24 January 2018 -
O Centro Cultural Jardim Guanabara, localizado na regional Norte, é um espaço para produção, difusão e preservação da cultura e do patrimônio comunitário. Uma de suas atrações abraçadas pela comunidade e com grande participação do público é o projeto “Jam Session”.
O “Jam Session” começou como forma de promover a divulgação de elementos da cultura Hip Hop, como grafite, rap, break, DJ, e também de ritmos diversos, como o reggae. A cada dois meses, os artistas apresentam, no Centro Cultural, o resultado de uma oficina de Hip Hop que trabalhava a produção artística de Rap`s e bases de DJ, ministrada por Brunão - membro do grupo UAISS- Uai Sound System -, e que devido ao sucesso demandou um espaço maior.
As edições da “Jam Session” contam com a presença de grupos musicais, grafiteiros, B boys e diversos atores e amantes da cultura Hip Hop. “O objetivo é promover a disseminação da cultura Hip Hop, favorecendo o diálogo e o intercâmbio cultural entre a produção local de bandas e de grupos com artistas de outras regiões da capital”, explica a gerente do CCJG, Marisa Cunha.
Ela chama atenção também para o alcance social do projeto. “Com o fortalecimento da cultura Hip Hop, busca-se ampliar a conscientização dos artistas e do público sobre o contexto social ao qual estão inseridos e criar momentos de fruição artística”, diz.
O projeto, que tem periodicidade bimestral, já teve mais de 20 edições e conta com um público diverso, desde crianças a idosos, com predominância de jovens e adultos. Marisa explica que, devido à classificação etária livre da atração, nota-se o aumento de um público adulto/idoso que, muitas vezes, não conhece o Hip Hop e tem a oportunidade de ser apresentado a essa proposta estética.
A “Jam Session” conta com um público médio em torno de 130 pessoas por edição, e, em edições especiais, já contou com mais de 250 pessoas. Douglas Ricardo Neves Coelho, 26 anos, grafiteiro, morador do Jardim Felicidade, é um entusiasta da “Jan Session”. “É a minha vida! É a cultura do preto da favela. Liberdade de expressão que todo preto periférico precisa conhecer”.
Guilherme Pereira Ferreira, o “Mano Guino”, MC, morador do Jardim Felicidade, também saúda o projeto. “Pelo fato de ser um evento voltado principalmente para a comunidade, ele possibilita, principalmente para o público mais jovem, uma alternativa para poder se manifestar de uma forma artística. Sei da importância e da necessidade de ter um evento como a ‘Jam Session’, que realmente abre espaço para a comunidade”.
Allan dos Santos Ferreira, 40 anos, artista plástico, morador do Jardim Guanabara, foi conferir o projeto de perto e não esconde sua satisfação. “Para mim o trabalho é muito bom, a interação com a comunidade, a unidade dos artistas. Espero o próximo com expectativa para estarmos juntos novamente”.
Formação de público
Cristiene Carvalho, 34 anos, que atua há oito anos como arte-educadora do Centro Cultural Jardim Guanabara, ressalta a importância do projeto. "Ao longo da trajetória do CCJG, percebo que a ‘Jam Session’ se destaca como um evento que promove a formação de público. A realização dos shows com periodicidade definida e no mesmo local contribui para que o centro cultural seja uma referência para a produção e difusão da cultura hip hop no bairro”.
A arte-educadora chama atenção para o alcance dessa formação de plateias que se desdobra do projeto. “Muitos moradores, artistas e público em geral vêm ao CCJG para participar da ‘Jam Session’, e, ao se darem conta das outras atividades, retornam ao espaço. Além disso, a realização da ‘Jam’ é a oportunidade para que os artistas locais mostrem suas produções e dialoguem com a produção existente em toda região metropolitana de Belo horizonte”.
O Centro Cultural Jardim Guanabara está localizado na rua João Álvares Cabral, 277, bairro Jardim Guanabara.