A capital mineira reúne, nesta segunda (12) e terça-feira (13), no Minascentro, os principais nomes ligados às indústrias brasileira e alemã, no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, o mais importante evento da agenda bilateral entre os dois países. O Prefeito Fuad Noman participou da abertura do encontro, na manhã desta segunda-feira, ao lado do Vice-presidente, Geraldo Alckmin, do Governador de Minas, Romeu Zema, além do Vice-Chanceler da Alemanha, Robert Habeck, e de outras lideranças políticas e econômicas.

Com o tema “Novas abordagens sobre energia, clima e digitalização”, o encontro deste ano tem como objetivo debater a expansão de investimentos, fluxo comercial e novas formas de cooperação entre os países nos temas relacionados a cadeias de valor, sustentabilidade e economia circular.

“As previsões mostram que 70% da população mundial viverá em cidades até 2050, o que apresenta para nós, gestores, um cenário desafiador. Precisamos de encontros como esse, que nos trazem boas ideias e promovem importantes intercâmbios, para juntos conseguirmos repensar o nosso modelo de desenvolvimento, buscando o bem-estar social e a qualidade de vida sob uma perspectiva resiliente aos impactos causados pela crise climática”, afirma Fuad Nomam, Prefeito de Belo Horizonte.

Para Robert Habeck, o momento é de restabelecer o diálogo para objetivos que são de todos. “Queremos usar esse momento para enfrentar os desafios globais juntos, como democracias, e construirmos cadeias de valor verdes em todo o Atlântico, gerando mais prosperidade e proteção climática. O Brasil desempenha um papel fundamental no sentido da conversão de nossas economias para modelos verdes e mais sustentáveis”, afirma o vice-chanceler alemão.

Belo Horizonte: no caminho para ser a capital da inovação

Com uma população de mais de 2,5 milhões de pessoas, Belo Horizonte é o município mais populoso de Minas Gerais e a principal economia de um estado que possui PIB industrial de R$ 154,8 bilhões, equivalente a 11,2% da indústria nacional, e emprega mais de 1,14 milhão de trabalhadores neste setor. O estado é o segundo mais populoso do Brasil, com 21,4 milhões de habitantes, e tem o terceiro maior PIB do país, com R$ 571,5 bilhões.

 

Na política de carbono zero, Belo Horizonte receberá a primeira fábrica de hidrogênio verde da América Latina. O grupo Neuman & Esser (NEA) vai investir R$ 70 milhões na expansão do parque industrial e na construção de uma fábrica de geradores do combustível. A planta deve estar em funcionamento no prazo de um ano, com uma geração de 75 empregos diretos e cerca de 200 indiretos.

 

A capital faz parte, também, do principal corredor de negócios do país. Com localização privilegiada, a cidade se conecta com os principais mercados consumidores do Brasil, nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. No Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), startups e novos negócios têm um polo para crescer e se desenvolver, com incentivos fiscais concedidos pelo município, como o Programa de Incentivo à Instalação e Ampliação de Empresa (PROEMP). 

Cooperação Brasil-Alemanha

Desde 1974, Encontro Econômico Brasil-Alemanha reúne autoridades governamentais e lideranças empresariais para discutir novos investimentos e oportunidades de cooperação. O evento acontece anualmente, no Brasil ou na Alemanha, alternadamente, para estreitar relações e aprofundar parcerias estratégicas bilaterais.

 

A agenda oficial da 39ª edição do EEBA inclui seminário, rodadas de negócios, visitas técnicas, encontros paralelos de grupos de trabalho bilaterais e a reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica (reunião entre os governos dos dois países).

 

No âmbito de investimentos, doações recentes do país europeu para o Brasil somam R$ 362 milhões, em parcerias que envolvem o BNDES. A Alemanha é o segundo maior doador de recursos do Fundo Amazônia, já tendo aportado anteriormente EUR 54,9 milhões. Em janeiro deste ano, o BNDES anunciou a captação de 25 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões) com o banco de desenvolvimento alemão KfW para o FGEnergia.

 

A recém-anunciada captação é a terceira doação do banco alemão, que totalizará o apoio de cerca de EUR 90 milhões ao Fundo, permitindo ao BNDES avançar ainda mais nas agendas de clima e combate ao desmatamento, o que está alinhado aos objetivos e orientações estratégicos que norteiam a atuação do BNDES.