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Foto de rio parte da bacia do Córrego Cachoeirinha em área urbana, canalizado, durante o dia.
Foto: Antônio Rodrigues

BH em Pauta: Estudo sobre prevenção de inundações é lançado

criado em - atualizado em
Cinquenta por cento das ocorrências de desastres naturais registrados em 2016 em todo mundo estão relacionados à inundação, demonstra uma análise desenvolvida pelo Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres (Cred), da Universidade Católica de Louvain, da Bélgica. Dentro deste contexto, o trabalho de uma engenheira da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) propõe uma metodologia para desenvolvimento de gráficos de riscos de inundações, como ferramenta de auxílio na elaboração de planos de ações e diretrizes para prevenir ou minimizar o impacto desse tipo de desastre sobre a população residente em áreas de riscos – quando não for possível a remoção da mesma para áreas consideradas seguras.


No último dia 14 de julho, a engenheira Rejane Cristina Siqueira, desde 2011 na Sudecap, defendeu a dissertação de mestrado dela no programa de pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cujo tema foi a "Proposição De Metodologia Para Construção De Gráficos De Risco De Inundações Em Bacias Urbanas: Estudo De Caso Bacia Do Córrego Cachoeirinha".


Rejane escolheu como estudo de caso para a dissertação a bacia do córrego Cachoeirinha, que passa sob a Avenida Bernardo Vasconcelos próximo à Avenida Cristiano Machado, localizada na região Nordeste de Belo Horizonte. Segundo a mestranda, a escolha desta bacia foi devido ao histórico de inundações na região e também por apresentar o uso do solo e ocupação praticamente consolidados, constituído por edificações comerciais, residenciais e industriais, além de poucas áreas verdes.


“De acordo com as informações disponíveis no Plano Municipal de Saneamento (PMS) de 2016, dentre as nove regionais de Belo Horizonte, a regional Nordeste, onde se localiza o córrego Cachoeirinha, foi a que concentrou o maior número de ocorrências de inundações na cidade, no período de 1995 a 2016, correspondendo a 19% dos casos registrados”, explica a engenheira.


A bacia do Córrego Cachoeirinha possui uma área de 15,79 km² e nela estão implantadas duas estações de monitoramento hidrológico, integrantes do Sistema de Monitoramento Hidrológico de Belo Horizonte, que registram dados de chuva e nível d’água do córrego. Os dados registrados nessas estações no período de 2011 a 2016 possibilitaram a calibração e validação do modelo hidrológico-hidráulico construído para a bacia.


“A partir do modelo construído foram obtidos níveis d’água máximos associados a diferentes volumes de chuva acumulados em várias durações e definidas as faixas de alerta de risco do gráfico de risco de inundações. O gráfico de risco de inundações é uma ferramenta que possibilita a identificação do nível de alerta do risco (Crítico, Emergência, Alerta, Normal) em função do volume e da duração da chuva. Esta metodologia de construção de Gráficos de Risco de Inundações pode ser aplicada em quaisquer bacias urbanas.” argumenta Rejane.


A engenheira ressalta que o estudo está voltado à gestão de riscos de inundações, apresentando uma ferramenta a mais que fornece informações acerca do risco, complementando as disponíveis, visando a auxiliar os trabalhos já desenvolvidos pela Defesa Civil de Belo Horizonte e pelos outros órgãos do poder público que atuam na área de prevenção de riscos em geral. A metodologia possibilita mais informações de alerta para tomada de decisões e definições de ações na gestão e controle do risco de inundações.


A Prefeitura de Belo Horizonte possui um banco de dados do Sistema de Monitoramento Hidrológico que contém informações disponíveis desde outubro de 2011. As informações relevantes para a gestão do Sistema de Drenagem são catalogadas e disponibilizadas para estudos, pesquisas e projetos que busquem a melhoria do seu funcionamento.


Premiada pela ONU


A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) desenvolve ações permanentes de prevenção às enchentes e proteção da população contra os riscos de desastres durante todo o ano. O esforço da PBH envolve todos os órgãos da administração municipal, cada qual com uma vocação, desde a limpeza de bocas de lobo e fundos de vales de córregos até a contenção de encostas e obras mais complexas, como as bacias de detenção.


As estratégias adotadas pela PBH, por meio do Sistema Municipal Defesa Civil, valeram o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), que em 2013 concedeu à capital o Sasakawa, principal prêmio global para ações de redução do risco de desastres. As ações preventivas têm foco na mitigação dos riscos e estão alinhadas com as recomendações do Marco de Ação de Hyogo, principal instrumento adotado por países membros da ONU.
 
 

24/07/2017. Trabalho de Prevenção de Risco da PBH é Tema de Mestrado da UFMG. Fotos: Antônio Rodrigues/PBH