7 July 2023 -
A conclusão das atividades do projeto Elas Cultivam a Lagoinha, promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte para capacitar mulheres com trajetória de vida nas ruas e que fazem uso abusivo de drogas, preparando-as para atuar na produção de alimentos saudáveis e na confecção de sabonetes, xampus e outros produtos artesanais, foi marcada pelo lançamento da Revista “SOMOS – Diversidade e Sustentabilidade” e pela abertura da Exposição ELAS, na tarde dessa quinta-feira (6), na Cobo Galeria, do Mercado Novo, no Centro. A exposição permanecerá aberta à visitação até domingo (9).
O projeto Elas Cultivam a Lagoinha foi lançado em outubro de 2021, a partir de uma parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção (SMSP), por meio da Diretoria de Prevenção à Criminalidade, e a Organização da Sociedade Civil (OSC) denominada Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável (IEDS), representando uma inovação no campo da prevenção à violência em Belo Horizonte. A iniciativa foi o caminho escolhido pela Prefeitura para promover a inclusão socioprodutiva e criar oportunidade de geração de renda para mulheres em situação de alta vulnerabilidade social.
Uma unidade de produção agroecológica foi instalada no Mercado da Lagoinha para permitir a realização das oficinas. Desde então, um grupo de mulheres que frequentam o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), equipamento da Prefeitura que é voltado para o atendimento exatamente deste público, passou a ser visto na horta que foi plantada no local e a participar dos cursos. Foram oferecidas oficinas de cultivo de hortas e de plantas medicinais, de produção de temperos, entre outras, para diversificar as fontes de renda das mulheres, aumentando sua autonomia econômica assim como para proporcionar cuidados pessoais e valorização da autoestima de cada uma das participantes.
A Revista “SOMOS – Diversidade e Sustentabilidade”, lançada durante o evento, registra a experiência vivenciada ao longo dos 20 meses de atividades, período em que foram realizadas 29 oficinas de formação, 44 oficinas de produção, 10 atividades culturais e quatro visitas a espaços culturais e a participação em duas feiras, com o objetivo de fortalecer o trabalho realizado pelas mulheres. O exemplar pode ser adquirido por R$25,00 pelo telefone (31) 3568-6444 ou pelo e-mail institutoeds@ieds.org.br . O recurso proveniente das vendas será revertido para a expansão de as atividades, possibilitando alcançar um número cada vez maior de mulheres em situação de rua.
A Exposição ELAS, que também foi aberta ao público, no mesmo evento, traz fotos artísticas em que as participantes são mostradas com glamour, produzidas e maquiadas, bem diferente da imagem de abandono e sofrimento comumente a elas atribuída. Para Dafiny Noronha, de 28 anos, uma das integrantes que teve fotos expostas na galeria, ver sua imagem ser apresentada de forma positiva, como uma modelo, será um marco em sua vida. “Vivo há três anos nas ruas e essa condição me expõe a muitas situações de humilhação. A forma glamorosa como estou sendo mostrada recupera minha autoestima e me deixa orgulhosa de estar viva e resistindo a tudo isso. E me dá esperanças de um futuro melhor”, desabafa.
A Exposição ELAS permanecerá até domingo na Cobo Galeria, que fica no 3º piso do Mercado Novo, na avenida Olegário Maciel, 744, no Centro. O funcionamento na sexta-feira vai das 14h às 20h, no sábado das 10h às 20h e no domingo, das 10h às 16h. As fotos são de Álvaro Fráguas, maquiagem de Indya Make, produção de Vilmar Sousa e realização da PBH e IEDS.