1 March 2019 -
Preocupada com o volume crescente de resíduos gerados nos últimos Carnavais, a Prefeitura, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e da Belotur, planejou para este ano o reaproveitamento de materiais recicláveis que poderiam ir para o lixo. Cerca de 130 trabalhadores de cooperativas cadastradas estarão junto aos blocos de rua para a coleta de papel, metal e plástico.
O projeto de sustentabilidade, concebido a partir da ideia de cuidado com a cidade, ocorre em duas etapas. Na primeira, os catadores foram divididos em três grupos de 30 e 50 pessoas por dia. Todos utilizarão equipamentos de proteção individual, além de camiseta com a identidade visual da ação.
Ana Paula da Costa Assunção, chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização da SLU, revela que 12 blocos escolhidos pela Belotur são alvos dessa iniciativa. São eles Havayanas Usadas, Garotas Solteiras, Pisa na Fulô, Juventude Bronzeada, Ordinários, Volta Belchior, Quando Come se Lambuza, Bloco da Calixto, Pacato Cidadão, Angola Janga, Alô Abacaxi e Unidos do Barro Preto. “Belo Horizonte dá um importante passo no sentido de transformar os resíduos que antes tinham o aterro como principal destino em renda para muitas famílias”, comemora.
Para Ana Paula, é importante garantir o pronto atendimento na captação desses recicláveis. “Temos uma quantidade significativa de latinhas e plástico resultantes de embalagens de bebidas que agora poderão ser recicladas”, completa.
No dia 23, começou a segunda ação de sustentabilidade proposta para o período de Carnaval: a ampliação do número de pontos de entrega voluntária de recicláveis. Dez novos pontos fixos e seis pontos alternativos estão no caminho dos blocos que possuem atendimento dos catadores. Uma das medidas preventivas para garantir a segurança dos foliões é a instalação de 16 contentores para coletar recipientes de vidro.
Os coletores estão disponíveis na Praça Duque de Caxias; avenida Afonso Pena com rua dos Timbiras; avenida do Contorno com avenida Getúlio Vargas; avenida Fleming; avenida Getúlio Vargas com rua Rio Grande do Norte; Praça Afonso Arinos; rua São Luiz; Praça da Estação; Praça Rui Barbosa; rua Sapucaí; rua dos Guaicurus; avenida Brasil com avenida Bernardo Monteiro; Praça da Liberdade; Praça Diogo de Vasconcelos; avenida Afonso Pena com avenida Álvares Cabral e Praça da Assembleia.
Esquema especial
Desde o último dia 16, as equipes da SLU já trabalham com um reforço em seus serviços a fim de prestar o apoio operacional necessário para que os foliões se divirtam em espaços limpos e seguros. Mais de mil profissionais trabalham durante 24 horas por dia, conforme um planejamento estratégico que contempla a passagem de todos os blocos carnavalescos previamente cadastrados pela Prefeitura.
Foram destacados 1.256 garis atuando antes, durante e depois dos desfiles. “Como nos outros anos, a SLU pretende promover a normalização dos fluxos urbanos em um curto período de tempo,” é o que explica Andréa Pereira Fróes, diretora Operacional da SLU. Segundo ela, a mão de obra recebeu um incremento de 54%, representando um acréscimo de 50% na área a ser atendida. “Dias antes do começo da festa, foram realizadas a capina e a remoção dos resíduos mais pesados, como nas deposições clandestinas porventura existentes”, lembra a diretora. “Assim que há a dispersão dos foliões, nossas turmas iniciam a limpeza para que os próximos blocos encontrem tudo limpo”, garante.
No ano passado, foram 800 contêineres com capacidade para 240 litros de lixo e, em 2019, serão mil unidades. Isso representa um aumento de 20% no número de coletores disponibilizados para a população. O chefe do Departamento de Serviços de Limpeza da SLU, Pedro Assis Neto, ressalta a importância dos foliões colaborarem com o serviço de varrição realizado pelos garis. “Pedimos que os sacos de resíduos confinados em alguns pontos para a coleta não sejam violados, para que todos aproveitem a festa com mais conforto e segurança”, adverte. “Logo os caminhões recolhem os rejeitos e dão a eles a destinação correta,” afirma.
Nos dias de folia, os serviços regulares de limpeza urbana, como as coletas domiciliar e seletiva, serão mantidos em todas as regiões da cidade, inclusive nos lugares onde não estão previstos eventos de Carnaval. “A cidade precisa estar limpa em tempo integral também para aqueles cidadãos que não vão se envolver com a festividade”, pondera Pedro Assis.
Desde o início da folia, dia 16 de fevereiro, já foram recolhidas 150 toneladas de resíduos, o que corresponde a 21.428 sacos de lixo cheios.
Somente no último fim de semana, a SLU contabilizou cerca de 91 toneladas de lixo. Embora haja proibição da venda de bebidas em recipientes de vidro pelos ambulantes, as equipes de limpeza urbana recolheram seis toneladas desse material desde o início da folia, que foram encaminhadas às cooperativas de catadores de materiais recicláveis.