16 January 2020 -
A produção de joaninhas e crisopídeos para o controle biológico de pragas nas áreas verdes de Belo Horizonte alcançou a marca de 40 mil indivíduos em 2019, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O número é considerado um recorde, já que a previsão era de produção de cerca de 50 mil insetos até dezembro de 2020.
“Tínhamos como meta a produção de 50 mil indivíduos até o fim deste ano, mas em 2019, com a demanda em alta e com todo esforço que fizemos, chegamos a produzir e distribuir cerca de 40 mil insetos. Isso demonstra o sucesso do programa e a garantia de continuar distribuindo insetos para a população usar em seus jardins e pequenas hortas”, afirma o gerente de Ações para Sustentabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, Dany Sílvio Amaral.
A joaninha é um inimigo natural das pragas. Ao se alimentar de outros insetos (pulgão, mosca-branca, etc.), ela limpa a planta, que assim consegue crescer de maneira saudável, sem precisar do uso de agrotóxicos e pesticidas. “Então, no processo natural da sobrevivência, a joaninha nos ajuda a ter uma cidade mais sustentável”, completa Dany Amaral.
Instalada na Casa Amarela, no Parque das Mangabeiras, a biofábrica funciona como um laboratório em que os insetos são criados com dieta e temperatura controladas. Eles são alimentados e colocados para acasalar e os ovos e larvas são cuidados para completar seu ciclo até atingir a fase adulta.
Dia da Joaninha
De acordo com o biólogo, a expectativa é que o projeto seja ampliado. “Este ano vamos trabalhar em conjunto com lideranças comunitárias e em parceria com outros órgãos da Prefeitura, para ampliar o uso de joaninhas em hortas agroecológicas, aquelas áreas em que há geração de renda e melhoria da segurança alimentar da população”, explica.
Outro aspecto é a educação ambiental. Para atingir cada vez mais crianças e alunos da rede municipal, está sendo planejado um modelo de visitas à biofábrica para que o público tenha acesso a mais informações. “Pretendemos também criar o Dia da Joaninha, para fazer distribuição e desenvolver atividades lúdicas com a população”, adianta.
Controle biológico na avenida Bernardo Monteiro
Servidores da Secretaria de Meio Ambiente planejam para este mês uma visita técnica ao conjunto paisagístico da avenida Bernardo Monteiro, na região hospitalar, para avaliar os resultados da soltura de joaninhas no pé das árvores de Fícus. “Em dezembro fizemos a primeira liberação de joaninhas e agora vamos fazer uma avaliação, depois de um mês, para saber como essas espécies estão estabelecidas: se o inseto se manteve no local, se houve redução da mosca-branca, entre outros aspectos”, conta Dany Amaral.
A ideia é fazer solturas escalonadas para o controle biológico do local. “Não é acabar com a mosca-branca, mas manter em baixos níveis para não causar danos às árvores”, concluiu.
No momento, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza concurso público nacional para a escolha de projeto para a revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro. O edital e regulamento prevêem uma premiação de R$ 150 mil para o projeto vencedor.