3 January 2019 -
De olho na saúde humana, animal e ambiental, a Secretaria Municipal de Saúde tem intensificado as ações de zoonoses para vigilância, prevenção e tratamento da esporotricose, conhecida também como “doença do jardineiro” que atinge principalmente gatos e humanos.
Em 2018, a Diretoria de Zoonoses realizou diversas capacitações de técnicos de nível superior e dos Agentes de Combate às Endemias, para que durante as vistorias e visitas realizadas às residências, eles possam identificar casos suspeitos. “Eles trabalham no território e têm acesso às casas das pessoas. Por isso, eles foram capacitados quanto ao reconhecimento de casos suspeitos para que as ações de vigilância possam ser iniciadas o mais rápido possível”, explicou Maria Helena Franco Morais, referência técnica da Diretoria de Zoonoses.
Além disso, as secretarias municipais de Saúde e de Meio Ambiente também investiram em parcerias com o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais e com faculdades de medicina veterinária. Foram realizados seminários e capacitações com o objetivo de reforçar e homogeneizar a atuação de instituições, profissionais, organizações não governamentais e protetores dos animais que atuam na área. Um importante fruto dessa parceria foi a realização de uma atividade acadêmica dos cursos de Medicina Veterinária e Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica.
Foi realizado um concurso de vídeos educativos produzidos pelos próprios alunos, nos quais eles explicam o que é a esporotricose. Os trabalhos foram selecionados e divulgados nas redes sociais. Os dois ganhadores foram escolhidos por meio de uma banca examinadora dos vídeos e pelo número de curtidas dadas pelos internautas. “Esse trabalho foi de extrema importância, pois, além de capacitar os alunos, possibilitou uma ampla divulgação para a população, o que é fundamental para esclarecer o cidadão sobre a doença e formas de prevenção”, reforçou Maria Helena.
Atendimento na Rede SUS
A notificação da esporotricose em Minas Gerais é compulsória e em Belo Horizonte a doença é considerada de “interesse municipal” desde fevereiro de 2018. Foi construído um protocolo de enfrentamento da doença humana, que estabelece os fluxos de atendimento aos pacientes. O tratamento é dermatológico e oferecido integralmente pelo SUS. A porta de entrada é o centro de saúde, que, posteriormente encaminha para os serviços de referência.
Na capital, de 2015 a 2018, foram noticiados cerca de 100 casos em humanos e mais de 500 casos em animais. É importante ressaltar que todos os centros de saúde da capital estão preparados para atender a população. Em caso de suspeita da doença, procure a unidade mais próxima da sua casa.
Medidas de prevenção
A prevenção da esporotricose passa principalmente pela prevenção e controle da doença nos gatos. A melhor forma de prevenir a infecção é evitar que os gatos fiquem soltos e acessem a rua, onde podem se infectar no ambiente ou em contato com outros gatos. Castrar os animais também é uma medida importante para reduzir o instinto de sair às ruas, as brigas e o cruzamento, que é um momento importante para a infeção. A doença tem tratamento e os animais podem e devem ser tratados. Em casos de suspeitas, procure o serviço de controle de zoonoses mais próximo da sua casa e nunca abandone seu animal.