O Grupo Maria Cutia apresenta nesta quarta-feira (20), às 19h30, no Teatro Francisco Nunes, uma adaptação mineira do consagrado texto “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. A montagem, com concepção e direção de Gabriel Villela, revisita as aventuras de João Grilo e Chicó, histórias que começam com o enterro e o testamento do cachorro do padeiro e de sua mulher, passam pelo célebre gato que “descome dinheiro” e culminam em uma epopeia milagrosa no sertão, envolvendo o clero, o cangaço, Jesus, Maria e o Diabo.

Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) e podem ser adquiridos antecipadamente no Sympla ou na bilheteria do teatro a partir de duas horas antes da apresentação.

Reconhecido pelo estilo barroco de seus espetáculos, Villela imprime à montagem uma marca contemporânea: a analogia estética entre as cores dos figurinos e o tom da lama do rompimento das barragens de mineradoras em Minas Gerais. O recurso aproxima o clássico de Suassuna das questões urgentes do Brasil atual.

Embora o texto original, escrito na década de 1950, já aborde temas como racismo, ganância e exploração da fé alheia, a adaptação do Maria Cutia acrescenta novas camadas de leitura. Com um olhar político – sem didatismo ou partidarismo —, o espetáculo se desprende do enredo original para dialogar diretamente com o Brasil de hoje, revelando personagens e situações com acento ainda mais sarcástico do que na dramaturgia de Suassuna.

Serviço
Espetáculo “O Auto da Compadecida” | Grupo Maria Cutia de Teatro

Data: quarta-feira (20), às 19h30
Classificação: 12 anos | Duração: 80 minutos
Ingressos gratuitos na plataforma Sympla 
Local: Teatro Francisco Nunes (Avenida Afonso Pena, s/nº, Centro - dentro do Parque Municipal Américo Renné Giannetti)