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Três garis tiram grande volume de resíduos de boca-de-lobo.
Foto: Pedro Antônio de Oliveira/PBH

PBH retira 20 toneladas diárias de resíduos de bocas de lobo

criado em - atualizado em
Se você é uma daquelas pessoas que pensam que um simples papel de bala jogado no chão não faz a menor diferença, é melhor rever seus hábitos. Mesmo possuindo 26 mil cestos coletores para resíduos leves e mantendo um exército de garis nas ruas de Belo Horizonte, a Prefeitura retira, somente das 60 mil bocas de lobo espalhadas pela cidade, de 10 a 20 toneladas de resíduos, por dia. Todo mês, são 400 toneladas de lixo, o que representa 5 mil toneladas, por ano. 


“É o que todo mundo já sabe, mas precisa praticar de maneira efetiva. A sujeira que vai parar nas galerias pluviais pode aumentar os riscos de alagamentos em períodos chuvosos, já que grandes volumes de água encontrarão obstáculos para o escoamento”, adverte Pedro Assis Neto, chefe do Departamento de Serviços de Limpeza da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). “Por isso, também pedimos aos comerciantes que atuam em restaurantes e lanchonetes que jamais descartem sobras de comida e gordura nas bocas de lobo, pois atitudes assim poderão agravar a situação.”


E não é só isso. “Aos moradores que estiverem realizando reformas em suas casas e às construtoras de qualquer porte, a SLU recomenda que nunca despejem restos de obras ou concreto nas bocas de lobo, pois essa ação é altamente perigosa por obstruir a passagem das águas das enxurradas”, alerta. Pedro Assis ainda orienta que o cidadão não deixe areia e brita na calçada para não serem levadas pelas chuvas. “Esse material pode facilmente ser depositado no interior das bocas de lobo, com difícil remoção por parte das equipes.”


Um imenso desafio para os agentes da SLU é realizar a limpeza dos bueiros quando se deparam com carros estacionados sobre as grelhas das bocas de lobo. “Além de danificá-las com o peso, ainda atrasa as ações rotineiras”, lamenta o chefe. “São caminhões, vãs e todo tipo de veículo pesado”, destaca Pedro.
 

 
Aumento do lixo

Pela experiência de vários anos monitorando a limpeza em BH, Denilson Pereira de Freitas, gerente responsável pelas ações na região Centro-Sul, aponta algumas prováveis causas do avanço do lixo em períodos sazonais. Em geral, as áreas mais afetadas são os pontos comerciais dos bairros. “O aumento da circulação de pessoas nessas áreas, em época de festas e nas férias, reflete-se no acréscimo do consumo de alimentos nas ruas e, por consequência, maior quantidade de embalagens de papel e plástico indo para o chão”, observa.


Denilson chama a atenção para o aumento da oferta de panfletos com propaganda de produtos e viagens de início de ano e carnaval, além de anúncios de comida em restaurantes a quilo. “O número significativo de manifestações na Praça Sete, por exemplo, e a presença de outros grupos que se reúnem em áreas públicas do centro da capital poderão igualmente contribuir para o excesso de lixo encontrado nas vias, já que, após os protestos, as equipes de limpeza encontram muita sujeira deixada para trás”, esclarece. “Até mesmo o crescente número de cidadãos em busca de emprego no hipercentro pode explicar o aumento de alguns resíduos provenientes de lanches rápidos.” 


Em todo caso, previne Denilson, o importante é que cada cidadão compreenda que sua ação interfere diretamente na vida do outro. “A cidade que queremos para hoje e para o futuro só será construída com a consciência e a participação de todos”, finaliza.

 

 

24/01/2018. Limpeza Bocas de Lobo. Fotos: SibellyMoraes e Pedro Antônio/SLU