Pular para o conteúdo principal

Belo Horizonte leva sabores e afeto mineiros para evento gastronômico na China
Divulgação/PBH

BH leva sabores e afeto mineiros para evento gastronômico na China

criado em - atualizado em

Belo Horizonte desembarca em Macau, na China, nesta sexta-feira (11), para participar até 20 de julho da 2ª edição da “International Cities of Gastronomy 2025”, evento que reúne representantes dos destinos reconhecidos pela Unesco como Cidades Criativas da Gastronomia. A capital mineira será representada por três estabelecimentos de destaque no cenário local: A Porca Voadora, Bar da Lora e Uaiê Sorveteria, convidados por sua autenticidade, criatividade e respeito à tradição culinária de Minas Gerais.

A participação de Belo Horizonte no festival é resultado de um convite da organização do evento, que também integra a Rede de Cidades Criativas da Gastronomia da Unesco. O festival reunirá destinos da Ásia e de países de língua portuguesa com o objetivo de promover o intercâmbio cultural por meio da gastronomia, destacando os sabores e tradições culinárias de cada região.

Para representar Belo Horizonte, levou-se em consideração empreendimentos de destaque na cena gastronômica local e o compromisso com a valorização da culinária mineira e o uso de ingredientes regionais. A organização do festival também será responsável por todos os custos e pela coordenação da participação da delegação belo-horizontina no evento.

Nesta edição, o “International Cities of Gastronomy 2025” também contará com a presença especial da chef Carolina Dini, nascida em Belo Horizonte, que fará duas apresentações ao vivo na programação oficial do evento. Com sua cozinha autoral e enraizada, Carolina levará ao público internacional a essência da gastronomia mineira em versões contemporâneas e criativas, reforçando o papel da capital mineira como referência mundial na arte de cozinhar com afeto e identidade. 

Autora do livro "Me Tempera Que Eu Gosto", a chef traz uma proposta que dialoga diretamente com o tema desta edição do festival: Ervas e Temperos. Ela vai apresentar duas receitas que evidenciam o uso criativo e afetivo desses ingredientes. A primeira é uma farofa pedaçuda de amendoim e banana na manteiga, aromatizada com um mix de especiarias. A segunda é uma canjiquinha feita com milho crioulo, finalizada com queijo e ervas frescas, combinação que ressalta sabores autênticos e a riqueza da culinária mineira.

“Estou ansiosa para envolver o público e celebrar a diversidade e a riqueza das nossas sementes, do tucupi preto e amarelo, do milho crioulo vermelho, das pimentas e da farinha de mandioca fermentada, destacando suas histórias na herança da nossa cultura e tecnologia indígena. É uma chance de conectar pessoas por meio do sabor”, afirma Carolina Dini, que tem se destacado na cena mineira pela valorização dos ingredientes regionais.

 

Laços culturais

Tanto Belo Horizonte quanto Macau fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Unesco na categoria Gastronomia, reconhecimento que valoriza a importância da culinária na construção de cidades mais sustentáveis e conectadas com sua cultura. A participação de BH no evento fortalece os laços entre as duas cidades e evidencia a língua portuguesa como ponte cultural e diplomática entre Brasil e China.

“Mais do que levar nossa gastronomia para o mundo, esse evento representa a força da cozinha belo-horizontina como instrumento de desenvolvimento, geração de renda e identidade cultural. Participar ao lado de Macau, uma cidade com quem compartilhamos o título da Unesco, é afirmar que a nossa comida é também um território de conexão, tradição e futuro”, destaca Bárbara Menucci, presidente da Belotur.
 

Os estabelecimentos

A Porca Voadora: tradição mineira com asas da criatividade
Instalado na charmosa Rua do Ouro, no bairro Serra, o restaurante-bar “A Porca Voadora” é daqueles lugares que surpreendem antes mesmo do primeiro gole. Comandado pela chef Bruna Rezende, o espaço é uma ode à cozinha mineira reinventada, com pitadas de ousadia e muito sabor.
O ambiente mistura o rústico e o moderno com naturalidade. Além de restaurante, funciona como armazém, oferecendo cachaças, produtos do cerrado e delícias da agricultura familiar, uma verdadeira curadoria do que Minas tem de melhor.
No cardápio, os petiscos ganham status de protagonistas. O jiló empanado recheado com pernil já virou clássico da casa e a língua com purê de batata é daqueles pratos que dão vontade de bater palma depois da última garfada. Para os vegetarianos, a casa oferece surpresas como abobrinha grelhada ao missô e polenta frita com queijo curado, criativos e bem temperados, como tudo ali.

Bar da Lora: tradição de boteco com alma mineira
Fundado em 1973 no coração do Mercado Central de Belo Horizonte, o Bar da Lora é mais do que um simples ponto de encontro: é um pedaço vivo da história da cidade. Originalmente batizado de Bar Lumapa, o nome foi logo deixado de lado pelos fregueses, que preferiram chamá-lo de Bar do Paulinho. Mas foi com a chegada de Eliza Fonseca (a Lora) que o lugar ganhou identidade definitiva.
Primeira mulher a comandar um bar no Mercado Central, Lora trocou a carreira no setor financeiro pelos balcões do boteco, conquistando a clientela com carisma, competência e sabor. Em 2010, venceu o Comida di Buteco com o petisco “Pura Garra da Lora” e nunca mais saiu do radar dos apaixonados por boteco raiz.
O cardápio é puro afeto servido na chapa: fígado com jiló, carne de panela com cerveja preta, filé acebolado, mandioca na manteiga, torresminho crocante e uma gelada que chega no ponto certo. Tudo servido com aquele atendimento caloroso que só um bom boteco mineiro sabe oferecer.

Uaiê Sorveteria: sabores do Brasil em forma de afeto gelado
No bairro São Pedro, em Belo Horizonte, a Uaiê Sorveteria vem conquistando corações (e paladares) com uma proposta que vai muito além de servir um simples sorvete. A casa aposta na brasilidade como ingrediente principal, combinando técnicas artesanais, ingredientes regionais e muita criatividade.
Sob o comando do chef Pedro Barbosa, mineiro e ex-participante do programa Mestre do Sabor, a Uaiê se tornou um laboratório de sabores únicos e afetivos. Requeijão moreno com goiabada, broa de fubá com sorvete de canela, maracujá azedo com leite de coco e broto de coentro, cada receita é pensada como um mergulho nas raízes da culinária mineira e brasileira.
O diferencial começa na origem dos insumos: frutas da estação, zero corantes artificiais ou gorduras hidrogenadas e parceria direta com pequenos produtores locais. E termina na famosa casquinha de fubá com canela, feita na hora, crocante e perfumada.