26 July 2019 -
Termina na próxima semana as atividades do projeto Julho Pretas, desenvolvido pela Subsecretaria de Direito e Cidadania, por meio da Diretoria de Políticas para a Igualdade Racial, para marcar o dia Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. As atividades, oferecidas pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, buscam dar visibilidade também ao dia nacional de Tereza de Benguela e dia Municipal de Dona Valdete da Silva Cordeiro, também comemorados em 25 de julho.
O Julho Pretas promove atividades de conscientização e combate ao racismo valorizando o papel da mulher negra na sociedade. Para a diretora de Políticas para a Igualdade Racial, Makota Kisandembu, o Julho Pretas é um projeto de valorização e visibilidade. “Pensamos nessa atividade para as mulheres ‘invisíveis’ no nosso dia a dia. As que trabalham com limpeza, as ascensoristas, em quem geralmente não prestamos muita atenção, mas que são mulheres como quaisquer outras. Então, a ideia é discutir os racismos, as violências contra as mulheres, e aproximá-las das demais pessoas da administração, mostrando que temos vida para além do trabalho como servidores e servidoras”.
Na próxima segunda-feira, dia 29, será promovida uma conversa entre as servidoras da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e advogadas da Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). Na terça-feira, dia 30, as servidoras visitam a exposição NDÊ! Trajetórias afro-brasileiras em Belo Horizonte, instalada no Museu Histórico Abílio Barreto.
O lúdico como ferramenta de sensibilização
A poetisa Dora de Oliveira, presente na primeira atividade do evento, conta como usa a poesia como um caminho de alcançar o outro. “Muitas vezes a metáfora é aquele caminho que você escolhe para contar uma história. Então, usar essa técnica num poema permite chegar ao outro com mais facilidade. Pela maciez, pela mudança do sentido. É uma forma de chegar até o outro de forma mais suave. Facilita o nosso contato, facilita o entendimento do outro. É meu atalho para chegar ao lugar aonde a gente quer chegar”, reflete.
A contadora de histórias Adelaide Fernandes explica como o lúdico pode ser utilizado como ferramenta de integração. “Através do conto, através da história, podemos ser vistas e ouvidas. Através das histórias a gente pode transmitir coisas boas, verdades, que às vezes para falar de cara limpa fica mais difícil. O conto é magia e muitas verdades podem ser ditas de maneira meiga, afetiva, carinhosa através dessa ferramenta”.
Belo Horizonte: Dona Valdete da Silva Cordeiro
A lei 10.969, que reconhece o dia da mulher negra como Dia Municipal Dona Valdete da Silva Cordeiro foi sancionada em 13 setembro de 2016. Uma oportunidade de valorizar as mulheres negras e suas lutas para vencer a discriminação. Dona Valdete era líder comunitária do bairro Alto Vera Cruz, ex-coordenadora do grupo cultural “Meninas de Sinhá”, coletivo importante na defesa de direitos e luta pelo protagonismo das mulheres negras.
Programação
Dia 29 de julho
14h - Conversa com Advogadas da Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil/MG.
Tema: Racismos e violências contra a mulher negra
Local: Avenida Afonso Pena, 342, térreo – Centro.
Dia 30 de julho
12h - Visita à Exposição NDÊ! Trajetórias afro-brasileiras em Belo Horizonte
Local: Museu Histórico Abílio Barreto - Avenida Prudente de Morais, 202 – Cidade Jardim.
Dia 2 de agosto
8h às 17h - Exposição de poemas e recital de poemas com Dora Oliveira.
Local: Feira do PEC – Avenida Bernardo Monteiro, no quarteirão entre avenida Brasil e rua dos Otoni.