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Camisetas de times diversos fazem parte do acervo do Centro de Memória do Esporte e Lazer.
Foto: Vilma Tomaz/PBH

BH em Pauta: Centro de Memória do Esporte e Lazer

criado em - atualizado em
Na década de 70, milhares de pessoas lotavam o alto da avenida Afonso Pena, no bairro Mangabeiras, para acompanhar as manobras radicais em torneios oficiais de skate. Esses eventos eram realizados à época pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Esta e outras páginas da história do esporte na capital mineira podem ser pesquisadas no acervo do Centro de Memória do Esporte e Lazer (CEMEL), órgão da PBH vinculado à Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL).


O Centro possui mais de 40 mil itens documentais catalogados sobre a memória e a história do esporte e do lazer no município de Belo Horizonte, relacionados direta e indiretamente com o poder público municipal.


Desde a criação, em 2012, o CEMEL é coordenado pela professora de Educação Física e doutora em História Marilita Aparecida Arantes Rodrigues. Ela esclarece que o órgão é um misto de acervo arquivístico, museológico e bibliográfico que tem a missão de salvaguardar os documentos ligados não só à memória das ações realizadas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, mas, também, à memória dessas práticas culturais em nossa cidade.


“Com as competências voltadas à recuperação, preservação, pesquisa e comunicação acerca do esporte e do lazer, o CEMEL almeja constituir-se no lugar da memória dessas práticas na cidade, e, com isso, também preservar a história de Belo Horizonte e de seus habitantes” explica a coordenadora.


Os documentos, informações e objetos do Centro contribuem para as pesquisas dos estudantes de graduação, mestrado e doutorado, em especial os dos cursos de História e Educação Física.


Entre os frequentadores assíduos do CEMEL está Maria Cristina Rosa. “Tenho utilizado o acervo para realizar pesquisas sobre a história do lazer em Belo Horizonte nos primeiros anos da capital, bem como investigar ações referentes à realização de ruas de recreio e ruas de lazer, organizadas por diferentes instituições, nas décadas de 1960 a 1990, em Belo Horizonte e em outros munícipios de Minas Gerais”, afirma ela, que é professora de Educação Física e ex-coordenadora do Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (CEMEF) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).


De acordo com a professora, que possui doutorado na área, o acervo do CEMEL constitui um importante potencial de pesquisa para os trabalhos desenvolvidos, pela diversidade de tipos documentais disponibilizados, como entrevistas, fotografias, reportagens e livros. Todo semestre, ela leciona uma aula da disciplina História e Educação Física, do curso de bacharelado em Educação Física da UFMG, na sede do CEMEL. “Com essa atividade, meus alunos têm a possibilidade de conhecer a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, o Centro e o trabalho desenvolvido no local; e de ter acesso a resultados de pesquisas historiográficas sobre políticas públicas de esporte e lazer de Belo Horizonte realizadas por pesquisadores do Centro, aprendendo formas de utilizar o acervo e de fazer a escrita da história”, ressalta a professora.



Futebol

O acervo contempla vasto material sobre a história do futebol amador, que tem grande importância no movimento comunitário, na formação dos atletas e nos times profissionais. Desde o ano passado, o CEMEL ganhou reforço na pesquisa dessa modalidade esportiva, com a parceria da Fundação Municipal de Cultura na produção do Inventário do Futebol Amador em Belo Horizonte.


Segundo Raphael Rajão, historiador responsável pelo inventário, várias times de futebol amador sobreviveram aos anos e à falta de patrocinador, fato que demonstra a paixão e força desse esporte na comunidade. Cita os times do Ferroviário, fundado em 1928, no bairro Horto (região Leste), e o Venda Nova, em 1930, que atualmente disputa o torneio profissional da terceira divisão promovido pela Federação Mineira de Futebol.


Parte importante da história do futebol amador passa pela Copa Centenário, que é realizada pela PBH, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. O acervo fotográfico e de informações sobre a Copa Centenário, considerada como uma das maiores competições amadoras do Brasil, será exposto no seminário comemorativo da edição de 20 anos desse torneio, previsto para ser realizado nos dias 26 e 27 de outubro próximo, no Auditório JK, da PBH.



Atuação

O Centro de Memória atua nas linhas de atendimento ao cidadão e ao pesquisador, na realização de pesquisas e execução de projetos. Nesse último, destacam-se: Parceiros do CEMEL, doadores de acervo referentes à memória do esporte e lazer; Jogando com a Memória, participação de representantes da comunidade com trajetória no esporte e lazer na identificação das fotos; Memória Viva, processo de história oral que compõe o acervo de entrevistas sobre esporte e lazer na cidade.


As pesquisas do CEMEL são disseminadas para o conhecimento de vários segmentos da sociedade por meio da realização ou participação de eventos. Um deles, realizado em 2013, foi o seminário que discutiu as Memórias das Políticas Públicas de Esporte em Belo Horizonte.


Dentre as metas do CEMEL está a implantação de um banco de dados que vai disponibilizar online todo o acervo aos cidadãos interessados na memória esportiva e do lazer na cidade.


As informações sobre o Centro e a trajetória dele de pesquisas e dados da história do esporte estão no site da Prefeitura de Belo Horizonte, na página da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, ou por este link

O CEMEL fica na avenida Getúlio Vargas, 1.245, 4º Andar, no bairro Funcionários. Os telefones são (31) 3246-5111 / 7051.
 

01/09/2017. Centro de memória da Secretaria Municipal de Esportes. Fotos: Divulgação/PBH