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Informações sobre o coronavirus
Foto: Arte PBH

Índice de transmissão melhora, mas epidemia se estabiliza em patamares elevados

criado em - atualizado em

A epidemia da Covid-19 em Belo Horizonte passou para a etapa de estabilização no nível de contágio, mas o número de novos casos atinge patamares elevados, pressionando a ocupação de leitos para os casos mais graves. Essa é a avaliação apresentada no 12º Boletim de Monitoramento da covid-19 divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira (31).


De acordo com o relatório, o número médio de transmissão por infectado (Rt) alcançou seu menor índice desde a divulgação do 1º boletim, em 15 de maio, registrando 0,97 na média dos últimos sete dias. Tal indicador chegou pela primeira vez no nível de alerta verde, o mais positivo do termômetro de monitoramento.


“Isso sinaliza que Belo Horizonte e a população estão caminhando na direção certa para frear a progressão da doença. Com as medidas de distanciamento promovidas e incorporadas na rotina do belo-horizontino, estamos conseguindo combater a doença e minimizar perdas. Se nada fosse feito, o número de mortos passaria de 3 mil na capital”, disse o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado.


Ele explica que, mesmo que o ritmo de difusão da doença tenha apresentado uma tendência de estabilização nas últimas semanas (1,02 no boletim de 24 de julho e 1,00 na edição de 17 de julho), o número de casos confirmados aumentou significativamente. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, em 17 de julho a capital possuía 13.559 casos confirmados de Coronavírus. Nessa quinta, dia 30, o número passou da marca dos 20,2 mil casos, representando um aumento de 49% num período de 14 dias – tempo de incubação da doença.


“Por isso, as práticas de distanciamento, uso de máscara e de higiene, com lavagem constante das mãos, uso do álcool em gel e de outras medidas, devem ser rigorosamente mantidas para ajudar a conter o número de casos”, pontua Jackson.


A estabilidade de contágio refletiu na queda da taxa de ocupação dos leitos de enfermaria Covid, que atingiu o alerta amarelo para este indicador, com 68% dos leitos ocupados frente aos 75% registrados no boletim anterior, no dia 24 de julho. Por outro lado, o cenário dos casos graves continuou preocupante, e se manteve na faixa vermelha, com ocupação de 88% dos leitos de UTI, mesmo com todo o incremento disponibilizado desde o início da pandemia.


Para atender todas as demandas, a Prefeitura disponibilizou leitos, equipes qualificadas e insumos de maneira gradativa para que todos os pacientes fossem assistidos. Em julho, o SUS-BH disponibilizou mais 91 leitos de UTI e 317 de enfermaria exclusivos para Covid, totalizando 422 e 1.115 respectivamente. Um aumento de mais 550% no comparativo com o mês de março, quando eram 234 leitos Covid: 101 de UTI e 133 de enfermaria.


O aumento de casos confirmados e o maior volume de pacientes demandando atendimento nas unidades de tratamento intensivo fizeram com que o nível de alerta geral se mantivesse, pela oitava semana consecutiva, na marca máxima, a vermelha. Diante de tal cenário e para continuar priorizando a vida, a Prefeitura decidiu pela manutenção na fase de controle, onde apenas as atividades essenciais podem funcionar na cidade.


Testes


A Secretaria Municipal de Saúde consolidou, até o último dia 28 de julho, o número de testes RT-PCR e rápidos notificados por todas as fontes realizadoras dos exames em Belo Horizonte. Com esta operação, a Prefeitura contabilizou 109.721. Este quantitativo inclui testagens feitas na capital mineira pela rede SUS-BH e por locais privados, como hospitais e laboratórios.


Com relação ao número divulgado no início da semana de 71 mil testes, o incremento traz adicionalmente os exames realizados nos servidores da segurança pública, nas unidades de saúde próprias, em locais em situação de surto e no inquérito sorológico – Incovid19 –, que é o estudo da SMSA para verificar a circulação do novo Coronavírus em categorias de trabalhadores que mantiveram as atividades mesmo no isolamento.


Houve ainda, a partir desta segunda-feira 27, a ampliação de testes sorológicos para os usuários do SUS com critérios de maior vulnerabilidade para doença, avaliados nos Centro de Saúde e Teleconsulta Covid, o que amplia a significativamente a oferta diária de exames.

 

Indicadores


A Prefeitura usa três indicadores principais: número médio de transmissão por infectado (Rt); taxa de ocupação de leitos UTI Covid e taxa de ocupação Enfermaria Covid. A classificação desses indicadores é feita pelas cores verde, amarela e vermelha. São categorizados em nível verde se houver utilização de até 50% das vagas. Caso a ocupação esteja entre 50 e 70%, o nível será amarelo. E, acima de 70%, vermelho.


O número médio de transmissão por infectado (Rt) estará verde de 0 até 1, amarelo, entre 1 e 1,2, e vermelho, quando estiver acima de 1,2.


Com base nesses três indicadores principais, a Prefeitura de Belo Horizonte, juntamente com o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19, analisa os números e define o nível de alerta geral, também categorizado pelas mesmas três cores.


A reabertura gradual das atividades é feita em fases subsequentes e cumulativas, conforme a segurança do quadro geral da cidade. A mudança das fases dependerá da análise dos indicadores epidemiológicos e dos resultados publicados no Boletim de Monitoramento. Resultados positivos criam condições para a evolução do processo. Da mesma forma, existe a possibilidade de retorno às fases anteriores, em caso de indicadores negativos.