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Estufas do Jardim Botânico da PBH auxiliam na aprendizagem dos alunos
Livia Ansaloni/PBH

Estufas do Jardim Botânico da PBH auxiliam na aprendizagem de estudantes

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Uma exposição nas Estufas de Evolução, espaço dentro do Jardim Botânico da Prefeitura de Belo Horizonte, tem o propósito de mostrar como os seres vivos vêm se adaptando às condições físicas, químicas e climáticas pelas quais a Terra passou desde a origem. Com foco na evolução das plantas, formação dos grupos vegetais e as relações com os seres humanos, o local oferece experiência enriquecedora para professores e estudantes que visitarem a exposição.

Sandra Cunha, gerente do Jardim Botânico da PBH – espaço gerido pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) - destaca que tanto a botânica quanto a própria evolução, como um todo são temas bastante complexos e, por isso, desafiadores para estudantes. Segundo Sandra, ao dispor esse conteúdo por meio da exposição, dos estímulos sensoriais possíveis numa visita presencial a um espaço que se propõe a reproduzir parte da história, há uma contribuição para que os estudantes melhorem a assimilação e o nível de compreensão sobre a história, sobre o quão rico é o nosso patrimônio natural e o quanto nossos estilos de vida podem interferir na natureza, impactando-a negativamente ou positivamente. “Aqui, os estudantes terão contato com diferentes plantas, compondo ambientes que destacam também os aspectos físicos e culturais, bem como os aspectos que constituem ameaça à sua sobrevivência”, destaca.

As Estufas de Evolução do Jardim Botânico de BH são compostas por duas edificações, organizadas obedecendo à cronologia histórica. A primeira estufa conta sobre o tempo geológico (eras, períodos e épocas), mostrando a vida quando ela ainda era restrita aos oceanos, culminando no surgimento da espécie humana. Com plantas, esculturas e modelos de cerâmica, a história da terra é recontada ao longo do caminho evolutivo, mostrando as diversas adaptações adquiridas pelas plantas e animais na ocupação do ambiente terrestre. Ao final do primeiro percurso, num protótipo de caverna, o visitante poderá ver réplicas de pinturas rupestres feitas pelos homens primitivos.

A segunda estufa aborda a diversidade das angiospermas e abriga representantes de várias famílias de plantas, seguindo os aspectos evolucionários das dicotiledôneas e monocotiledôneas. Por meio de sinalização, estão destacados exemplos de agentes polinizadores e mecanismos de dispersão de sementes. Ao final deste segundo percurso, o visitante poderá refletir sobre as principais causas da degradação de nossa flora, como a destruição de habitat, a coleta predatória e a invasão dos ambientes naturais por espécies exóticas, levando a uma lista considerável de espécies ameaçadas de extinção.

Visitação

A visitação às estufas pode ser feita de forma livre pelos interessados (de terça-feira a domingo, das 8h às 17h, com entrada permitida até as 16h) ou guiada por estagiários da Gerência de Educação Ambiental, no caso de grupos escolares com até 50 participantes. A visitação guiada para grupos neste primeiro semestre do ano está acontecendo às terças-feiras, no turno da manhã (9h às 11h).

Para agendar uma visita guiada para grupos, basta enviar e-mail para o endereço eletrônico: agendazoobotanica@pbh.gov.br. A visita guiada às duas estufas dura, em média, 60 minutos.

Vale lembrar que grupos de instituições públicas de ensino e de saúde e unidades de assistência social têm gratuidade para visitar a Zoobotânica, mediante agendamento prévio e envio da solicitação para endereço eletrônico: agendazoobotanica@pbh.gov.br. Assim, a instituição receberá as orientações de como realizar esse procedimento.

O Jardim Botânico da PBH

Referência nas áreas de botânica aplicada, fitossanitarismo e produção vegetal, o Jardim Botânico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) é um espaço dedicado à conservação e exposição de coleções de plantas. As prioridades são ações e estudos voltados para a conservação da flora regional, com destaque para as espécies raras, endêmicas, ameaçadas de extinção e aquelas com potencial uso econômico (seja ornamental, medicinal, alimentício) ou de uso em recuperação de áreas.

Além disso, o Jardim Botânico colabora na criação de políticas públicas e no desenvolvimento de programas educativos e de pesquisa. O trabalho desenvolvido busca estratégias para conter a perda da diversidade de plantas e está fundamentado nas metas definidas pelo “Plano de Ação para os Jardins Botânicos Brasileiros”. Este documento foi elaborado com a colaboração de 30 jardins botânicos do país participantes da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB) e serve de parâmetro para a implementação de diretrizes estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário.

Ocupando uma área total de 10 hectares, o trabalho do Jardim Botânico da FPMZB/PBH é dividido em três seções: Botânica Aplicada; Produção de Mudas, responsável por produzir mudas destinadas à arborização pública e à recuperação de áreas degradadas no município; e Fitopatologia, também tratada como Seção de Manejo, pois além de cuidar da saúde das plantas e dos ambientes de cultivo, também é responsável pela manutenção do paisagismo e jardinagem de toda a área de visitação e pelo gerenciamento da compostagem e do minhocário, tudo isto buscando uma abordagem ecossistêmica dos recursos ambientais.

Já a área de visitação do Jardim Botânico é composta por cinco estufas e seis jardins temáticos, além de pergolados e praças. São mais de 800 espécies expostas em todo o complexo, do total de mais de 3500 disponíveis no acervo geral do Jardim Botânico. As estufas implantadas – de Evolução, de Mata Atlântica, de Caatinga e de Campo Rupestre – abrigam espécies representativas dos temas que abordam e que merecem ser admiradas. Os Jardins Temáticos são divididos da seguinte forma: Jardim de Folhagens, de Suculentas, de Bromélias, de Palmeiras, de Plantas Aromáticas e Tóxicas e de Flores e Cores. Alguns espaços da área de visitação, como estes dois últimos jardins passarão por revitalização em breve. Há projetos em estudo para requalificação de outras áreas do Jardim Botânico.