O Centro de Educação Ambiental do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (CEA-Propam) funciona em um casarão de 1929, construído em uma área verde de 10 mil metros quadrados, na Pampulha. Com 15 funcionários, entre servidores e estagiários, a sede do CEA fica na Rua Radialista Ubaldo Ferreira, nº 20, no Castelo. 

“Muitas pessoas não sabem o que funciona aqui. Estamos cercados por empreendimentos imobiliários, bem próximos da avenida Tancredo Neves, a principal via da região e as pessoas do bairro ainda não conhecem a riqueza dessa fazenda”, disse Edinilson dos Santos, coordenador do CEA-Propam.

Além das tradicionais atividades de educação ambiental, o Centro de Educação Ambiental do Propam recebe visitas de alunos de escolas de Belo Horizonte e Contagem. Elas participam do circuito de percepção ambiental,  complementadas por oito atividades externas de percepção ambiental, na Bacia Hidrográfica da Pampulha. São visitas ao Parque Ursulina de Andrade Mello, Estação de Tratamento de Águas Fluviais Ressaca-Sarandi, Igreja São Francisco de Assis, Sub-Bacia do Córrego Bom Jesus, Mirante Jardim Alvorada, Córrego Gandhi, Museu Casa Kubitschek, Estação de Reciclagem e Entulho.

"Os pequenos gostam de tudo, principalmente das capivaras. Já os alunos mais velhos, do ensino superior, por exemplo, querem saber mais sobre a engenharia ambiental, biologia, ou assuntos específicos. Eles são sempre focados”, contou Edinilson. 

Uma das salas do casarão, que no passado foi à sede da Fazenda dos Menezes, tradicional família de BH, hoje é adaptada para ser uma minibiblioteca com 2.400 livros, 656 periódicos e 364 documentos. Entre os assuntos, temática ambiental e cultural e áreas afins como ecologia, educação ambiental, recursos hídricos, e recuperação de áreas degradadas. A biblioteca disponibiliza também todo o acervo histórico e documental do Propam.

“Nós conseguimos algumas doações com a Fundação de Cultura, com funcionários e aos pouquinhos fomos montando um acervo que tem desde livros relativos ao meio ambiente como clássicos da literatura. A biblioteca é aberta e qualquer pessoa pode pegar livros emprestados”, conta Gisela Ribeiro, bibliotecária do Propam. 
 

Oficinas gratuitas 

Ana Claudia Vieira Pinheiro, de 44 anos, é moradora do bairro Castelo e no ano passado fez uma oficina gratuita de aplicação de feltro no CEA. “Eu tinha acabado de perder minha mãe, e resolvi fazer a oficina para ocupar a cabeça”. Ana Cláudia não imaginava que o curso iria despertar a vocação para empreendedorismo. “Foi meu primeiro contato com o feltro e eu acabei fazendo aplicações para vender. Estou muito atarefada nesse final de ano com encomendas”, comemora.

De acordo com Gisela Ribeiro, as oficinas são gratuitas. “Algumas pessoas buscam os cursos para, depois de aprender, conseguir uma renda extra. Tem gente que fez os cursos de crochê, strint art, flores de papel e, agora, estão produzindo artesanato para vendas. Várias alunas se tornaram professoras”, diz Gisela Ribeiro. 

É o caso da Adelaine Morais Gualtieri, 63 anos. Ela fez vários cursos no CEA e hoje ministra oficinas de crochê e até já teve um bazar na sua casa para vender seus artesanatos. “Eu tive um acolhimento maravilhoso dentro de Centro e Educação Ambiental. Aprendi fazer encadernação, strint art, papel artesanal, além de guirlanda de Natal. Fiz até um bazar na minha casa”, conta Adelaine.
 

Centros de Educação Ambiental 

O CEA é um centro de extensão que descentraliza as atividades em educação ambiental desenvolvida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) nas regionais. Atualmente, são sete unidades de Centro de Educação Ambiental na cidade.