4 June 2018 -
O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) inaugura em junho 10 leitos de saúde mental em mais uma iniciativa inovadora da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte e inédita na Rede SUS-BH. “Na perspectiva da integralidade, o nosso objetivo é promover a continuidade do cuidado oferecido nos Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAMs) de Belo Horizonte para pacientes com sofrimento mental e com problemas clínicos associados” afirma a diretora Assistencial, de Ensino de Pesquisa do HMDCC, Yara Ribeiro.
Diretora executiva do hospital, Maria do Carmo explica que o atendimento será exclusivamente para casos cuja resolução exigir aparato tecnológico e/ou especialistas que não atendem nos CERSAMs. “São casos como intoxicações e manifestações graves de abstinência por uso de álcool e outras drogas, ou ainda por serem portadores de outras patologias clínicas ou cirúrgicas associadas ao sofrimento mental que exigem intervenção em um hospital geral”, exemplifica.
"A nossa proposta é que todo o Hospital saiba fazer o acolhimento ao paciente com sofrimento mental ou com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Para isso, faremos uma capacitação em saúde mental dos nossos profissionais para ampliar o olhar da equipe, desestigmatizar a percepção sobre esses pacientes e melhorar a qualidade da atenção”, explica a Yara Ribeiro.
Psiquiatria de consultoria e ligação
Para isso, o Hospital Célio de Castro já conta com profissionais para compor a equipe multidisciplinar para a atenção a esses pacientes. A médica psiquiatra Christiane Ribeiro desempenhará a função de psiquiatra de consultoria e ligação. “Nesse modelo, o psiquiatra não entra na equipe de profissionais como assistência propriamente dita, mas para aconselhar esses profissionais sobre a conduta que deve ser adotada com pacientes com transtornos psiquiátricos”, explica Christiane Ribeiro. Dessa forma, trata-se de um modelo descentralizado em que o princípio é orientar a equipe nas condutas psiquiátricas o que, a longo prazo, significa ter um corpo clínico qualificado para o atendimento ao paciente com sofrimento mental.
Implantação
Desde o início de maio, Christiane Ribeiro atua na função de psiquiatra de consultoria e ligação nos casos de pacientes que já estavam internados no Hospital Célio de Castro e que apresentam sofrimento mental ou situação de abstinência. Nessa primeira fase para a implantação dos dez leitos de saúde mental em enfermaria geral, a equipe composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social e fisioterapeuta já começou a ser capacitada para receber esse perfil de pacientes.
A segunda fase é a abertura dos dez leitos de saúde mental em junho. Para esse trabalho, o HMDCC contará também com dois residentes em psiquiatria do Hospital Metropolitano Odilon Behrens.
A segunda fase é a abertura dos dez leitos de saúde mental em junho. Para esse trabalho, o HMDCC contará também com dois residentes em psiquiatria do Hospital Metropolitano Odilon Behrens.
Pacientes regulados
O acesso dos pacientes aos leitos de saúde mental do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro será regulado pela Coordenação Municipal de Saúde Mental e pela Central de Internação da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-BH) dentro da lógica de referência e contrarreferência. Ou seja, através da troca de informações entre os diferentes níveis de atenção (CERSAM, Hospital e Centro de Saúde) permite-se a criação de um ambiente favorável à abordagem do paciente como um todo.
Rede de Atenção Psicossocial
A iniciativa atende à política de Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Ministério da Saúde, instituída pela Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011 que inclui como pontos de atenção da RAPS o Serviço Hospitalar de Referência para a atenção a pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades de saúde decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas. A iniciativa segue a lógica antimanicomial e a construção de ações coletivas e intersetoriais que valorizem o cuidado em liberdade, busca a conquista da cidadania e a reinserção social.
A RAPS habilita hospitais gerais, Maternidades e Hospitais de Pediatria para oferta de leitos de saúde mental. O principal objetivo deste ponto de atenção é oferecer cuidado hospitalar para pessoas com transtornos mentais e/ou com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas para avaliação diagnóstica e o manejo de situações de crise e/ou vulnerabilidade extrema que apresentem risco de vida para o usuário.
A política prevê que o acesso deve ser regulado a partir de critérios clínicos e as internações devem ser de curta duração, priorizando a superação da lógica asilar realizada pelos Hospitais Psiquiátricos.
A RAPS habilita hospitais gerais, Maternidades e Hospitais de Pediatria para oferta de leitos de saúde mental. O principal objetivo deste ponto de atenção é oferecer cuidado hospitalar para pessoas com transtornos mentais e/ou com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas para avaliação diagnóstica e o manejo de situações de crise e/ou vulnerabilidade extrema que apresentem risco de vida para o usuário.
A política prevê que o acesso deve ser regulado a partir de critérios clínicos e as internações devem ser de curta duração, priorizando a superação da lógica asilar realizada pelos Hospitais Psiquiátricos.