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Duas vendedoras em loja de roupas.
Foto: Avanilton de Aguilar/PBH

BH em Pauta: De biomassa à confecção

criado em - atualizado em

Morador do bairro Lagoa, na região de Venda Nova, o cozinheiro aposentado Flávio Alves Andrade desenvolve um projeto de produção e comercialização de biomassa de banana verde, com a orientação técnica da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). O processo está em implantação e a distribuição dos produtos será implementada gradativamente. 

“Tenho a expectativa de um bom negócio, com um produto inovador, a biomassa de banana verde. Energético, sem glúten, auxilia no combate à diabetes, favorece o emagrecimento e substitui os produtos espessantes, sem perder o sabor. Em agosto, provavelmente, estaremos produzindo e comercializando os alimentos. Nossa produção será basicamente orgânica”, avisa Flávio, empolgado. 

Na década de 1970, Flávio fez um curso de cozinheiro no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e ajudou a desenvolver um projeto de arte culinária do Serviço Social do Comércio (SESC) Silas Velloso, em Venda Nova, mais precisamente de 1974 a 1978. 

Após trabalhar em várias empresas do ramo gastronômico, Flávio Alves criou o próprio buffet, em 1997. Com a orientação do Projeto BH Negócios, da Prefeitura de Belo Horizonte, o aposentado está se tornando, agora, um Microempresário Individual (MEI). Ele recebe apoio das oficinas que acontecem no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Lagoa.



Expansão 



Outra experiência orientada pelo Projeto BH Negócios é a confecção de Vera Lúcia Magalhães da Silva, moradora do bairro Jardim Leblon. Antes de receber a orientação do projeto, Vera Lúcia já tinha sua confecção e distribuição do seu produto, numa escala bem menor. 

Como a orientação do MEI, o empreendimento dela foi impulsionado e passa, no momento, por um processo de ampliação. Em 2015, ela fez um curso de empreendedorismo de quatro meses no Colégio Batista e, em 2016, participou da feira do Expominas, no Parque da Gameleira, já sob a orientação do BH Negócios, quando expandiu a produção. 

“Minha experiência com o BH Negócios tem sido muito boa. O projeto me ajudou muito a expandir meu negócio, apesar da crise pela qual o país está passando”, ponderou ela.

Outro morador do bairro Lagoa beneficiado pelas reuniões do projeto é Giovane Paulino, que trabalha no ramo de alimentação. Ele conta que vem obtendo sucesso com a orientação. “Eu trabalho com pão e pizza caseiros de vários sabores, como pão de torresmo, pão com creme de alho, broas caseiras e bolo no pote, de porta em porta. Esse é um trabalho que requer muito esforço e doutrina para dar certo. Com a ajuda de Deus e do Projeto BH Negócios, melhorou mais ainda”, comentou, satisfeito.
 


Desenvolvimento 



Em Venda Nova, as oficinas do Projeto BH Negócios ocorrem todas as quartas-feiras no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Lagoa (Rua José Sabino Maciel, 120) e abrangem gestão financeira, marketing de negociação, qualidade no atendimento e gestão empreendedora de negócios, além de outras atividades ministradas pelos parceiros, que vão desde a organização de vitrines até manuseio de alimentos. 

O BH Negócios é desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento (SMDE), com apoio da Federação Estadual de Micro e Pequena Empresa (Femicro). Com objetivo de apoiar o empreendedorismo, capacitando e incentivando a formalização do microempreendedor individual (MEI), o projeto é executado nas regionais Venda Nova, Leste, Barreiro e Centro Sul. 

Como MEI, o empreendedor se torna uma pessoa jurídica com CNPJ e possibilidade de acesso a microcrédito, produtos e serviços bancários, além de direitos e benefícios da Previdência Social.
 
 

Empoderamento da comunidade



O psicólogo Pablo Vinícius de Oliveira, técnico do serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), no CRAS Lagoa, ressaltou a importância do BH Negócios no desenvolvimento do protagonismo e empoderamento da comunidade. “Ele é uma via de protagonismo do pequeno empreendedor individual. Essa ação gera um impacto no contexto familiar, na medida em que ajuda as famílias, amenizando as possíveis vulnerabilidades econômicas. Em síntese, percebe-se um fortalecimento do território, a partir do momento em que se identifica a capacidade dos usuários na sua atividade empreendedora”, avaliou ele.