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Edição do FIQ BH aproxima quadrinistas e editoras na rodada de negócios
Divulgação: Ana Beatriz M. Baêta

Edição do FIQ BH aproxima quadrinistas e editoras na rodada de negócios

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A Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Lumiar realiza, entre os dias 3 e 7 de agosto, no Minascentro, o 11º Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte-FIQ BH. O evento é considerado o principal do gênero na América Latina, referência obrigatória para os quadrinistas. Esta edição traz como tema os “Quadrinhos e o mundo do trabalho” e contará com exposições, mostra de filmes, palestras, oficinas, mesas-redondas, sessões de autógrafos, bate-papos e atividades interativas, durante os cinco dias de festival. A programação é totalmente gratuita.

 

Um dos destaques do evento é a Rodada de Negócios, cujas inscrições já estão abertas e seguem até o dia 15 de julho. Os encontros, que vão ocorrer entre os dias 3 e 4 de agosto, são organizados com objetivo de ampliar o networking profissional, oferecendo aos quadrinistas a oportunidade de apresentarem os seus projetos às editoras convidadas. A iniciativa conta com o apoio do Sebrae e destina-se aos profissionais e projetos inscritos previamente e já selecionados pela organização do FIQ BH. São encontros com 10 minutos de duração, quando o trabalho passa por uma avaliação das editoras.

 

As editoras confirmadas para a 11ª edição do FIQ BH são: Balão Editorial, Conrad, Draco, Guará, Lote 42, Miguilim, Mino, Nemo, Pipoca e Nanquim, Seguinte, Veneta e Zarabatana Books. O espaço contará, ainda, com a presença de dois representantes de estúdios de animação que poderão buscar tanto por profissionais como por ilustradores, roteiristas e histórias que podem ser adaptadas para o audiovisual.

 

As inscrições podem ser feitas gratuitamente, exclusivamente via formulário disponível no site do FIQ BH. Cada candidato poderá se inscrever para até quatro encontros de 10 minutos.

 

Com curadoria da jornalista e quadrinista baiana Amma (Eunápolis) e do psicólogo mineiro e pesquisador da representação social do feminino em histórias em quadrinhos Lucas Ed (BH), a 11ª edição do FIQ BH trará uma programação plural, democrática e totalmente gratuita, dedicada a profissionais, crianças, jovens e adultos. O tema “Quadrinhos e o mundo do trabalho” irá abordar a dinâmica da profissionalização de agentes relacionados ao universo dos quadrinhos, frente às crises que o mercado tem enfrentado.

 

“Os quadrinhos não estão alheios às questões contemporâneas e, dentre elas, as relações de trabalho. As práticas, as profissões, os ofícios e novas questões adentram nas narrativas, mas não somente isso: quadrinistas são levados a pensar suas próprias relações com o trabalho. Como e onde publicar? Como viabilizar projetos? Editoras tradicionais, novas, pequenas, grandes, financiamento coletivo? As novas relações de trabalho, muitas vezes precarizadas, afetam todo o campo produtivo, impactando, inclusive, no público que, em uma das pontas desse processo, lida com o encarecimento do produto e com a disputa, muitas vezes desleal, entre as lojas online e as livrarias especializadas. O 11º FIQ BH propõe essa temática para que, ao dialogarmos sobre, possamos entender onde nos encontramos e para onde podemos ir”, diz Gabriel Nascimento, coordenador artístico do 11º Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte-FIQ BH

 

Homenageado

 

O FIQ BH terá como homenageado da edição 2022 o quadrinista, ilustrador e professor paulistano Marcelo D’Salete. Aos 42 anos de idade e com quase 20 anos de carreira, ele é um dos autores de quadrinhos mais premiados no Brasil, tendo ganhado um dos mais importantes prêmios de quadrinhos do mundo: o Eisner de melhor edição americana de material estrangeiro, em 2018, com a edição norte-americana de “Cumbe”. No mesmo ano, Marcelo D’Salete levou também o Prêmio Jabuti com “Angola Janga”, na categoria Histórias em Quadrinhos.

 

Suas obras mais aclamadas tratam da história da resistência à escravidão no Brasil pela ótica dos povos negros: “Cumbe” (2014) e “Angola Janga” (2017), ambas publicadas pela editora Veneta. “Angola Janga”, seu quadrinho mais recente, é fruto de uma pesquisa de dez anos sobre Zumbi dos Palmares, Ganga Zumba e o famoso quilombo. Além dos prêmios que conquistou, “Angola Janga” já é considerado pela crítica especializada como um dos mais importantes quadrinhos feitos e publicados no Brasil.

 

Identidade Visual

 

A quadrinista nascida em Manaus, radicada em Belo Horizonte, Laura Athayde, é quem assina a identidade visual da 11ª edição do FIQ BH. Ganhadora do troféu HQ Mix (2019) na categoria Publicação Independente de Autor, com o livro “Histórias tristes e piadas ruins”, a autora trouxe seu traço inconfundível para traduzir sua experiência enquanto leitora de quadrinhos, mesclando referências dos quadrinhos nacionais com mangás que lia durante a adolescência.

 

Sobre o FIQ BH

 

Em 1997, quando Belo Horizonte comemorou seu primeiro centenário, a capital foi sede de diversos eventos e homenagens. Um deles, em especial, chamou a atenção de todos, com convidados nacionais e internacionais de renome, transformando BH, pela primeira vez, no maior ponto de encontro latino-americano de HQs. Era a 1ª Bienal de Quadrinhos, realizada nos espaços nobres e históricos da Serraria Souza Pinto.

 

A partir de 1999, rebatizado como Festival Internacional de Quadrinhos - FIQ, o evento configurou-se como referência obrigatória para os quadrinistas e hoje pode ser considerado o principal do gênero na América Latina.

 

A edição presencial mais recente do FIQ BH, realizada em 2018, recebeu mais de 80 mil pessoas. O festival é um espaço de encontro entre profissionais e de troca de experiências artísticas e pedagógicas relacionadas à linguagem da arte sequencial. Além das diversas atividades oferecidas, artistas acadêmicos convidados estimulam a capacitação de profissionais e incentivam a formação de jovens quadrinistas.