23 August 2019 -
O Teatro Marília (Avenida Prof. Alfredo Balena, 586 – Santa Efigênia) recebe, até este domingo, dia 25 de agosto – no sábado, às 20h, e no domingo, às 19h –, a “Trilogia do Feminino”, composta por solos que misturam teatro, dança e performance, criados pela bailarina e coreógrafa Rosa Antuña. O espetáculo é resultado da pesquisa realizada nos últimos dez anos pela artista a partir de temáticas relacionadas ao ser mulher. Os solos são: “Mulher Selvagem”, “O Vestido” e “A Mulher que Cuspiu a Maçã”. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro por R$30,00 (inteira) e R$15,00(meia) com duas horas de antecedência.
O trabalho da artista procura trazer para o palco o processo de tomada de consciência da mulher, começando pelo resgate de si mesma, aceitação da sua força e poder, passando em seguida por escolhas inevitáveis que determinarão o caminho a ser percorrido em sua vida. A trilogia sugere o momento em que a mulher se vê no mundo e percebe que seu posicionamento é fundamental para que realmente haja uma mudança na sociedade. O objetivo é fomentar a reflexão sobre o lugar da mulher contemporânea e seu empoderamento, além da conscientização para a busca do equilíbrio entre os gêneros e da importância de combater a violência contra a mulher.
A pesquisa de Rosa Antuña sobre o universo feminino começou em 2008, com a leitura do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, de Clarissa Pinkola Estés. O primeiro solo da "Trilogia do Feminino" é inspirado nele. O espetáculo “Mulher Selvagem” aborda este conceito de força oculta e ao mesmo tempo propulsora, inerente ao feminino. Uma mulher que luta para se reconstruir, após ter sido abusada durante toda a sua vida de diversas maneiras, desde violência física, até violência psicológica e emocional.
Em “O Vestido”, parte-se da ideia de que vestido é o que veste o corpo, mas é também aquilo que é vestido por ele. Este é um trabalho inspirado indiretamente em Pina Bausch. Há também referências literárias e cinematográficas que vão de Lewis Carrol a Shekhar Kapur. Esse "vestido" é objeto da busca de uma "mulher selvagem" que tenta encontrá-lo e ocupá-lo, dando início a um profundo processo de descoberta, consciência, ação e libertação. O vestido é a metáfora dos sonhos almejados. É a força imanente que leva alguém a vencer os próprios medos e se libertar, migrar em busca do verão.
“A Mulher que Cuspiu a Maçã” encerra a “Trilogia do Feminino" e, para esta conclusão, Rosa Antuña fez uma residência artística no Odin Teatret, na Dinamarca, onde foi dirigida pela atriz Roberta Carreri. A obra traz profundas questões do feminino e escancara frustrações, decepções, padrões e mazelas que caminham com as mulheres ao longo do desenvolvimento de sua história na humanidade. Há também um questionamento sobre o comportamento da mulher nos dias de hoje.
É um espetáculo híbrido de dança, teatro, performance, sonoridades vocais e butoh (dança de origem japonesa).
Rosa Antuña
Rosa Antuña é coreógrafa, bailarina e performer. É formada pelo Centro Mineiro de Danças Clássicas (1995), com especialização no Centro Pro Danza de Cuba (1996) e na Palucca Schule Dresden na Alemanha (1998). Dançou nos principais teatros do Brasil e participou de diversos festivais e projetos, como o Palco Giratório do SESC, Prêmio Funarte Klauss Vianna, Dança em Trânsito, entre outros. Desde 2003 atua na Cia Mário Nascimento (Cia. MN) como bailarina e professora e, atualmente, divide a direção do grupo com o coreógrafo Mário Nascimento. Assinou várias coreografias, incluindo trabalhos para o CEFART (Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado). Ganhou prêmio de Melhor Bailarina no 1º Prêmio Usiminas/Sinparc 2004 (“Escambo” – Cia. MN) e no 14º Prêmio SESC Sated 2009 (“Faladores” – Cia. MN), em Belo Horizonte, MG. Criou o workshop Arte-Integrada e tem circulado com ele por todo o país. Também dirige seu Núcleo de Criação onde realiza projetos com parceiros da dança, do teatro, cinema, circo e música. Mais informações para o público no telefone (31) 3277-6319.