5 August 2021 -
O prefeito Alexandre Kalil e a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Regina Goulart Almeida, visitaram na tarde desta quinta-feira, dia 5, o Centro de Tecnologia em Vacinas (CT Vacinas da UFMG), onde tem sido desenvolvido um imunizante contra a Covid-19, SpiN-TEC. O trabalho feito por pesquisadores da instituição mineira conta com o patrocínio de R$ 30 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte, garantindo os estudos das fases clínicas 1 e 2 da vacina. O coordenador do CT Vacinas da UFMG, Ricardo Gazzinelli, acompanhou o prefeito e a reitora na visita aos laboratórios.
Ao comentar sobre o convênio entre a PBH e a UFMG, o prefeito Alexandre Kalil cobrou maior participação do governo federal para assegurar os estudos da terceira fase clínica da vacina – que tem um custo estimado em R$ 300 milhões. “Nós temos que avisar a todos e a todas que saúde é dinheiro, saúde não é papel, é investimento. Tecnologia e desenvolvimento custam caro. Então, temos que estar atentos para que a gente reúna deputados federais, senadores, governo de Minas, para nos unirmos todos para que o governo federal assuma e Minas Gerais seja protagonista de vacinação como já foi da Meningite”, afirmou.
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida enalteceu a importância do apoio financeiro da Prefeitura de Belo Horizonte para o desenvolvimento da vacina mineira. "O prefeito, logo que ele soube das nossas apreensões e temores de que não pudéssemos chegar a começar a fase 1 e 2 dos testes clínicos, ligou e ofereceu uma ajuda que foi muito importante em um momento decisivo", disse.
As fases clínicas 1 e 2 do desenvolvimento da SpiN-TEC englobam a testagem em adultos saudáveis sem exposição prévia à Covid-19, que deve começar ainda em dezembro deste ano. Essa fase é requisito para a realização da terceira etapa e aprovação da vacina junto à Anvisa. Caso os testes confirmem a segurança e a eficácia da vacina, o imunizante deverá chegar ao mercado ainda em 2022.
Os recursos repassados pela Prefeitura serão usados pela UFMG para custear despesas relacionadas à manutenção e experimentos com os animais, compra de reagentes (para avaliação da resposta imune, produção e formulação das vacinas), produção de lotes de teste para análise da Anvisa, supervisão dos ensaios, preparo da documentação de pedido de registro, execução dos testes pré-clínicos e duas etapas dos ensaios clínicos.
Próximas etapas
Pesquisadores da UFMG devem começar até dezembro as primeiras aplicações da SpiN-TEC em seres humanos. É justamente nessa etapa do cronograma que devem ser investidos os R$ 30 milhões do patrocínio da Prefeitura de Belo Horizonte. A esses recursos também vão se somar R$ 3 milhões de emendas parlamentares de deputados estaduais e federais.
Na fase pré-clínica, quando foram feitos estudos com camundongos, hamsters e primatas, o CT Vacinas desempenhou aportes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Em razão do sucesso da fase pré-clínica, os pesquisadores encaminharam à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no fim de julho, o pedido de autorização para execução das fases 1 e 2.
Na fase 1, os pesquisadores pretendem demonstrar a segurança do imunizante, com a aplicação da vacina em 40 voluntários. Na segunda etapa, aproximadamente 300 voluntários serão testados para verificar se a fórmula provoca ou não uma resposta imune ao novo Coronavírus.
Nas duas fases, os participantes serão pessoas vacinadas com as duas doses da CoronaVac (Instituto Butantan/Sinovac Biotech). Portanto, a meta é fazer a SpiN-TEC se tornar uma dose de reforço, uma terceira aplicação.
E na terceira fase, os pesquisadores terão o objetivo de demonstrar a eficácia da vacina em milhares de pessoas, geralmente de diferentes perfis do público-alvo. O custo estimado dessa terceira fase é de R$ 300 milhões. Caso os estudos clínicos avancem as três fases e a vacina receba o aval sanitário da Anvisa, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) deve produzir as doses da SpiNTec na fábrica do Bairro Gameleira.