“+SAMBA” é o último álbum de Marku Ribas, gravado em 2013, ano em que o artista mineiro faleceu, vítima de um câncer no pulmão. Lançado em 2016, o disco póstumo trouxe 12 músicas inéditas que, como o título adiantava, se debruçavam sobre o samba, uma das grandes paixões de artista. Também em 2016, "+SAMBA" ganhou um emocionante show de lançamento, organizado pelas artistas e filhas do músico, Julia e Lira Ribas, e pelo trombonista Leonardo Brasilino. O espetáculo voltou a ser apresentado em 2022, no evento “Marku Day, num projeto criado para celebrar os 75 anos do artista.

É justamente esse show que o Música de Domingo, projeto especial do Teatro Francisco Nunes, apresenta neste domingo, dia 21 de maio. Intitulado “+SAMBA: Marku 75 Anos”, o espetáculo acontece às 11h, no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados on-line ou no Teatro, uma hora antes do show.

Mais informações nas redes e no site do Circuito Municipal de Cultura, projeto que é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Odeon.

“+SAMBA”

Produzido pelo violonista Lucas Teles e pelo trombonista Leonardo Brasilino, com direção musical de Barral Lima, "+SAMBA" guarda um lugar afetivo especial para as filhas de Marku. “Trabalhei com papai direto, por sete anos, e ele acompanhou meus 29 anos de carreira. Já Lira, que era profissional do vôlei na época, não participou tanto desse processo; mas papai esteve muito presente no início dela no teatro, ficava super animado. E foi Lira quem o acompanhou durante todo o desenvolvimento de ‘+SAMBA’, já perto de sua partida. Para nós, essas trocas com ele foram muito importantes. Como filhas, como artistas. Este disco tem um significado intenso neste sentido, no que diz respeito ao legado de Marku, já que foi o último trabalho que ele gravou”, conta Julia Ribas.

 

Lira Ribas relembra a fase de concepção do último álbum de Marku, quando ela estava responsável por cuidar do pai, cujo câncer já estava em estado avançado. “Eu nunca tinha trabalhado com papai, ‘+SAMBA’ foi minha primeira e única oportunidade. Na época, eu estava cuidando dele e o acompanhei em todos os compromissos do disco. O levava ao estúdio, ficava com ele nos ensaios. Era tudo muito emocionante. Ele, eu, minha irmã e os músicos; todos estavam muito felizes de viver aquele momento. Mas estava bem debilitado e partiu antes de finalizar o álbum”, afirma a artista.

 

O disco foi gravado três meses antes de o artista falecer, na época que ele comemorava 66 anos de idade e 50 de carreira. "Tudo em ‘+SAMBA’ foi intencional. Papai queria que um quinteto gravasse o disco e pediu a Brasilino continuar o processo, caso não fosse curado. Chamava Brasilino de ‘meu maestro’. A partida dele foi bem bonita. Gravou feliz e partiu. Os meninos do quinteto tiveram um contato intenso com ele, que mostrou anotações sobre músicas que gostaria que estivessem no show de lançamento, muitas que estão no meu repertório há anos”, diz Julia.

 

Para o show de lançamento, as duas irmãs, juntamente a Brasilino, reuniram no palco o quinteto responsável pela gravação do disco, que protagonizou um espetáculo à altura de Marku Ribas - que foi cantor, compositor, ator, dançarino e percussionista; que deixou 12 álbuns gravados; que tocou com nomes como Nara Leão, Djavan, Chico Buarque, João Donato, Tim Maia, Marcelo D2, Emílio Santiago e até os Rolling Stones. Nos anos seguintes, a apresentação foi realizada apenas outras duas vezes: no já citado "Marku Day", em 2022; e no festival “Minas Canta Marku”, em 2019, num show com as cantoras Marina Machado e Eda Costa.
 

Show no Circuito

O show “+SAMBA: Marku 75 Anos”, que chega ao Circuito Municipal de Cultura, conta com a mesma formação que gravou o disco e executou a apresentação de lançamento do disco. Além dos vocais de Julia Ribas e Lira Ribas (que também assina a direção de arte do show), sobem ao palco do Teatro Francisco Nunes: Leonardo Brasilino, no trombone; Lucas Teles, no violão; Digão Nargel e Abel Borges, na percussão; e Lucas Ladeia, no cavaco.

