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Homenagem a escritoras negras marca encerramento de programação especial da PBH
Foto: Ricardo Laf

Homenagem a escritoras negras marca encerramento de programação especial da PBH

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Para celebrar a resistência, a história e a contribuição de personagens negras para a cultura mineira e brasileira, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, realiza o evento “Novembro Negro: Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus”. Entre os dias 26 e 30 de novembro, a capital mineira se transforma em palco de debates, exposições e manifestações artísticas em homenagem a essas duas importantes escritoras pretas marcando o encerramento da programação do Mês da Consciência Negra e da inauguração das esculturas das duas escritoras, instaladas em junho deste ano, no  Parque Municipal Américo Renné Giannetti. O evento é realizado em parceria com o Instituto Memória Lélia Gonzalez e com a Base Projetos Especiais, e a programação completa pode ser acessada no Portal Belo Horizonte

A cerimônia de abertura ocorrerá na Escola Livre de Artes (ELA) – Arena da Cultura, na terça-feira, 26 de novembro, às 19h, e incluirá a inauguração da exposição "Projeto Memória Lélia Gonzalez", que apresenta painéis históricos sobre a vida e a obra da escritora. Ao longo da semana, serão realizadas contações de histórias, com a participação de alunos da Rede Municipal de Ensino, nos turnos da manhã e da tarde, junto às esculturas de Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, próximo ao Teatro Francisco Nunes. Nos dias 28 e 29 de novembro, o Museu da Moda de Belo Horizonte (MuMo) sediará a conferência "Roda Memórias", com mesas redondas que discutirão temas como o patrimônio cultural imaterial e as culturas afro-brasileiras na cidade. A conferência contará com a participação de importantes figuras do Movimento Negro em Minas Gerais, como Pai Ricardo de Moura, Makota Celinha, Yone Gonzaga, Mara Evaristo, entre outros. 

Essas ações integram o Programa RIC - Rede de Identidades Culturais, uma política permanente de promoção e reparação da igualdade racial, efetivada a partir do desenvolvimento de ações e projetos da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. Trata-se de uma política contínua, reflexo de uma demanda histórica na luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial. A criação do Programa RIC está amparada no Plano de Promoção da Igualdade Racial de Belo Horizonte, nas metas da 7ª Conferência Municipal de Cultura e nos marcos legais de enfrentamento ao racismo e de promoção e reparação da igualdade racial. 

A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca que o enfrentamento ao racismo exige continuidade e esforço coletivo, e que a Prefeitura de Belo Horizonte está seriamente comprometida com essa missão.  “Por meio do Programa Rede de Identidades Culturais (RIC), temos construído ações culturais, educativas e históricas que promovem o diálogo, a inclusão e a reparação histórica. Essas políticas públicas fortalecem a inclusão, celebram a diversidade e combatem as desigualdades, dando visibilidade às histórias e às contribuições fundamentais de figuras negras, como Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, para nossa sociedade. A participação das crianças nessas atividades, especialmente ao se aproximarem das esculturas dessas grandes mulheres negras, é uma maneira simbólica e concreta de conectar a educação com a luta antirracista, estimulando desde cedo o respeito, o reconhecimento e a valorização das nossas raízes culturais”, completa Eliane. 

Para o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Bernardo Rocha Correia, com o evento “Novembro Negro: Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus” a PBH reafirma a valorização da diversidade em nossa sociedade. “Cada iniciativa como essa é uma oportunidade de celebrar, relembrar e educar sobre o papel central das culturas negras na formação da nossa identidade como cidade e país. A nossa atuação em práticas culturais que enfrentam o racismo reforça nosso papel como agentes de transformação social, e o Novembro Negro é mais uma oportunidade de ampliar esse diálogo com a população,” afirma. 

O evento se encerra no sábado (30), com o “Tributo à Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus”, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em frente ao Teatro Francisco Nunes, próximo da instalação das esculturas das homenageadas. A programação de encerramento inclui Sarau e apresentações de Slam-poesia, além da discotecagem em vinil comandada pelo Baile Black Soul BH. 

Circuito literário 

A Prefeitura inaugurou, em junho de 2024, um marco significativo no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em frente ao Teatro Francisco Nunes: as esculturas de Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus. As obras, criadas pelo artista Léo Santana em bronze e tamanho real, são parte do Circuito Literário de Belo Horizonte e simbolizam a valorização das histórias e legados dessas duas figuras icônicas. Idealizada por representantes dos movimentos de mulheres negras de Minas Gerais, a iniciativa oferece ao público uma oportunidade única de reflexão sobre o impacto dessas vozes fundamentais na história e na cultura brasileira. 

