31 January 2018 -
Neste período pré-Carnaval, as aulas de dança e percussão do programa Superar, desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), ganharam novo ritmo e novos professores. Vinte alunos das aulas de dança e percussão do Centro de Referência Esportiva da Pessoa com Deficiência participam dos ensaios do bloco Chama o Síndico e prometem fazer bonito na avenida. Eles participam da abertura do desfile do bloco, que acontece no dia 7 de fevereiro, quarta-feira, às 18 horas, na avenida Afonso Pena (quarteirão do Parque Municipal).
A participação dos alunos se integra à temática do bloco “Respeito, Diversidade e Inclusão Social” e à formação acadêmica e prática de dois de seus dirigentes que estão à frente dos ensaios.
Patrícia Rocha, professora do curso de Educação Física da UFMG da disciplina Teoria da Atividade Física Adaptada, participa do ensaio como coreógrafa. “Os movimentos são adaptados em conformidade com a capacidade de mobilidade e de aprendizagem dos alunos”, explica.
Bruno Lima, musicoterapeuta e um dos fundadores do bloco, fala com entusiasmo sobre a parceria do “Chama o Síndico” com o programa Superar. “É uma oportunidade que temos de promover inclusão social numa festa popular e também estimular a participação das pessoas nas aulas de dança e percussão, que traz resultados positivos para o aluno com deficiência. Com a prática, melhora a coordenação motora, o estímulo cerebral, o potencial de atenção e a percepção espacial”, explica.
De acordo com o professor do Superar, Jairo Gontijo, as aulas de percussão tiveram início em março do ano passado e as aulas de dança são realizadas há quase 20 anos. “A parceria com o bloco trouxe animação para os alunos e também para suas mães que irão acompanhar seus filhos na abertura do desfile”, ressalta.
Preparativos
Deborah Netto Bruzzi de Carvalho, 35 anos, é aluna cadeirante das aulas de dança há 10 anos e está entusiasmada com a sua participação nos ensaios e no desfile no bloco. “Será a primeira vez que irei dançar em uma avenida, sempre fiz apresentações em escolas e teatros”, ressalta a dançarina que reside no bairro Concórdia, região Nordeste. No Superar, além da dança, ela participa das aulas de natação.
Márcia Mara Pinto, artesã e moradora do bairro Betânia entrou no clima de Carnaval desde o início do ano. Seu filho, Stanley Guilherme Magalhães, aluno das aulas de percussão, atletismo e basquete participa dos ensaios. “Aumentou muito a animação dele com as aulas de percussão em função da sua participação no bloco como percussionista”, comemora a mãe coruja.
A artesã Maria Aparecida da Silva Patrício é a mãe de Michele da Silva Patrício, aluna de dança e medalhista nas competições paradesportivas de natação e tênis de mesa. “A participação da minha filha como porta bandeira do bloco é um coroamento da sua paixão pela música e pela dança”, diz com orgulho.
Inclusão social
As atividades do Centro de Referência Esportiva da Pessoa com Deficiência fazem parte do programa Superar, cujo objetivo é promover a inclusão social da pessoa com deficiência por meio do esporte. A unidade do Superar está localizada à avenida Nossa Senhora de Fátima, 2.228, no bairro Carlos Prates, região Noroeste. Os 700 alunos têm oportunidade de participar de aulas de modalidades esportivas como atletismo, basquete, bocha, futsal, goaball, judô, natação, patinação, rúgbi em cadeiras de rodas, tênis de mesa e vôlei.
Segundo Fabiano Sena Peres, diretor de Formação Esportiva da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL), a participação destes alunos e alunas em atividades esportivas e de lazer, como a dança e a percussão, tem como objetivo a garantia de um atendimento inclusivo em sua plenitude e o reconhecimento das possibilidades das pessoas com deficiência.