 

O repertório inclui canções de “+SAMBA” e sambas de outros trabalhos de Marku, entre elas “Alerta Geral”, “Se a Onça Morrer”, “Jeito de Felicidade”, “Samba de Lira”, “Anais do Samba”, “Quimbanda”, a icônica “Zamba Ben” e “Choro Para Marku” - música de Lucas Teles, composta em homenagem ao artista, que é a única do show que não é assinada por Marku.

 

Julia Ribas celebra a oportunidade de apresentar o show numa data tão próxima ao aniversário de 76 anos de Marku, nascido em 19 de maio de 1947. ”Fazer ‘+SAMBA’ na semana em que papai comemoraria seu aniversário será maravilhoso, pois era um homem que celebrava a vida. Ele foi uma pessoa de uma energia incrível; tão incrível que minha filha o ama, mesmo não o tendo conhecido. Esta será, sem dúvida, uma edição especial. No Teatro Francisco Nunes, um espaço que foi tão significativo para ele”, afirma.

 

Para Lira Ribas, shows como o do Música de Domingo somam esforços à missão de espalhar o legado de seu pai. “A obra de Marku fala por ele. É importante que as pessoas escutem sua música, absorvam a mensagem que ele traz, desse lugar da diáspora africana. Era um cara do interior, de Pirapora, que morou em vários lugares, como nos Estados Unidos, que foi várias vezes à África. Um artista potente, que criou em várias linguagens, falou de sua ancestralidade negra, foi político, social, e deixou uma obra eterna. Minas Gerais precisa saber que tem um artista do mundo; e um artista preto”, finaliza Lira.
 

Música de Domingo

Nascido na década de 1950, o Música de Domingo apresentou uma programação ininterrupta até 2009. O projeto especial do Teatro Francisco Nunes foi retomado em 2019 e, com a pandemia da Covid-19, teve suas atividades interrompidas. Intrinsecamente conectado à história de Belo Horizonte, o Música de Domingo voltou à programação da cidade em setembro de 2021, com uma programação musical quinzenal, que acontece nas tardes de domingo e abarca as mais variadas facetas da música instrumental e cantada. Entre agosto de 2022 e março de 2023, foram realizadas quatro edições, com público total de 1.154 pessoas, que receberam as atrações Percussão Circular convida Sérgio Pererê, Dudu do Cavaco convida Tavinho Leoni, Filhas de Clara e Glória Bomfim e Aline Calixto.
 

Sobre o Circuito Municipal de Cultura

Projeto estratégico da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, o Circuito Municipal de Cultura tem como objetivo promover a descentralização e a democratização do acesso a uma ampla programação artístico-cultural, atendendo a todas as regionais, valorizando e fomentando a produção cultural local dos diversos territórios da cidade. O Circuito Municipal de Cultura oferece programação contínua, em diversos formatos, a partir de ações descentralizadas nas nove regionais da PBH. São realizados shows, espetáculos cênicos, intervenções urbanas, exibição de filmes e mostras temáticas, além de atividades de reflexão e formação.

 

Lançado em dezembro de 2019, o Circuito Municipal de Cultura mantém o compromisso de oferecer programação cultural plural, com atrações gratuitas para todas as faixas etárias, destacando a produção local em todos os seus territórios e manifestações. Ao longo destes anos, o Circuito já realizou 628 apresentações nos espaços públicos das nove regionais da cidade, alcançando um público de mais de 700 mil pessoas, e contou com a participação de mais de 3.700 trabalhadores, entre artistas, Mestres da cultura popular, produtores e técnicos, reforçando seu importante papel de fomento, principalmente no período da pandemia de Covid-19.

 

No ano de 2022, o Circuito realizou 145 ações, com público estimado em 25 mil pessoas. Foram mais de 400 artistas envolvidos nesse período e aproximadamente 500 agentes da cadeia produtiva contratados, com maior destaque para artistas e fornecedores de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
 

Música de Domingo - “+SAMBA: Marku 75 Anos”

Quando. Dia 21 de maio, domingo, às 11h

 

Onde. Teatro Francisco Nunes / Parque Municipal Américo Renné Giannetti
(Avenida Afonso Pena, 1.377 - Centro)

 

Quanto. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados on-line ou na portaria do Teatro, uma hora antes do show