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Fórum Qualifica BH! debate empoderamento econômico das mulheres
Foto: Tiago Penna

Fórum Qualifica BH! debate empoderamento econômico das mulheres

criado em - atualizado em

O Forúm Qualifica BH! de março celebra o mês das mulheres com a retomada dos encontros presenciais, reunindo especialistas para um debate sobre o tema “Empoderamento Econômico das Mulheres: Panorama e Perspectivas”. O encontro acontece nesta quinta-feira (16), das 9h às 12h, na Casa da Fazendinha Dona Isabel (Avenida Artur Bernardes, 3120, Barragem Santa Lúcia), com acesso gratuito e aberto ao público, sem necessidade de inscrição prévia.

 

Diferentes estudos mostram que a participação da mulher em cargos de decisão e liderança no mercado de trabalho são positivas, tanto para a promoção da igualdade de gênero quanto para o fomento à economia. Segundo o estudo “When Women Lead, Firms Win” (“Quando as mulheres lideram, as empresas ganham”, em português), da S&P Global Market Intelligence, empresas com mulheres em cargos de liderança e decisão, como de CEO e CFO, são mais lucrativas e rentáveis. A inserção delas no mercado também está ligada ao desenvolvimento sustentável, crescimento do PIB e desenvolvimento social, uma vez que investem mais na educação e bem-estar da família e da comunidade.

 

Apesar disso, a participação de profissionais do sexo feminino no mercado de trabalho ainda é 20% inferior à dos homens, segundo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE). Ampliando o espectro, em nível mundial, apenas 37% dos cargos de liderança de empresas são ocupados por elas, indica o Global Gender Gap Report 2022 do Fórum Econômico Mundial.

 

Para debater esta realidade, o Fórum Qualifica BH! deste mês convidou referências de diferentes áreas para, a partir das suas experiências pessoais e profissionais, conversarem com o público sobre as perspectivas para um futuro mais equânime. A primeira convidada é Cida Badu, que trilhou seu caminho no ramo da moda e hoje já está há mais de 10 anos trabalhando com design de acessórios. Ela é CEO no Espaço Casa Canto Arte e Culturas e se dedica a trabalhos na comunidade, ao empoderamento de mulheres negras e gordas.

 

Assim como Cida, Francisca Maria da Silva também é mulher negra e empreendedora. Xica, como gosta de ser chamada, tem um buffet com um grupo de economia solidária com outras mulheres que conheceu no abrigo para vítimas de violência doméstica onde viveu. “A mulher, se não tiver autonomia financeira, não consegue sair do ciclo de violência. Muitos municípios não têm políticas específicas para mulheres, mas, em Belo Horizonte, especificamente, nós temos a economia solidária, na qual eu me integrei”, conta Xica.

 

“O caminho de uma mulher negra, para chegar em um nível mesmo que mínimo de empoderamento econômico e fortalecimento da carreira, não é fácil”, conta mais uma convidada, Arminda Aparecida de Oliveira, assessora de Articulação na Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Para ela, planejamento, família, estudo e enfrentamento ao racismo foram elementos importantes na sua luta diária para que conseguisse consolidar sua carreira profissional. “Foi necessário enfrentar muitas incertezas, desafios e preconceitos. Mas quando você sabe qual mundo você quer, acaba ganhando força para seguir na luta diária”, conclui.

 

Além de Cida Badu, Xica da Silva e Arminda Aparecida, o evento também contará com a participação das convidadas Natália Ramos, presidente da Associação Casa Dente de Leoa, que trabalha na área de assistência social e na promoção dos direitos das mulheres em Belo Horizonte,  Samanta Rocha, professora de dança de modelo manequim, e Clara Bicalho, especialista de Diversidade e Inclusão na MRV&CO.

 

Encontro em casarão histórico

 

O encontro desta quinta será uma oportunidade de o público conhecer um dos imóveis históricos mais importantes e representativos de Belo Horizonte, reaberto após três anos de uma intensa restauração: a Casa da Fazendinha, na Barragem Santa Lúcia, com mais de 125 anos desde sua construção.

 

Funcionando atualmente como um novo espaço cultural para a cidade, com gestão da Casa do Beco, grupo teatral com atuação reconhecida e participação da comunidade local, a Casa da Fazendinha recebe exposições e eventos diversos. O imóvel, datado do século 19, integrava a antiga Fazenda do Capão e testemunhou a história da cidade desde a sua origem.