolis.

Novas medalhas poderão se somar a essa ‘coleção’, uma vez que a Luiz Gatti é o único estabelecimento de ensino da capital inscrita na modalidade judô nos Jogos Escolares do Estado de Minas, com início no próximo mês.
 

No país do futebol, como explicar a conquista de tantas medalhas no judô por alunos de uma escola localizada em área de vulnerabilidade social? Judoca faixa preta e professor de Ciências da Luiz Gatti, Alberto Luiz Guerra Brandão tem a resposta. “Em meados do ano passado, elaborei o projeto que foi aprovado pela direção da escola, que em tempo recorde adquiriu os quimonos e os tatames para dar início às aulas.”
 

Guerra Brandão lembra que, na justificativa para obter o aval da escola para o projeto, ele discorreu sobre os benefícios desse esporte na vida da comunidade escolar. A atividade promove inclusão social, estimula a prática de exercícios físicos, contribui para melhoria da autoestima e também para superar e enfrentar desafios.
 

Além de autor da iniciativa, Alberto também é o único professor das aulas de judô para 40 alunos divididos em turmas de meninos e de meninas, de manhã e de tarde. Um dos alunos é o medalhistas Samuel Antônio Colomatre, de 13 anos, morador do bairro Diamante. “As primeiras informações que obtive sobre a prática do judô foram por meio do material distribuído pela escola para o procedimento de inscrição.”
 

Antes de praticar as aulas, ele diz que ficou em dúvida se ia gostar do esporte; hoje, porém, ele tem certeza de que o judô é uma paixão. “Com o judô, aprendi a importância da disciplina, do bom comportamento e do  respeito ao adversário”, conta. Pelo jeito, o quimono e o tatame vão fazer parte da vida por muito tempo. “Vou participar de vários campeonatos, ganhar muitas medalhas e representar o Brasil nas  Olimpíadas”, sonha ele.
 

Laysa Lobato, 13, mora nas proximidades da escola. É filha de pai mecânico e mãe cabelereira. Antes da divulgação das aulas de judô pela escola, nem ela nem a família tinham conhecimento sobre o judô. “No inicio das aulas, minha mãe ficava aflita com medo de que eu me machucasse.” Layssa afirma que as aulas de judô estreitaram a convivência com o professor e os colegas e aumentaram a autoestima, uma vez que ela “sai de casa para fazer uma atividade legal.”
 

As aulas e as medalhas conquistadas pelos alunos são um assunto que a vice-diretora Janaina Moreira de Nazaré tem prazer em falar. “Fiquei surpreendida com esse projeto, que em pouco tempo de execução obteve grande aceitação pelos alunos. Fico admirada com a qualidade de conservação dos quimonos, que é de responsabilidade das famílias. Também fico orgulhosa de saber que nossos judocas ganharam disputas com alunos de grandes escolas da rede privada.” 

 

JEBH

Os Jogos Escolares de Belo Horizonte foram promovidos pela Prefeitura de Belo Horizonte entre 6 de junho e 10 de julho, com a participação de 75 escolas de toda a rede de ensino da capital. “A realização dos JEBH contribuiu para a vivência de competição entre os alunos que praticam atividade esportiva e para dar visibilidade aos projetos esportivos praticados principalmente nas escolas públicas”, ressalta Fabiano Peres, coordenador dos jogos e gerente de Esporte Educacional da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.