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Agenda RIC 2025 promove atividades culturais que destacam a igualdade racial
Ricardo Laf

Agenda RIC 2025 promove atividades culturais que destacam a igualdade racial

criado em - atualizado em

Promover atividades voltadas à temática racial por meio da política cultural do município ou de parcerias. Esse é o objetivo da Agenda RIC 2025, uma iniciativa que integra o Programa Rede de Identidades Culturais (RIC), política permanente de promoção e reparação da igualdade racial da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura. No mês de junho, a Agenda RIC reúne uma série de eventos e atividades, como oficinas de capoeira, apresentações de dança e teatro, sessões de cinema e exposições.

Um dos destaques será o “Arraial da Teixeira”, festejo realizado pelo Quilombo Souza. Também está disponível o conteúdo virtual “Personalidades Negras” que homenageia Mestres e Mestras Quilombolas e Congadeiros de Belo Horizonte. A programação completa da Agenda RIC de junho pode ser consultada no Portal Belo Horizonte.

A Agenda RIC 2025 celebra os Quilombos, Congados e Reinados da capital mineira, visando potencializar as políticas públicas de reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira no processo histórico de construção de Belo Horizonte. Neste mês, a atividade tradicional que integra a Agenda RIC é o “Arraial da Teixeira”.

Realizada anualmente pelo Quilombo Souza, a festa contará com show da banda “Forró a Pé”, apresentação de quadrilha, DJs e as tradicionais barraquinhas de comidas típicas. O evento acontece no sábado (14), das 17h às 23h, no Quilombo Souza (Rua Teixeira Soares, 985, Santa Tereza). A entrada é livre.

No Teatro Marília, o projeto Terça da Dança apresenta, no dia 17, às 19h, os espetáculos “K-LICA” e “SOU”, do Grupo Corpo Cidadão. As montagens propõem um potente diálogo entre a dança contemporânea e a cultura do funk e do passinho, trazendo para o palco a pulsação das ruas e a poética das periferias.

O Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado recebe, no dia 20, às 20h, a apresentação “Tá Caindo Flor - O Aruanda Mostra o Folclore Brasileiro”, realizada pelo Grupo Folclórico Aruanda. Com figurinos elaborados e coreografias envolventes, o espetáculo valoriza expressões autênticas da cultura popular brasileira.

No Cine Santa Tereza, o destaque é a sessão comentada dos filmes “Perifericu” (2019) e “Sessão Bruta” (2022), como parte da Mostra Todas as Cores. A exibição aborda temas LGBTQIAP+ em interseção com raça e classe e será comentada por Vovó da ZN e Richard Cafézim. Os filmes são dirigidos e protagonizados por pessoas negras e indicados para maiores de 16 anos. A sessão acontece no dia 26, às 19h, e os ingressos podem ser retirados na plataforma Sympla ou na bilheteria do cinema, conforme disponibilidade.

Ações descentralizadas

A Agenda RIC 2025 também chega aos centros culturais descentralizados, com oficinas de capoeira e de dança, exposições, entre outras atividades. O Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira recebe a exposição “Erês: Guardiões da Alegria”, de Anandacolaa. Inspirada nos erês, espíritos infantis sagrados, a mostra retrata crianças negras como portadoras de luz, sabedoria e proteção.

Com cores vibrantes e elementos afrocentrados, as obras revelam a força e a alegria inerentes a essa representação digna e potente da infância, convidando o público a uma imersão sensível na cultura afro-brasileira. A mostra pode ser visitada de terça a sábado, das 9h às 19h.

O Centro Cultural São Bernardo recebe todas às quartas-feiras o projeto “Encontros para Dançar em Diálogo com Saberes Ancestrais”, da Escola Livre de Artes - Arena da Cultura. Trata-se de uma oficina na qual os participantes são convidados a vivenciar o prazer de dançar e estar em movimento e a ampliar a compreensão sobre a dança como campo artístico. A atividade é direcionada a maiores de 14 anos, que devem se inscrever no site www.pbh.gov.br/escolalivredeartes.

No Centro Cultural Vila Fátima, o público poderá visitar a exposição “AfroArte – Arte da Saúde”, com fotografias que capturam momentos de descoberta, orgulho e autoestima. A mostra é uma celebração da diversidade e foi realizada em parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Cáritas-MG. A visitação ocorre de terça a sábado, das 9h às 19h.

No dia 21 de junho, às 16h, o Centro Cultural Zilah Spósito apresenta o espetáculo infantil “A Lenda de Ananse: Um Herói com Rosto Africano”, do Grupo Teatro Negro e Atitude. Baseada na mitologia Achânti, a peça, que tem direção de Evandro Nunes, aborda de forma lúdica o respeito aos mais velhos e a valorização do saber ancestral, destacando um herói cuja força está na sabedoria adquirida com o tempo.

Personalidades Negras

Em junho, o conteúdo Personalidades Negras contempla a trajetória de Dona Maria Luiza Moreira.  Nascida  em 1886, a  matriarca do Quilombo dos Luízes, filha de Dona  Anna Apolinária e do Senhor Manoel Luiz Moura, construiu, com seu marido Vitalino Nunes Moreira e os filhos, o legado de resistência e orgulho que constitui a essência do Quilombo dos Luízes. 

O território dos Luízes, herança da linhagem de Maria Luiza e  Vitalino, já foi conhecido como  “Vila Maria Luiza”, em referência à trajetória da matriarca, que perpetuou a fé e a tradição de sua mãe, realizando, anualmente, desde  1895, a Festa de Sant’Ana. A tradicional celebração à santa padroeira da família é centenária e traz, até os dias atuais, os elementos principais estabelecidos por Maria Luiza,  a novena, realizada antes do dia da santa em 26 de julho, e o hasteamento da bandeira com a participação do congado.

Programa RIC

O Programa Rede de Identidades Culturais é uma política contínua que tem por objetivo ampliar a atuação da Cultura no âmbito das políticas permanentes e estratégicas de enfrentamento à discriminação racial e de fortalecimento das Culturas de Matrizes Africanas, como premissa para efetivação da diversidade e da democracia cultural em Belo Horizonte.

A iniciativa surgiu em 2023, tendo como motivação a celebração dos 20 anos da Lei 10.639, que alterou a Lei de Diretrizes Básicas da Educação e tornou obrigatório o ensino de História da África, cultura africana e afro-brasileira no currículo da educação básica. Além dos 15 anos da Lei 11.645 que, após cinco anos, alterou a Lei 10.639, incluindo a temática indígena.

Reflexo de uma demanda histórica, a iniciativa é institucionalizada pelas normativas que amparam a luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial, e traz ações internas e externas da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, tais como a Agenda RIC 2025 e o Conteúdo Personalidades Negras.

Serviço
Agenda RIC – JUNHO 2025

Programa Rede de Identidades Culturais – RIC

Todas as atrações têm entrada gratuita ou com ingressos a preços populares.

Programação completa: Portal Belo Horizonte