Conhecer a riqueza arquitetônica e cultural do cemitério mais antigo da capital mineira é o principal objetivo do projeto “Visitas Guiadas ao Cemitério do Bonfim”, que inicia sua programação para o ano de 2020 no próximo domingo, 16. A atividade, oferecida pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) em parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA), tem a orientação de sua idealizadora, a historiadora e professora do Programa de pós-graduação da Escola de Design da Uemg, Marcelina das Graças de Almeida.

A primeira visita do ano deverá oferecer aos participantes a oportunidade de conhecer um “espaço singular, com um acervo riquíssimo que não pode ser visto em outro lugar”, como destaca Marcelina. Além disso, quem participar da atividade também vai “conhecer histórias ímpares do ponto de vista etnográfico e religioso, como os túmulos de devoção marginal, ou aquelas que não são oficializadas pela igreja”, afirma a historiadora.

Boa parte do público que participa da visita guiada consiste em historiadores, profissionais das áreas da Arquitetura, Turismo, Artes Visuais e Design, além de estudantes e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. No entanto, a visita tem o objetivo de apresentar a história do espaço a qualquer cidadão ou turista que tenha curiosidade e amor à arte. 

Os interessados em participar das visitas guiadas ao Cemitério do Bonfim devem se inscrever, gratuitamente, pelo e-mail agenda.visitasbonfim@pbh.gov.br ou pelo telefone (31) 3277-7286. As vagas para a atividade, que acontece um domingo por mês, sempre às 9h, são limitadas. Confira todas as datas da atividade no calendário anual.

O Cemitério do Bonfim

Inaugurado em 8 de fevereiro de 1897 pela Comissão Construtora da Nova Capital, o Cemitério do Bonfim, como é conhecido, é o mais antigo da cidade. O local é fonte de pesquisa de vários profissionais devido a seu acervo histórico, caracterizado por esculturas decorativas de túmulos e mausoléus. Muitas são de autoria de escultores italianos que vieram para o Brasil em fins do século XIX. Em todo o Cemitério, podem ser observadas obras de arte de estilos diversos, desde a Belle Èpoque e Art Déco, até o modernismo brasileiro.

O Cemitério do Bonfim é um importante patrimônio cultural da cidade, abrigando túmulos de personagens históricos como Padre Eustáquio, o ex-presidente da República Olegário Maciel, ex-ministro da Marinha Raul Soares, Julia Kubitschek (mãe de Juscelino Kubitschek), jornalista e escritor Roberto Drumond, entre outros.

Carregado de significados, o local desperta a curiosidade e interesse de estudiosos, visitantes e comunidade em geral.