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3ª Semana de Cinema Negro de Belo Horizonte chega no Cine Santa Tereza
Divulgação/Hienas

3ª Semana de Cinema Negro de Belo Horizonte chega ao Cine Santa Tereza

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Promover um intercâmbio cultural Brasil-África, apresentar obras cinematográficas de realizadores brasileiros, do continente africano e das diásporas, além de apresentar filmes importantes para a história do cinema. Esse é o objetivo da Semana de Cinema Negro de Belo Horizonte. Nesta edição, que é a terceira, o Cine Santa Tereza participa do festival recebendo a mostra dedicada aos 50 anos do filme "Touki Bouki, a viagem da hiena", que é o primeiro longa do cineasta senegalês Djibril Diop Mambéty. Será exibido este e outros filmes importantes na carreira do diretor.

 

As sessões no Cine Santa Tereza acontecem de 15 a 17 de setembro com entrada gratuita. Os ingressos podem ser retirados no site www.sympla.com.br. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação completa da mostra pode ser consultada no site www.semanadecinemanegro.com.br.

 

Em sua terceira edição, a Semana de Cinema Negro de Belo Horizonte traz obras que contam a história dos cinemas africanos, filmes da diáspora caribenha e da artista multidisciplinar, cineasta experimental e escritora, Crystal Z Campbell, além de 27 filmes brasileiros contemporâneos selecionados a partir de chamamento público, homenagens a realizadores e ações formativas. No programa 50 anos de Touki Bouki, celebrando o cinema de Djibril Diop Mambéty, que será exibido no Cine Santa Tereza, a curadoria internacional propõe uma retrospectiva parcial com alguns dos filmes do diretor senegalês. Ao todo serão exibidas seis obras, incluindo dois filmes que compõem a trilogia inacabada “História de Gente Comum”: “A Pequena Vendedora de Sol” e “O Franco”. Além disso, o programa apresenta a versão restaurada do estonteante e irreverente filme "Hienas" e o sensível making of que Mambéty fez de "Yabaa" - filme de seu amigo estimado Idrissa Ouedraogo, de 1989. Encerrando essa homenagem a Mambéty, será exibido o documentário inédito no Brasil "O Príncipe de Colobane", de Laurence Gavron.

 

O filme “A pequena Vendedora de Sol” abre a mostra na sexta-feira, dia 15, contando a história de uma jovem de 12 anos que se desloca com muletas e luta para sobreviver e ajudar a avó cega, até que decide vender jornais, tarefa que era feita unicamente por garotos. Em seguida, será exibido “O Franco”, contando a história de Marigo, um músico falido que teve seu instrumento confiscado pela proprietária do imóvel onde mora, por não pagar o aluguel. Seu plano é comprar um bilhete na loteria nacional, na esperança de recuperar seu querido instrumento. Essa sessão será comentada pela curadora Vanessa Santos.

 

No sábado (16), será exibido o longa "Hienas", que conta a história de uma mulher do Senegal que volta à sua aldeia natal depois de viver exilada. Lá, enfrenta o homem que a engravidou 30 anos antes. O domingo, dia 17, começa com a exibição do filme   “Ninki Nanka, O Príncipe de Colobane” considerado uma espécie de making off, que traz o retrato do diretor Djibril Diop Mambéty, feito entre abril e maio de 1991, enquanto dirigia seu segundo longa-metragem, “Hienas”. O curta “Vamos Conversar, Avó” também faz parte da programação, no qual Mambéty dramatiza a relação da África contemporânea com a infância, ao mostrar a relação de uma avó e duas crianças em Burkina Faso. Essa sessão será comentada pela curadora Janaína Oliveira. E, por fim, a mostra se encerra com o aclamado “Touki Bouki - A Jornada da Hiena”, que traz a história de Mory, um vaqueiro motoqueiro, e sua namorada Anta, uma universitária, que sonham em trocar o Senegal pela França, buscando ascensão social. No caminho, frustram-se com a crueldade humana. Essa última sessão também contará com os comentários da curadora Janaína Oliveira.

 

Djibril Diop Mambéty - Com uma filmografia relativamente curta, Djibril Diop Mambéty ganha notoriedade por trabalhar questões recorrentes da situação política social do continente a partir de signos não convencionais, categorizando-o com um cinema experimental. Embora situado no mesmo momento de cineastas africanos engajados politicamente, ele carrega uma expressão única que restringe discursos igualmente engajados a partir da não linearidade e da liberdade poética. Djibril vai longe ao ser o primeiro a quebrar com padrões estéticos na cinematografia africana, e é com Touki Bouki que consegue impor um comunicado aos seus conterrâneos sem necessariamente filmar imagens expressas das relações coloniais.

 

Serviço

 

3º Semana de Cinema Negro BH - 50 ANOS DE TOUKI BOUKI, CELEBRANDO O CINEMA DE DJIBRIL DIOP MAMBÉTY

 

Local: Cine Santa Tereza - Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza - Praça Duque de Caxias

Data: de 15 a 17 de setembro de 2023

Classificação indicativa: Verificar na programação.

Ingressos gratuitos: www.sympla.com.br ou na bilheteria do cinema, 30 minutos antes da sessão

Programação completa: www.semanadecinemanegro.com.br