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Projeto utiliza mudas da Mata Atlântica em revitalização de áreas degradadas
Foto: Divulgação/PBH

Projeto utiliza mudas da Mata Atlântica em revitalização de áreas degradadas

criado em - atualizado em

O projeto Montes Verdes trouxe uma nova cara para o Parque Fernando Sabino, área verde de mais de 180 mil metros quadrados em pleno território urbano de Belo Horizonte, no bairro Paquetá. O solo, antes cenário de incêndios criminosos, foi recebendo gradativamente o plantio de árvores frutíferas e espécies nativas da Mata Atlântica, algumas que se encontravam, inclusive, em extinção. O projeto, que foi piloto no Parque, é resultado de um trabalho conjunto da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), da Copasa e da Associação de Moradores do Fazenda da Serra, no Bairro Paquetá, na região da Pampulha. 

Iniciado em 2016, com o trabalho de seleção de áreas aptas a receber plantios, o projeto identificou, ao longo do processo, a escassez de algumas espécies vegetais voltadas à recuperação da multiplicidade presente em florestas naturais situadas próximo de Belo Horizonte. Dessa forma, a atividade tem a função de identificar, catalogar, caracterizar e propor planos de revegetação de áreas degradadas da capital. 

O foco primário do projeto são as áreas públicas municipais, utilizando, para sua execução, recursos humanos existentes na própria Prefeitura, doações e recursos advindos das compensações do licenciamento ambiental. O objetivo é chegar a um modelo que permita induzir e revegetar áreas verdes ou de preservação permanente (APPs) entre outras, de modo eficaz, desburocratizado e a baixo custo para, num futuro próximo, replicá-lo a outras áreas da capital. 

“Temos que preservar áreas como essas e expandir iniciativas que fazem com que áreas verdes de Belo Horizonte possam ser preservadas. Este é o nosso foco e pra onde está sendo direcionado o nosso estudo”, afirma o secretário Municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck. 

Em geral, a recuperação de uma área de Mata Atlântica demanda quantitativos superiores a 80 espécies vegetais, havendo dificuldade de se obter tal variedade no mercado. Produzidas em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Floresta Nacional de Passa Quatro, essas espécies vêm para suplementar este trabalho, com condições favoráveis para o reflorestamento. 

“Esta parceria que firmamos com a Floresta Passa Quatro/ICMBIO foi um grande sucesso para a nossa iniciativa. O que torna este acordo benéfico é a alta capacitação da equipe do ICMBIO, bem como a possibilidade de produzirmos mudas de espécies nativas com baixo custo a partir de sementes coletadas em Belo Horizonte, muitas delas de pouco interesse comercial, dificultando sua compra no mercado”, explica Mário Werneck. 

Atualmente, o programa de indução à recuperação de áreas degradadas em Belo Horizonte também desenvolve ações em espaços como as áreas verdes da Serra do Engenho Nogueira, o Parque Trevo, Vila Cemig, Morro das Pedras e Barragem Santa Lúcia, no Parque do Bicão. Todas estas ações são desenvolvidas por meio do plantio de milhares de espécies de flora e manutenção dividida entre equipe técnica do município e comunidade local. 

A atividade, que mostra inovação e cuidado com os espaços públicos da capital, pretende fazer disso um legado e um hábito permanente. “Seria ótimo se moradores de outros bairros também se engajassem e adotassem e cuidassem junto com a PBH de áreas verdes da cidade. Precisamos manter vivos esses pulmões verdes da capital. Seria fantástico se esse projeto se expandisse por toda Belo Horizonte”, pontua o secretário.