A Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e a Fundação Municipal de Cultura (FMC) também participam do Carnaval de Belo Horizonte e uniram esforços com a Belotur para oferecer diversas programações culturais durante o período oficial da folia, entre 27 de janeiro e 18 de fevereiro. Para além da diversão dos blocos de rua, Escolas de Samba e blocos caricatos, serão oferecidas atividades culturais descentralizadas, em vários equipamentos ligados à pasta da Cultura localizados em toda a cidade. O investimento da SMC e FMC para a valorização e promoção do Carnaval em 2024 soma mais de R$ 800 mil, incluindo Inventários do Carnaval e do Samba, além das atividades culturais programadas e ações de fomento que ocorrem durante todo o ano por meio de projetos financiados pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LMIC).

Oficinas de adereços e percussão, exposições, apresentações artísticas, bailes para crianças e adultos, Carnavalzinho e exibição de filmes estão entre as mais de 40 atividades disponíveis nos equipamentos culturais públicos municipais, como os Centros Culturais, os Museus, o Cinema, a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil, entre outros. A programação também visa valorizar os artistas locais durante todo o ano, com o apoio para ensaios de Blocos de rua e Escolas de Samba, a partir da cessão de espaços públicos geridos pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, e reitera a importância do Carnaval como patrimônio cultural de Belo Horizonte.

Segundo Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura, foi feita uma força-tarefa e há muito entusiasmo em apresentar a programação descentralizada do Carnaval de Belo Horizonte. “Em resposta ao pedido do prefeito Fuad Noman, vamos promover uma grande mobilização para levar as festividades a todas as regiões da cidade. A meta é ampliar as atividades em todas as regionais, fortalecendo os talentos locais e estreitando os laços com os territórios. A partir dos nossos equipamentos culturais e projetos como o Circuito Municipal de Cultura, estamos trabalhando uma experiência única para todos os belo-horizontinos. Esse é o momento de culminância da política pública realizada ao longo de todo o ano”, destaca.

Para Luciana Féres, presidente da Fundação Municipal de Cultura, a programação atinge todas as idades. “O objetivo é oferecer uma celebração inclusiva, onde cada cidadão possa vivenciar a verdadeira essência do Carnaval, contribuindo para uma cadeia produtiva vibrante e apoiando blocos e personagens que fazem parte dessa grande festa. Convidamos a todos, neste mês de fevereiro, para uma celebração que transcende fronteiras e leva o Carnaval até cada regional de Belo Horizonte”, ressalta.

Com ações lúdicas, formativas, apresentações artísticas e atividades que resgatam a memória do Carnaval na cidade, a programação promete uma celebração única e inesquecível para todos os participantes. Todas as atrações são gratuitas, e as informações detalhadas estão disponíveis no Portal Belo Horizonte.

Destaques da Programação

No Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado (TRBM), o Bloco Magnólia promete encantar os foliões. O Bloco se apresentará no dia 8 de fevereiro, levando ao público um repertório de Jazz que é referência dos cortejos de Nova Orleans. O espaço do TRBM também é palco para o lançamento do Samba Enredo da Escola de Samba Canto da Alvorada e para a 2ª Mostra Artístico Cultural, que acontecem no dia 25 de janeiro, e para o Carnavalzinho do TRBM, tradicional celebração que reúne atrações diversas para o público adulto e infantil no dia 7 de fevereiro.

O Cine Santa Tereza celebra a rica cultura do Samba e do Carnaval com o “ESPECIAL CURTA O SAMBA”, no período de 6 a 9 de fevereiro, que exibe diversos longa-metragens com uma jornada cinematográfica pelo ritmo vibrante e suas histórias, homenageando grandes nomes como Cartola, Noel Rosa e Carmen Miranda. Também na programação, a mostra “MELODIAS DA VIDA: CINEBIOGRAFIAS MUSICAIS", uma seleção de 20 cinebiografias musicais que mergulham nos bastidores, triunfos e desafios de ícones musicais.

Os Museus municipais realizam atividades que celebram e refletem a história do Carnaval. No Museu da Moda, o destaque fica com a exposição "Clara Nunes - Eu sou a tal mineira", aberta de quarta a sábado, das 10h às 18h. A mostra mergulha nos aspectos marcantes da trajetória da icônica cantora Clara Nunes, explorando a relação da artista com a moda e o Carnaval. Já no dia 16 de janeiro, às 18h30, a Velha Guarda do Samba e a Corte Momesca 2024 participam de uma visita mediada à exposição, em parceria com a Belotur, compartilhando memórias e histórias sobre o Carnaval. O Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte disponibilizará, durante o mês de fevereiro, uma seleção especial de vídeos sobre o Carnaval na capital, no Canal MIS no YouTube.

