26 December 2022 -
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2022 em Belo Horizonte demonstra que 0,9% dos imóveis pesquisados na capital estão com a presença da larva do mosquito. Ou seja, os agentes da Secretaria Municipal de Saúde encontraram focos do Aedes aegypti em aproximadamente 1 a cada 100 imóveis visitados. De acordo com a padronização do Ministério da Saúde, o índice de infestação larvária recomendado para minimizar o risco de epidemia é de até 1%. O indicador da capital é considerado de baixo risco.
O LIRAa identifica as áreas da cidade com maior proporção/ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes. O levantamento foi realizado em cerca de 45 mil imóveis e apontou que 83,3% dos focos do mosquito estão em ambiente domiciliar.
A pesquisa também indica quais os criadouros predominantes nas áreas. Os cinco principais encontrados foram: pratinhos de plantas (26,5%); inservíveis (19,2%); recipientes domésticos (10,2%); barris/tambores (7,5%); e pneus (6,3%).
O município adota todas as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, que são de responsabilidade do poder público, para reduzir a ocorrência de casos de dengue, chikungunya e zika.
Confira o LIRAa em 2022:
Regional Índice Risco
Barreiro 0,7% Baixo
Centro-Sul 0,5% Baixo
Leste 1,1% Médio
Nordeste 1,1% Médio
Noroeste 0,8% Baixo
Norte 0,7% Baixo
Oeste 0,4% Baixo
Pampulha 1,2% Médio
Venda Nova 1,7% Médio
Total de BH 0,9% Baixo
Tabela de risco
Alto risco: índice maior ou igual a 4%
Risco médio: índice de 1% a 3,9%
Risco baixo: índice abaixo de 1%
Com o resultado do LIRAa, há um maior direcionamento nas ações de combate à dengue, zika e chikungunya, com prioridade nas regiões com maior infestação. “Os trabalhos são realizados em todo o município. Com o LIRAa vamos intensificar uma determinada ação em pontos de atenção, como exemplo, onde o criadouro predominante foi inservível vamos ampliar os mutirões de limpeza. Com relação aos pratos de plantas, os Agentes de Combate a Endemias, que já repassam essa orientação, darão mais ênfase durante as vistorias nos imóveis”, explica o subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.
Ações
Durante todo o ano, a Prefeitura de Belo Horizonte mantém as ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Os Agentes de Combate a Endemias percorrem os imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água e que podem se tornar potenciais criadouros do mosquito, além de orientar sobre como eliminar estes criadouros e, se necessário, fazer a aplicação de biolarvicidas. Em 2022, foram realizadas cerca de 4 milhões de vistorias dos Agentes de Combate a Endemias com esse objetivo.
A Secretaria Municipal de Saúde também mantém a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local e em função de uma avaliação ambiental pelas equipes de Controle de Zoonoses. Em 2022 foram realizadas ações com uso UBV em cerca de 23 mil imóveis. O produto tem o objetivo de eliminar o mosquito em sua fase adulta, em que o vírus pode ser transmitido. A aplicação é realizada com equipamentos especiais e o trabalho ocorre, de preferência, pela manhã ou no final da tarde.
O monitoramento de focos é feito ainda por meio de drones, cujas imagens tem facilitado a identificação de possíveis focos em locais de difícil acesso para as equipes de Agentes de Combate a Endemias. Os drones também são utilizados para a aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco, quando estes são de difícil acesso para a equipe de Zoonoses. Até o momento, foram realizados 143 sobrevoos com a identificação de quase 17 mil prováveis focos em potencial nas nove regionais do município.
Há também a expansão do método Wolbachia e a continuidade das liberações progressivas dos mosquitos em todas as regiões do município. O método é complementar às demais ações de controle e prevenção da dengue, zika e chikungunya executadas durante todo o ano pelo município de Belo Horizonte. A Wolbachia é um microrganismo intracelular e não pode ser transmitida para humanos ou animais. Mosquitos que carregam o microrganismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo assim, o risco de surtos das doenças e da febre amarela. Cabe ressaltar que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti.