Pular para o conteúdo principal

Flores nas cores rosa escuro, rosa claro e branco ocupam parte de Jardim Botânico. Ao fundo, vegetação verde durante o dia.
Suziane Fonseca/PBH

Urina de foliões vai virar adubo para jardins da cidade

criado em - atualizado em

Pode parecer improvável juntar Carnaval e ciência, mas não é. Prova disso é o projeto P4Tree, parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, e o Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais, que chega a seu segundo ano na folia mineira. Depois de uma operação-piloto em 2018, o uso da tecnologia capaz de absorver o micronutriente fósforo (disponível no formato de fosfato) presente na urina e transformá-lo em adubo será ampliado e chegará a mais banheiros químicos durante a folia deste ano.


No ano passado, o P4Tree contou com seis cabines durante os quatro dias de carnaval. O sucesso foi tanto que, para esta edição, o projeto contará com 100 diárias de banheiros químicos que estarão dispostos em pontos estratégicos na avenida Brasil e na Praça Sete. A ação, que faz parte do eixo ‘Sustentabilidade e Inovação’ do Carnaval de Belo Horizonte, receberá identificação especial, além de uma equipe para orientar os foliões, informando-os sobre a tecnologia e objetivos do projeto.


Após a coleta, o material transformado em adubo será aproveitado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. A expectativa é que sejam produzidos 50 kg de fertilizantes a partir da retenção de fósforo da urina. O adubo será usado no Jardim Botânico e em jardins e parques da cidade.

 

Funcionamento do P4Tree


A ação será feita a partir da instalação de sachês de 200g do material P4Tree nos banheiros químicos identificados. Em contato com o xixi, o coletor irá filtrar e separar o fósforo do restante dos elementos presentes no reservatório. Para que não se tenha perda do material, as cabines do projeto ficarão em locais fixos, diferente do ano passado. Os sachês serão instalados cerca de uma hora antes do horário de início da programação de cada dia. Ao final de cada noite, será retirado o material. Na quarta-feira de cinzas, as amostras serão levadas para o laboratório de Química da UFMG, onde passarão por um processo de desinfecção.