As atividades oferecidas pelos Museus Pampulha também abraçam a temática do Carnaval e prometem momentos de descontração e atividades educativas para o público. A Casa do Baile - Centro de Referência em Arquitetura, Urbanismo e Design promove o "Baile do Pitangomangolotango", em 8 de fevereiro, das 17h às 19h. O público poderá curtir uma matinê aberta com muita música, dança e referências ao Carnaval, celebrando os 80 anos do espaço. Já o Museu Casa Kubitschek oferece oficinas de estandartes em 3 de fevereiro e de máscaras com bailinho de carnaval em 17 de fevereiro, celebrando a tradição carnavalesca da Pampulha.

Os Centros Culturais e Bibliotecas também estão prontos para a folia: oficinas, exposições, bailes e encontros literários estão programados em locais como o Centro Cultural Alto Vera Cruz, Centro Cultural Bairro das Indústrias, Centro Cultural Jardim Guanabara, e muitos outros. Durante todo o mês de fevereiro, a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte - BPIJ BH oferece a "OFICINA FANTASIA ORIGINAL", com leituras de poemas seguidas de confecção de máscaras de Carnaval. O Circuito Municipal de Cultura também promove diversas ações nos Centros Culturais da capital, como oficinas de criação de adereços de Carnaval, Bailinho de Carnaval e Oficina de Percussão.

Ensaios de Blocos de Rua

Em preparação para a celebração, inúmeros blocos de rua realizam ensaios para o Carnaval 2024 em espaços geridos pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura. Diversos desses encontros também aconteceram durante todo o ano de 2023, e seguem acontecendo durante as próximas semanas que antecedem a celebração.

No Teatro Francisco Nunes, o Bloco Queixinho já realizou vários encontros nos últimos meses. Cinco Centros Culturais também acolhem os ensaios de mais de 10 blocos da capital. O Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira recebeu o ensaio do Bloco Anda com Fé e do Bloco Afro Angola Janga. O Centro Cultural Padre Eustáquio recebe os ensaios dos blocos Pena de Pavão de Krishna, Havaianas Usadas, Juventude Bronzeada, Daquele Jeito, Pé de Chinelo, Atenção Creuzebeck e Circuladô. O Centro Cultural São Bernardo recebe ensaio do Bloco Chama Que Vem, e o Centro Cultural Vila Marçola, o ensaio do Bloco Seu Vizinho.

Inventário sobre o Carnaval e Inventário do Samba como Patrimônio Cultural

As ações da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura na promoção do Carnaval também envolvem importantes realizações de reconhecimento e valorização da festividade como patrimônio. Essas ações buscam fortalecer o vínculo da cidade com o Carnaval e motivar a vocação de Belo Horizonte para a celebração. Com o objetivo de conhecer de forma mais profunda a história do Carnaval na cidade e firmar esta celebração cultural como Patrimônio Cultural da Cidade, a SMC e a FMC já deram início ao Inventário sobre o Carnaval de Belo Horizonte. Este Inventário impactará e agregará valor simbólico na realização do Carnaval da capital, recuperando e registrando informações preciosas para a manutenção e valorização da festividade.

O Inventário do Samba como Patrimônio Cultural de Belo Horizonte também se enquadra como uma importante ação executada pela SMC e FMC com o objetivo de configurar um Inventário Cultural e um Dossiê de Registro sobre o samba na capital. O estudo está em desenvolvimento e tem previsão de finalização em junho de 2024. Ele é realizado por meio de convênio firmado entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Universidade Federal de Minas Gerais, sob coordenação da Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura e execução pelo Projeto República da UFMG, com participação de representantes do samba da cidade, conformando uma pesquisa participativa com protagonismo dos sambistas de referência para esse segmento cultural da capital mineira.

História do Carnaval de Belo Horizonte

A primeira folia em Belo Horizonte aconteceu antes mesmo da inauguração da cidade, em janeiro de 1897, quando os operários que construíam a nova capital se organizaram em um desfile de carros e carroças, da Praça da Liberdade até a Afonso Pena. Esse movimento espontâneo foi o pontapé inicial para o surgimento dos blocos caricatos, destaques do carnaval nos primeiros anos de BH e até hoje parte da programação.

