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Homem grafita muro em cima da escada, durante o dia.
Foto: Mara Damasceno/PBH

BH em Pauta: Oficina de Grafite

criado em - atualizado em

No lugar da pichação, a arte. Em substituição aos inúmeros rabiscos e siglas, cores e desenhos bem definidos que ilustram os serviços ofertados. Essa é a nova realidade dos muros do Centro de Saúde Olavo Albino Correia, no bairro Ouro Minas, região Nordeste de Belo Horizonte.


Os muros da unidade, alvos constantes de pichação, ganharam vida pelas mãos das crianças e dos adolescentes da oficina de grafite do Núcleo Paulo VI, iniciativa do programa Arte da Saúde – Ateliê de Cidadania, desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
 

Os trabalhos de grafitagem no Olavo Albino tiveram início no dia 3 de outubro e foram finalizados na quarta-feira, dia 11 do mesmo mês. Os muros foram ilustrados com desenhos que retratam os serviços disponíveis na unidade, como saúde mental, bucal, do idoso e da família, vacinação, gestação e aleitamento materno, prática de exercícios físicos e combate a dengue. Participaram das atividades cerca de 20 crianças e adolescentes, com idade entre seis e 18 anos.


O C.S. Olavo Albino é o quarto equipamento público na região Nordeste a receber a arte dos integrantes da oficina de grafite do Núcleo Paulo VI. Além dessa unidade, também foram beneficiados os centros de Saúde Maria Goretti, o de Referência em Saúde Mental Infantil (Cersami) e o de Referência em Saúde Mental (Cersam).


Para Priscilla Barbosa Lopes Barros, gerente do Olavo Albino, a grafitagem nos muros é uma ação com excelentes resultados para os trabalhadores, usuários e comunidade. “Constantemente, o equipamento passava por pintura, mas logo os muros voltavam a ser pichados. Agora, com esse trabalho maravilhoso feito pelos adolescentes do Arte da Saúde, espero que essa realidade seja transformada. A arte das crianças traz luz, informação, harmonia e muita motivação para todos”, afirma Priscilla, que ressalta, inclusive, a parceria com a comunidade e trabalhadores da unidade de saúde.


Com pincéis e tinta nas mãos, Sandra da Silva Rodrigues, 48, paciente da equipe de saúde mental do Olavo Albino, também quis participar dos trabalhos. Com as crianças e os adolescentes, ela participou de todo o processo. A satisfação e alegria dela por contribuir com o embelezamento da unidade de saúde eram perceptíveis no sorriso e empenho. “O Olavo Albino sempre fez parte da minha história. Morei muitos anos aqui nesta rua e ele sempre esteve presente na minha caminhada, na minha luta contra a depressão. Estou muito feliz pela oportunidade de contribuir e também pela descoberta de um novo talento: o grafite”, destaca Sandra.


Victor Hugo Souza Santos, 8, integrante da oficina de grafite do Núcleo Paulo VI, é um dos que participaram da iniciativa no Olavo Albino. “Ficou maravilhoso o nosso trabalho aqui. Gostei muito dos desenhos e dos significados. A nossa arte vai deixar as pessoas daqui muito mais felizes. O ambiente colorido vai trazer um ânimo novo”, ressalta Victor.


Coordenadas por Reinaldo Ribeiro, monitor da oficina de grafite do Núcleo Paulo VI, as ações desenvolvidas pela oficina vão além da arte. “É muito gratificante trabalhar a arte como meio de inclusão e transformação social. Por meio do grafite, dos desenhos, ajudamos as crianças e os adolescentes assistidos pelo Arte da Saúde a superarem as dificuldades e a canalizarem as energias para o bem. Trabalhamos a escuta, o respeito, a paciência, a disciplina e a harmonia entre o grupo”, diz Reinaldo.



Arte da Saúde – Ateliê de Cidadania


Realizado em todas as regiões da cidade, o projeto é desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e das Coordenadorias de Atendimento Regionais, em parceria com a Cáritas Regional Minas Gerais. Trata-se de uma prática de promoção à saúde, que se utiliza das artes como ferramentas para produzir cidadania, reduzir a violência, ampliar o convívio familiar, comunitário e escolar.


O fortalecimento da capacidade expressiva e criativa dos assistidos também faz parte do programa, cujo público-alvo são crianças e adolescentes com idade entre seis e 18 anos e que se encontram em situações de vulnerabilidade, risco social ou pessoal.


Na região Nordeste de Belo Horizonte, há seis núcleos de atuação do Arte da Saúde. Eles estão presentes nos bairros Capitão Eduardo, Conjunto Paulo VI, Nazaré, Goiânia, São Marcos e Santa Cruz. As ações são desenvolvidas por meio de oficinas de artes plásticas, de artesanato, de música, de grafite e dança. Em toda a cidade, há 51 oficinas. As oficinas são realizadas duas vezes por semana nos períodos da manhã e da tarde, e reúne, em média, 12 crianças em cada turno.




Centro de Saúde Olavo Albino Correia

Localizado no bairro Ouro Minas, o equipamento atende a população dos bairros Ouro Minas, Dom Silvério, São Gabriel e Belmonte, totalizando 13.100 moradores cadastrados. Mais de dois mil pacientes são atendidos mensalmente no Olavo Albino, que conta com equipes dos programas Estratégia Saúde da Família, Saúde Bucal, Saúde Mental, de Apoio, de Zoonoses e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).

 

 

16/10/2017. No lugar da pichação, a arte. Centro de Saúde Olavo Albino. Foto: Mara Damasceno/PBH