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PBH firmou parceria com o Mercado Central, por meio do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte
Rafael Costa

Prefeitura de Belo Horizonte celebra parceria com Mercado Central

criado em - atualizado em

A Prefeitura de Belo Horizonte firmou parceria com o Mercado Central, por meio do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH), para a mostra “Memorial Antônio dos Cocos chega ao APCBH”. Os documentos da mostra – que incluem folders, fotografias e publicações – foram selecionados do acervo doado pelo Mercado à instituição. A mostra ficará aberta ao público até o dia 30 de junho, no hall do APCBH. Depois da exposição, a APCBH vai dar início ao tratamento e organização da documentação recebida, que conta a história de um dos espaços mais representativos da cultura da capital mineira.

A secretária municipal de Cultura e presidente interina da Fundação Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca que essa parceria será fundamental para a preservação e a valorização da memória desse ícone da cultura mineira. “Ao unir esforços, garantimos que a história e os documentos valiosos acumulados ao longo de 95 anos sejam tratados adequadamente, organizados e, finalmente, disponibilizados à população”, completa Eliane.

Para o presidente do Mercado Central, Ricardo Vasconcelos, a parceria com o Arquivo Público da Cidade possibilita que mais pessoas tenham acesso aos documentos que contam a história do Mercado. “Os documentos estavam guardados em gavetas e agora estarão disponíveis para todos que quiserem pesquisar sobre o Mercado Central de Belo Horizonte”, conclui Ricardo.

A documentação recebida contribui para diversas pesquisas sobre abastecimento, cultura, sociedade e economia da capital mineira. A parceria entre o Arquivo Público da Cidade e o Mercado Central de Belo Horizonte permitirá a organização e a preservação da memória do Mercado, além de divulgar sua história por meio de exposições, publicações e conteúdos digitais diversos.

Sobre o “Memorial Antônio Dos Cocos”

O Memorial Antônio dos Cocos foi inaugurado em 2007, em uma das salas da administração do Mercado Central de Belo Horizonte. O memorial constitui um acervo de documentos diversos, reunido pelas administrações do Mercado Central, ao longo de décadas. O acervo foi organizado com a ajuda da Universidade Estácio de Sá e recebeu o nome de Antônio dos Cocos, em homenagem a uma das grandes lideranças do Mercado ao longo da história e por representar a passagem do Mercado Municipal para o Mercado Central. O Memorial sempre esteve aberto aos pesquisadores interessados na história do Mercado, tendo sido consultado para a produção de teses e de dissertações.

Antônio Custódio Tavares, conhecido como Antônio dos Cocos, participou do movimento de arrematação do terreno do Mercado Municipal, junto a outros feirantes, em 1964, que fundaram o Mercado Central. Foi presidente do Mercado Central por dois mandatos e também da Ceasa. Antônio começou a trabalhar no Mercado Municipal na década de 1950 como ajudante em uma floricultura. Era empregado e, com a ajuda do patrão, conseguiu alugar um espaço no Mercado e iniciar o seu negócio. Das flores diversificou para produtos como rapadura, amendoim, canjica e outros. O grande negócio foi a venda de cocos. Foi em 1962 que o império dos cocos foi fundado e Antônio Custódio passou a ser conhecido como Antônio dos Cocos.

Sobre o Arquivo Público Cidade de Belo Horizonte

O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH) é o órgão da Prefeitura de Belo Horizonte responsável pela gestão, guarda, preservação e acesso aos documentos produzidos ou recebidos pelo poder executivo municipal. Criado em 1991, cuida também de parte do acervo da Câmara Municipal de Belo Horizonte e de documentos privados de interesse da população belo-horizontina. A sede atual conta com mais de 1.500 metros lineares de documentos textuais e 1,2 milhão de itens documentais como fotografias, fitas de vídeo, cartazes e revistas.

A história do Mercado Central

O Mercado Central foi criado em 7 de setembro de 1929 com o nome de Mercado Municipal. O então prefeito Cristiano Machado reuniu os feirantes num terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, centralizando o abastecimento da cidade. As barracas de madeira se enfileiravam nos 14 mil m² do terreno descoberto, circundado pelas carroças que transportavam os produtos. Essa iniciativa da municipalidade surgiu da necessidade de reunir, num só local, os produtos destinados ao abastecimento dos seus 47 mil habitantes à época. Devido ao crescimento exacerbado da capital mineira, estruturar melhor o espaço de comércio de gêneros alimentícios foi uma estratégia do poder público para atender a demanda crescente do abastecimento alimentar.

O Mercado Municipal, com intensa atividade, funcionou até 1963, quando o então prefeito Jorge Carone resolveu vender o terreno, alegando impossibilidade de administrar a feira. Os comerciantes do local se organizaram, criaram uma cooperativa e compraram o imóvel da Prefeitura em 1964. Dessa forma, com participação ativa dos comerciantes, o Mercado ampliou suas atividades, expandiu seus negócios e se transformou em um núcleo não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato e de comidas típicas, tornando-se um ponto turístico da capital e um espaço identitário da cidade. Hoje, o Mercado Central está entre os locais mais visitados de Belo Horizonte e do Brasil e é uma referência internacional em gestão de mercados.

Serviço

Mostra | Memorial Antônio dos Cocos chega ao APCBH

Até 30 de junho, de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h.

Entrada gratuita

Local: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (Rua Itambé, 277 - Floresta)