30 November 2018 -
“Celular e direção não combinam mesmo”. Essas são as palavras de Rodrigo Guedes que, por pouco, não perdeu a vida num acidente, quando resolveu usar o telefone celular enquanto dirigia. Foi em 2012, em uma viagem a trabalho. Na estrada, chegando à cidade de Paraguaçu, no Sul de Minas, Rodrigo tentou ligar para um parceiro comercial. Com um olho na estrada e o outro no celular, ele acabou entrando na contramão em uma curva, batendo em um caminhão guincho. Rodrigo caiu em uma vala, desmaiou e teve muitas escoriações pelo corpo. “Foi uma questão de segundos e, por pouco, não perdi a vida”. A sorte dele foi que o airbag funcionou.
Mesmo com histórias como a do Rodrigo, que se repetem diariamente, e com o valor alto das multas, ainda tem muita gente que se arrisca. A gerente de Educação para a Mobilidade da BHTrans, Maria Augusta Gatti Vasconcelos, explica que a ação de falar e teclar no aparelho enquanto dirige ainda é muito comum, apesar de muitos reconhecerem que esse ato retira os reflexos imediatos. Maria Augusta lembra que também é muito comum acidentes com pedestres que insistem em atravessar a rua falando ao celular.
Em todas as palestras, programas e campanhas permanentes promovidas pela Prefeitura, por meio da BHTrans, o tema sobre os riscos do uso de celular dirigindo ou atravessando a via é abordado. O objetivo é sensibilizar motoristas e pedestres do perigo que correm nos deslocamentos pela cidade, diz Maria Augusta.
A BHTrans possui um programa permanente de educação para o trânsito voltado a alunos do Ensino Fundamental I até o Ensino Médio. Por meio do lúdico e do imaginário, uma equipe multidisciplinar de educadores da empresa ensina as crianças sobre o bom comportamento no trânsito. A BHTrans também participa na formação de professores para orientá-los sobre a abordagem dos temas trânsito e transporte nas disciplinas. Além disso, técnicos da BHTrans ministram palestras em outras instituições abordando assuntos sobre gentileza, compartilhamento de espaços públicos e hábitos seguros.
Terceira causa
O uso do celular ao volante é a terceira maior causa de morte no trânsito, segundo a Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), perdendo apenas para o excesso de velocidade e dirigir alcoolizado. De acordo com a associação, são cerca de 150 mortes por dia no país, uma média de 54 mil por ano.
Ao dirigir, o motorista precisa de toda a sua atenção voltada para o trânsito e o uso do celular diminui a sua concentração. O estudo da Abramet mostra que as reações dos motoristas ficam até 35% mais lentas enquanto estão usando o celular no volante.
Rodrigo aprendeu uma lição. “Hoje, antes de pegar no volante desligo o celular. Se eu precisar falar ou atender uma ligação, eu estaciono o carro. Minha vida vale mais do que isso”, afirma.
No 1º semestre de 2018, o número de multas aplicadas pelos agentes municipais pelo uso do celular ao volante aumentou 7,26% em relação ao 1º semestre de 2017. É a terceira maior infração na capital, ficando atrás apenas das infrações por fiscalização eletrônica e de estacionamento irregular/proibido.
Saiba o que diz a lei sobre o uso do celular
Não é permitido usar o celular enquanto estiver dirigindo. Para utilizar o celular, é preciso parar ou estacionar em um local permitido pela regulamentação.
É proibido:
- Dirigir segurando o aparelho;
- Dirigir manuseando o telefone celular, ou GPS afixado no painel.
- Dirigir usando de fones de ouvido.
O que pode:
- Usar o celular no modo viva-voz
- Olhar o GPS ou o Celular afixado no painel para orientação no trânsito. Se for necessário manusear o equipamento, é preciso estacionar o carro.
Pelo Código de Trânsito Brasileiro, o motorista deve dirigir sempre com as duas mãos no volante, com exceção apenas para fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha ou acionar equipamentos do veículo.
A infração por uso do celular na direção, antes considerada média pelo Código de Trânsito Brasileiro, passou a ser gravíssima em 2016, com multa de R$ 293,47.
