22 December 2023 -
Um encontro de vozes diversas e ideias transformadoras. Assim foi a 5ª edição do Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI BH), que ofertou 219 atividades gratuitas e reuniu mais de 27 mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos. Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Periférico, o Festival contou com cinco etapas, de setembro a dezembro de 2023, cumprindo seu objetivo de diversificar o público e descentralizar o projeto, fortalecendo ainda mais as cadeias criativas do livro e da promoção da literatura, além de contribuir para o acesso à cultura em todas as regionais da cidade.
Um dos destaques do evento foi a quarta etapa, que aconteceu no CCBB-BH, na Praça da Liberdade. Na ocasião, cerca de 2,4 mil pessoas participaram das oficinas e mesas de debates, que tiveram sua capacidade máxima atingida, e foram distribuídos cerca de 11 mil livros para estudantes e educadores da rede municipal de ensino.
Em pesquisa de satisfação realizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, com o apoio do Observatório do Turismo de Belo Horizonte, da Belotur, a avaliação geral do público apontou uma nota média de 9,2, o que consolida o sucesso do evento e a satisfação de quem esteve presente. Os resultados revelaram, ainda, que mais de 74% dos participantes tiveram suas expectativas atendidas em relação ao evento e 85,5% recomendariam o FLI a um amigo.
Para a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, o FLI BH é uma importante política pública do município dedicada à valorização e ao desenvolvimento da literatura e da leitura. "A Prefeitura de Belo Horizonte oferece ao público programação rica, extensa e contemporânea. Além disso, o Festival cumpre o papel de promover uma grande articulação entre editores e autores, possibilitando aos participantes o acesso a uma produção cultural potente e diversa. É Belo Horizonte reafirmando sua vocação de cidade literária", comemora.
A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, celebra a realização de mais um festival, que, em 2023, homenageou Lélia Gonzalez, pioneira nos estudos sobre feminismo negro no Brasil, e teve como lema “Vozes e ideias para vidas justas”. "A produção artística do FLI BH está sempre antenada com as mudanças sociais no país e homenagear a filósofa e escritora Lélia Gonzalez, uma referência nos estudos de gênero e raça no Brasil e América Latina, é um importante destaque da 5ª edição do festival. O FLI BH é também lugar de muita literatura infanto-juvenil incentivando a formação de público de leituras e bibliotecas, uma ação constante da Prefeitura de Belo Horizonte para estimular a cadeia produtiva do livro e do leitor".
FLI BH em cinco momentos
Concebido para abraçar a literatura em toda sua diversidade e potência, a partir das atividades oferecidas e da ampla gama de públicos, regiões e estilos contemplados, o FLI BH 2023 expandiu suas fronteiras. Em setembro, marcou presença na Expo Favela Minas, que ocorreu pela primeira vez no estado, com o objetivo de ampliar o protagonismo das vozes periféricas e celebrar a literatura nascida nas favelas.
No período de 6 a 10 de novembro, o festival proporcionou oficinas gratuitas nos 17 centros culturais da Prefeitura de Belo Horizonte, localizados em todas as nove regionais da cidade, tornando o acesso à cultura mais democrático e acessível. Além disso, em 11 de novembro, aconteceu o inspirador Circuito FLI BH de Livrarias, que contemplou a literatura em sua intersecção com a sociedade e outras formas de arte.
Entre 16 e 20 de novembro, no CCBB-BH, aconteceu um dos momentos mais especiais do FLI. Na ocasião, o evento reuniu quase 25 mil crianças, jovens e adultos, em 55 atividades gratuitas. Também foram lançados 88 livros ao longo dos cinco dias.
Com uma programação especialmente pensada para enriquecer as comemorações dos 126 anos da capital mineira, o último momento do 5º FLI BH promoveu oficinas, debates, narrações de histórias e outras atividades gratuitas, no período de 4 a 16 de dezembro. O evento aconteceu em Centros Culturais e Centros de Artes e Esportes Unificados da PBH, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil, em Bibliotecas Comunitárias e na Livraria Quixote, na Savassi, reforçando um dos nortes que guiam o Festival desde a primeira edição: promover a literatura em todas as regionais da cidade, incluindo públicos diversos.
A partir de uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SMED) foram distribuídos mais de 10 mil vales-livros para estudantes e mil para educadores de escolas municipais de Belo Horizonte durante o Salão. Os vales foram trocados pelas diversas obras disponíveis, que abrangem desde os clássicos da literatura infantil até as mais recentes criações. A feira literária contou com mais de 30 editoras, entre elas Dimensão, RHJ Livros, Aletria, Mazza Edições, Grupo Lê, Literíssima Editora e muitas outras.
Roberta Rodrigues Martins Vieira, Secretária Municipal de Educação, ressalta o trabalho conjunto que precisa sempre existir entre Cultura e Educação. “Não tem como não trabalhar junto. A Cultura está unida à Educação, tem que existir esse elo. E esse festival literário é uma grande festa para a cidade que oportuniza esse momento tão brilhante que é o contato com a leitura, que é tão transformador”, comenta.
CCBB
O pátio do CCBB foi palco para diversas apresentações artísticas, como saraus, espetáculos teatrais, narração de histórias e de dança. O Slam Clube da Luta foi um dos grandes destaques, que encheu o espaço com pessoas de vários lugares de Belo Horizonte e região metropolitana. O Slam Clube da Luta convidou a atual campeã da Copa do Mundo de Poesia Falada, a colombiana Lady la Profeta.
Durante o festival também aconteceram palestras ministradas por grandes nomes da literatura, como João Silvério Trevisan, agraciado três vezes com o Prêmio Jabuti. Na oportunidade, ele apresentou para o público o tema “Biblioteca da gente: tudo em todo lugar, ao mesmo tempo”.
Aniversário de Belo Horizonte celebrado no FLI
A cidade aniversariante foi homenageada por autores que pensam, escrevem e descrevem a cidade. Carlos Drummond de Andrade, que completaria 120 anos em 2022, também foi celebrado. Três artistas visuais realizaram a pintura de painéis ao vivo inspirados na obra do poeta e escritor mineiro, ao longo do ciclo de palestras ilustradas. Os painéis agora estão disponíveis para exposições itinerantes.
As oficinas trabalharam com a criação de livros de memória, produção de ilustrações e quadrinhos, modelagem de massinha, impressões tipográficas, cantigas e brincadeiras da cultura popular. Mesas de debate trataram de assuntos urgentes do nosso tempo: os desafios do combate ao racismo e à gordofobia. A importância do cuidado coletivo com o acervo das bibliotecas também foi enfatizada em palestras-show. Outro destaque foi o Slam, competição em que participantes declamam poesias em ritmo de rap.
A etapa final do FLI BH serviu para enfatizar a importante ligação do Festival com a capital mineira, como importante política pública da Prefeitura de Belo Horizonte que promove o encontro de vozes diversas, ideias transformadoras e ações formativas que fortalecem toda a cadeia criativa. Desde a primeira ação, em setembro, na Expo Favela Minas, buscou divulgar novos autores, ampliar o protagonismo de vozes diversas no campo literário e incentivar a leitura.