As novas esculturas de Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus são acréscimos essenciais ao Circuito Literário de Belo Horizonte, iniciativa que busca promover a leitura, a literatura e o reconhecimento de autores que contribuíram significativamente para a cultura brasileira. As esculturas de Henriqueta Lisboa, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Roberto Drummond e Murilo Rubião, que já fazem parte da paisagem urbana de Belo Horizonte, junto com a obra “O Encontro Marcado”, que reúne Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, escritores de renome da literatura mineira e brasileira, passam a ser acompanhadas por Lélia e Carolina, intelectuais que marcaram a história do país. 

Programa RIC 

O Programa Rede de Identidades Culturais (RIC) é uma política pública contínua que visa ampliar a atuação da cultura como ferramenta estratégica no enfrentamento à discriminação racial e no fortalecimento das culturas de matrizes africanas. A iniciativa busca promover a diversidade e a democracia cultural em Belo Horizonte, refletindo uma demanda histórica e apoiando em normativas que sustentam a luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial. Suas ações abrangem tanto as esferas internas quanto externas da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e da Fundação Municipal de Cultura (FMC), incluindo projetos como a Agenda RIC 2024 e a publicação virtual “110+10 Personalidades Negras”. 

A Agenda RIC 2024 reúne atividades voltadas à temática racial, desenvolvidas pela SMC e FMC, e tem como eixo central a celebração dos 110 anos de nascimento de Abdias Nascimento e Carolina Maria de Jesus, sob o mote “100+10: O que mudou?”. A programação presta homenagem à vida e obra desses dois expoentes do pensamento negro brasileiro e provoca uma reflexão crucial: passados mais de 110 anos, quais avanços foram conquistados? Como está a situação da população negra hoje? E como têm evoluído as políticas públicas de reparação e promoção da igualdade racial? 

Complementando a agenda, o conteúdo “110+10 Personalidades Negras” é uma publicação virtual que, mensalmente, reconhece e destaca trajetórias de pessoas negras cujas contribuições foram marcantes para o movimento negro no Brasil. Essa iniciativa está disponível na página do Programa RIC no Portal da Prefeitura de Belo Horizonte. 

Além disso, a valorização da história e da cultura afro-brasileira está presente de forma constante nas ações da Secretaria e Fundação Municipal de Cultura. A Agenda RIC 2024 reafirma esse compromisso ao destacar, mais uma vez, a importância de nomes como Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento. Em 2023, o 5º FLI BH – Festival Literário Internacional de Belo Horizonte, promovido pela Prefeitura, também deu destaque especial à escritora Lélia Gonzalez, fortalecendo o reconhecimento do papel central das culturas negras na formação da identidade cultural de Belo Horizonte e do Brasil. 

Serviço 

Evento: “Novembro Negro: Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus”
Data: de 26 a 30 de novembro de 2024
Locais: Escola Livre de Artes (ELA) - Arena da Cultura, Museu da Moda de Belo Horizonte (MuMo) e Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Programação completa no Portal Belo Horizonte.
Entrada: Gratuita | Programação completa disponível no Portal Belo Horizonte

Programação completa

26/11 (terça-feira) | 19h | Livre
Cerimônia de abertura da exposição “Projeto Memória Lélia Gonzalez”
Local: Escola Livre de Artes (ELA) Arena da Cultura (Avenida dos Andradas, 367, 2º andar) 

26 a 30/11 (terça-feira à sábado) | Das 9h às 22h | Visitas guiadas todos os dias às 9h e às 14h | Livre
Exposição “Projeto Memória Lélia Gonzalez”
Local: Escola Livre de Artes (ELA) Arena da Cultura (Avenida dos Andradas, 367, 2º andar) 

26 a 28/11 (terça a quinta-feira) | Manhã e tarde | Ação com alunos das escolas da Rede Municipal
Contação de histórias 
Local: Parque Municipal Américo Renné Giannetti (Avenida Afonso Pena, 1377 – Centro) 

28/11 (quinta-feira) | 18h30 | Livre
Conferência Roda de Memórias:  “Memória e patrimônio negro da cidade de Belo Horizonte” 
Local: Museu da Moda de Belo Horizonte (Rua da Bahia, 1149 - Centro) 

29/11 (sexta-feira) | 18h30 | Livre
Conferência Roda de Memórias:  “As trajetórias de Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus” 
Local: Museu da Moda de Belo Horizonte (Rua da Bahia, 1149 - Centro) 

30/11 (sábado) | 9h | Livre
Encerramento – “Tributo a Lélia Gonzalez e a Carolina Maria de Jesus”
Local: Parque Municipal Américo Renné Giannetti (Avenida Afonso Pena, 1377 – Centro), em frente ao Teatro Francisco Nunes.