Na primeira metade do século passado, a região da Lagoinha, no Centro, era o foco do principal movimento carnavalesco. Foi lá que surgiu, em 1947, o primeiro bloco de rua da cidade, o Leão da Lagoinha, ativo até hoje. Ali, bem perto, aconteceu também o primeiro desfile de escola de samba, da Agremiação Pedreira Unida, formada por moradores da Pedreira Prado Lopes. Mas foi a partir de 1975 que o belo-horizontino começou a entender o que é multidão. Pergunte a qualquer local qual é o evento mais marcante do pré-carnaval da cidade que a resposta é certa: a Banda Mole. A festa, que acontece na Av. Afonso Pena, tem como marco a criatividade e a tolerância, e promove desfiles com trios elétricos e milhares de foliões de vários estilos.

Desde a década de 1980, os desfiles das escolas de samba e dos blocos caricatos estão no calendário oficial. A cada ano, eles competem pela atenção dos jurados e do público em apresentações na avenida Afonso Pena, que durante o evento se transforma em uma grande passarela. Durante o carnaval, a Corte Momesca é quem comanda a festa e a cidade. Eleitos todos os anos por meio de concurso realizado pela Belotur, os representantes recebem das mãos do prefeito a chave simbólica da capital.

Em 2018, foram 3,8 milhões de pessoas curtindo a festa em Belo Horizonte. Mais de 400 blocos de rua em todas as regiões da cidade, 9 palcos com 76 atrações musicais, desfiles de escolas de samba e blocos caricatos e mais 118 eventos paralelos. O Carnaval de Belo Horizonte segue em construção, baseado no diálogo e na escuta. Em 2019, com a consolidação do tema “É de todo mundo”, as ruas da capital mineira receberam cerca de 4,3 milhões de foliões, durante os 23 dias de período oficial da festa (em 2017 haviam sido 3 milhões e, em 2018, 3,8 milhões de foliões).

Para os adeptos do carnaval de rua, em 2019 foram 410 blocos, que fizeram 447 cortejos. Nos oito palcos oficiais, espalhados por 5 regionais da cidade, se apresentaram cerca de 65 atrações. Para quem gosta de avenida, foram realizados desfiles de 8 escolas de samba e 11 blocos caricatos. Além do público e das atrações, o patrocínio ao Carnaval de Belo Horizonte também aumentou. A proposta vencedora do edital, oferecida pela empresa “Do Brasil Projetos e Eventos”, foi de R$ 10,5 milhões em verba direta, sendo R$ 4,5 milhões para 2019 e R$ 6 milhões para 2020, além de planilhas de estruturas e serviços no valor de R$ 8,3 milhões para cada ano. A soma do patrocínio nos dois anos chega a R$ 27,16 milhões, o que gera uma economia significativa nos investimentos por parte da Prefeitura.

Em 2023, 374 blocos ocuparam as ruas de Belo Horizonte, e desses, 95 foram contemplados pelo edital da prefeitura. 5,25 milhões de foliões, dentre eles 226 mil turistas, ocuparam as ruas durante o período de 4 a 26 de fevereiro de 2023, e foram movimentados R$ 720 milhões na economia de BH, gerando cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.

Para 2024, a previsão é reunir 5,5 milhões de pessoas, sendo 250 mil turistas, e o Carnaval já tem seu período oficial definido: de 27 de janeiro até 18 de fevereiro de 2024. Na preparação para a grande festa, o tradicional concurso para eleger a Princesa, Rainha e Rei Momo do Carnaval abre alas para a folia.  O Kandandu, encontro de blocos afro de Belo Horizonte reconhecido pelo Ministério dos Direitos Humanos como uma das principais ações de promoção de igualdade racial do país, realiza a abertura oficial da festa. A celebração vai contar com cerca de 400 blocos de rua dos mais variados estilos: samba, rock, pop, forró, entre outros. Os blocos caricatos, genuinamente belo-horizontinos, marcam a cultura mineira na passarela. A programação também conta com o Desfile de Escolas de Samba de BH, composto por 13 agremiações: a criatividade dos carros alegóricos e fantasias, o suingue das baterias e a atuação dos destaques são alguns dos aspectos avaliados por um grupo técnico de jurados, que elege a campeã do Carnaval. Festas privadas e shows de artistas nacionais também compõem a diversa programação associada.

O Carnaval de Belo Horizonte segue em construção, baseado no diálogo e na escuta. Viabilizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, a operação do evento na cidade envolve 40 órgãos — entre municipais, estaduais, federais e privados — que garantem infraestrutura, mobilidade, limpeza urbana, saúde, conforto e segurança para a folia.